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Ao L!, jornalistas estrangeiros falam sobre trabalhos de Dome Torrent e Carlos Carvalhal, alvos do Flamengo

Diretoria da Gávea está na Europa para reunir-se com possíveis substitutos de Jorge Jesus

Montagem - Domènec Torrent e Carlos Carvalhal
imagem cameraDomènec Torrent e Carlos Carvalhal são avaliados pelo Flamengo (Foto: Arquivo Pessoal; Geoff Caddick / AFP)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 25/07/2020
14:59
Atualizado em 26/07/2020
07:05

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A diretoria do Flamengo, representada por Marcos Braz e Bruno Spindel, está na Europa atrás do substituto de Jorge Jesus, que deixou o clube rumo ao Benfica. Como o LANCE! informou na última sexta, os nomes de Domènec Torrent e de Carlos Carvalhal são os principais alvos neste momento, tanto que o fim de semana será de encontros entre a dupla da Gávea e os treinadores.

Para saber mais sobre o espanhol Dome Torrent e o português Carvalhal - e seus respectivos trabalhos - o LANCE! ouviu a opinião de jornalistas estrangeiros que acompanharam a carreira de ambos. Confira abaixo.

Norberto Lopes, do Jornal de Notícias, de Portugal

Semelhanças e diferenças com Jorge Jesus

"Carlos Carvalhal é um treinador que privilegia o futebol ofensivo. O Rio Ave, esta temporada, conseguiu aliar o bom futebol com bons resultados e conseguiu a melhor pontuação da história do clube no campeonato. E, além disto, garantiu um lugar na Liga Europa na próxima temporada.

Carlos Carvalhal tem um estilo de personalidade diferente de Jorge Jesus. É mais calmo no banco. Mas é um treinador que tem um discurso muito fluente e é capaz de mexer com o estado de espírito da equipe e dos adversários nas conferências de imprensa, porque utiliza expressões muito curiosas e acutilantes."


Trajetória no futebol e possibilidade de substituir o Mister

"É um treinador que subiu a pulso desde os escalões mais secundários do futebol português até à primeira Liga. Há 18 anos, quando apenas tinha 37 anos, conseguiu algo de extraordinário: levou o Leixões, na altura no terceiro escalão do futebol português, à final da Taça de Portugal. Perdeu essa final por 1-0 frente ao Sporting. Nunca nenhuma equipe da terceira divisão portuguesa tinha chegado antes a uma final da Taça. Na temporada seguinte, o Leixões disputou as competições europeias e na primeira mão da primeira eliminatória venceu o PAOK, da Grécia, por 2 a 1. Sempre jogando bom futebol.

Carvalhal conquistou ainda uma Taça da Liga pelo Vitória de Setúbal e teve uma passagem pelo Sporting numa altura difícil do clube, que atravessava problemas diretivos. Creio que o Carvalhal apostou mais numa carreira de treinador no estrangeiro, como na Inglaterra, e isso desviou-o da rota dos grandes clubes portugueses. Carvalhal não tem o currículo de Jorge Jesus, mas privilegia um estilo de jogo muito parecido, de futebol de ataque e capaz de impressionar os torcedores."

Pep Guardiola e Domènec Torrent nos tempos de Bayern de Munique
Domènec teve parceria de sucesso ao lado de Pep (Foto: Divulgação)

Gabriel Sans, do Mundo Deportivo, da Espanha, sobre Domènec Torrent

Modelo de jogo favorito do espanhol

"Domènec Torrent gosta de utilizar o 4-3-3, ainda que sempre diga que o futebol pode se jogar de mil maneiras, que sempre existem nuances. Com extremos, usando laterais que caem por dentro e apareçam na faixa central, o que parece ótimo, ou com extremos por dentro e os laterais por fora. O 4-3-3, de todas formas, é o esquema que mais utilizou desde que estava na terceira divisão, quando estava na moda o 4-4-2.

Sua ideia também depende dos jogadores. Se têm as características adequadas, sempre é mais fácil de aplicá-las. Se não, pode usar a improvisação. Gosta de jogadores rápidos e fortes no mano a mano, que driblem. Os adversários muito fechados são um problema, e ele já os enfrentou um monte de vezes."


Entendimento do futebol e forma de trabalho

"É da "escola de Johan Cruyff" e gosta de um bom futebol, ter a bola, movê-la com dois toques e ser muito posicional, o que não significa ser estático. Obviamente, se puder marcar em três passes não é preciso que deem 20.


Acredita que o futebol pertence aos jogadores, não aos técnicos. "Tem treinadores, como Pep, que melhora a todos, outros que não melhoram tanto e outros que, inclusive, pioram (os demais)", já disse. Dome põe o sistema a serviço dos jogadores. O 4-3-3 serve contra todos sistemas, mas um 5-3-2 também. Aprendeu muito com o Pep, ao vê-lo fazer mudanças táticas que lhe eram inimagináveis. É um ganhador nato. Quer vencer sempre e se irrita caso não consiga, sobretudo se sua equipe não joga bem. E sempre busca a explicação para tal.

Já comentou que gosta de se isolar do entorno, das redes sociais, para ter suas ideias claras e seguir um caminho. A pressão externa não o afeta, a pressão que tem é a que ele põe sobre si mesmo."

Carlos Carvalhal - Rio Ave FC
Carlos Carvalhal comanda o Rio Ave (Foto: Reprodução/Twitter)

André Veloso Gomes, do jornal O Jogo, de Portugal, sobre Carlos Carvalhal

Estilo de jogo e relação com os atletas

"Estilo de jogo privilegia a posse de bola numa construção de jogo apoiado que ataca em 3-5-2 e defende em 4-3-3, mas tendo uma grande variedade tática e muitas mudanças de jogo para jogo, encara todos os adversários olhos nos olhos mesmo jogando contra equipes maiores.

A relação com os jogadores é boa e com o devido distanciamento, até porque mesmo com a equipe a ganhar não tem problemas em trocar jogadores de um jogo para o outro, no banco não tem comparação com Jesus, é muito mais calmo."

Trajetória no futebol e possibilidade de substituir o Mister

"Nunca esteve na forja para dirigir um clube grande que eu saiba para além da sua passagem no Sporting, sempre dirigiu equipes de menor expressão porque a passagem no Sporting correu mal e os seus trabalhos não tiveram nenhuma época excepcional. Faltou alguma dimensão para atingir outro patamar.

Penso que fez um trabalho de grande qualidade no Rio Ave e está preparado no plano técnico e tático para assumir o Flamengo, mas tenho muitas dúvidas que tenha capacidade para a pressão de liderar um clube tão grande, a começar pela imprensa."

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