Quando Jorge Jesus chegou ao Flamengo em junho, o sentimento ainda era de desconfiança e incerteza sobre o que esperar do trabalho. Pelo menos para o mundo externo. Nesta sexta-feira, em entrevista coletiva na véspera da final da Libertadores, o treinador português contou que ao embarcar para o Brasil, já sabia que seria finalista da competição continental. Além disso, o comandante rubro-negro exaltou a despedida da torcida do Fla no embarque para Lima. A decisão, contra o River Plate, é neste sábado, às 17h (de Brasília), no Estádio Monumental.
— Quando decidi treinar o Flamengo, tive um almoço com a comissão técnica e disse: “Preparem as malas, vamos para o Brasil e seremos finalistas da Libertadores”. Vim transportar uma ideia de trabalho. Temos a felicidade disso. Com muita confiança, sabendo que vamos encontrar um rival forte, com experiência na competição. Mas isso não nos assusta, sabemos do nosso valor. Quando saímos do Ninho, senti que era uma nação atrás de um sonho. Amanhã vamos tentar fazer exatamente isso. Temos a prioridade do prazer e da paixão, sem pensar na pressão para não ficarmos atrofiados. A confiança é o que nos move, sem pensar nas consequências positivas ou negativas da final.
Assim como Marcelo Gallardo, Jesus também confirmou o time que entrará em campo para a decisão. Sem surpresas, o Flamengo irá com o que tem de melhor à disposição.
— O Gallardo é um treinador que está na terceira final consecutiva. Ele sabe que não é nesse momento que o time deixará de ser o que é normalmente como equipe. Penso da mesma maneira. Se não acontecer nada, colocaremos a mesma equipe que normalmente joga. Não há muito o que esconder. Essa escalação é a que dá mais segurança. Normalmente um treinador na final não inventa nada.
O River Plate carrega a experiência por ter vencido quatro Libertadores, incluindo a do ano passado, contra o Boca Juniors (ARG). No entanto, para Jesus, o Flamengo está mentalmente preparado e os objetivos muito bem traçados para motivar os jogadores.
— O emocional está em todos os jogos, mas principalmente nas decisões, que tem mais emoção e ansiedade. Dizem que as equipes mais plenas são aquelas que já passaram pela situação mais de uma vez. Não penso assim. Acho que a emoção é um conhecimento que se ganha com experiência que tem ao longo da carreira, mas também acho que se trabalha e se treina. Temos outras particularidades e outros interesses mais fortes do que a emoção, o prazer de jogar no Flamengo. Fisicamente poderia dizer que sim, todo plantel está bem, não temos um lesionado. Então, sim. todos os outros componentes, emocional, cansaço psicológico, os comportamentos técnicos e táticos, uma final da Libertadores tem todas as variantes. Tem tudo — finalizou.