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Exclusivo: Lance! entrevista Luiz Eduardo Baptista, o BAP, pré-candidato à presidência do Flamengo

Eleição para o próximo triênio (2025-2027) acontece no dia 9 de dezembro

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imagem cameraLuiz Eduardo Baptista, o BAP, pré-candidato à presidência do Flamengo (Foto: Lance!)
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Marcio Dolzan
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 09/09/2024
12:08

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Pré-candidato à presidência do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o BAP, é categórico: caso vença a eleição de 9 de dezembro, o Rubro-Negro não irá se transformar em uma SAF e tampouco irá adquirir o Leixões, clube da segunda divisão de Portugal que o atual mandatário do Flamengo, Rodolfo Landim, negocia a compra. Esta é a primeira de uma série de entrevistas do Lance! com os quatro pré-candidatos à presidência do Flamengo

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- Se eu for eleito, em qualquer estágio que esse projeto esteja, ele será abortado e cancelado - afirma BAP. Veja no vídeo abaixo a íntegra da entrevista:

Esta semana, BAP conversou com a reportagem por cerca de uma hora. Entre os assuntos, apresentou suas propostas para a construção do estádio do Flamengo na região do Gasômetro, questionou o atual modelo de contratações do clube e falou sobre investimentos em esportes olímpicos. Na entrevista, foi taxativo em quase todos os assuntos, menos quando questionado sobre se manterá o técnico Tite no comando do time caso seja eleito:

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- Tite é um grande nome, um dos maiores técnicos do futebol brasileiro, ele merece o nosso respeito e vai ser tratado como tal.

Confira trechos da entrevista de BAP ao Lance!

Lance!: O senhor considera que o Flamengo precisa virar uma SAF? 

BAP: Jamais. Eu entendo que o Flamengo tem todas as condições para ser independente e não precisar virar uma SAF. É importante que a gente contextualize que a SAF no Brasil tem acontecido por duas razões fundamentais. A primeira, para aqueles clubes que estão numa situação financeira falimentar e que sem a SAF não haveria sobrevivência para eles. A outra é de você ter clubes que não são clubes necessariamente de massa e que de alguma forma não têm aquele ambiente político, tradicional, muito intenso, onde você pode investir no Brasil para tirar jogadores mais jovens e formar jogadores para vender no exterior. Eu acho que o Flamengo não se aplica nem ao primeiro caso nem ao segundo. Entendo que para o caso do Flamengo, hoje, a SAF não é uma necessidade, nem consta dos meus planos, caso eu seja eleito presidente. 

Lance!: Existe uma preocupação com o endividamento do Flamengo a partir da construção do novo estádio. Como o senhor considera que o clube deve financiar essa obra? 

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BAP: Eu entendo que a preocupação é absolutamente legítima. Sem querer entrar muito em detalhes de números para não chatear a audiência, mas o Flamengo tem uma margem operacional de R$ 350 milhões por ano, que é maior do que a receita de oito clubes da Serie A do Brasil. O resultado do Flamengo é de R$ 350 milhões. A depreciação desse elenco milionário é de R$ 200 milhões por ano. Sobram, em tese, R$ 150 milhões por ano para o Flamengo investir num estádio.

R$ 150 milhões vezes cinco, que eu acho que é o prazo aproximado de você fazer um estádio, dá alguma coisa como R$ 700 milhões, R$ 750 milhões. Eu estimo que um estádio de 70 mil lugares vai custar alguma coisa como R$ 2,5 bilhões. Menos R$ 700 milhões, R$ 1,7 bilhão, menos os R$ 200 milhões que o clube já está pagando esse ano, falta R$ 1,5 bilhão. Você deveria ter que fazer R$ 300 milhões a mais de resultado em cinco anos.

Eu não acho que seja possível fazer R$ 1,5 bilhão, mas eu acho que você consegue fazer R$ 700 milhões, R$ 800 milhões a mais, com receita subindo de R$ 1,4 bi para R$ 2,1 bi, e a margem operacional do clube saindo dos R$ 350 milhões, que equivale a 25%, para 31%. Daí você vai tirar R$ 1 bilhão a mais, e os ‘apenas’ R$ 700 milhões que faltariam, você endividaria o clube de cento e poucos milhões hoje para R$ 800 milhões, e isso equivaleria a alguma coisa como 35%, 40% do faturamento do clube. Ainda assim, estaria muito abaixo do nível de endividamento médio dos demais clubes do Brasil. Em linhas gerais, essa é a visão da gente de como o Flamengo poderia construir o seu estádio com recursos próprios.

Lance!: Nesse sentido, o senhor tem certeza que não corre o risco de o Flamengo repetir o que aconteceu com o Corinthians? 

BAP: Você sempre tem o risco. Aprender com a sua experiência é prova de inteligência, aprender com a dos outros é prova de sabedoria, então eu entendo que é muito bom que a gente tenha um olho no gato e outro no peixe. Que a gente não pense que quem estava ou no São Paulo ou no Corinthians eram bobos, ou não tinham a visão adequada, mas que com certeza eles não conseguiram fazer com que os planos que eles tiveram na época acontecessem exatamente de forma que não levassem ou uma performance esportiva inferior, ou um endividamento absurdo, que acaba comprometendo o pagamento do estádio e a performance esportiva. Seguramente a gente espera ter aprendido com eles e fazer melhor. 

Lance!: Há receio de algum imbróglio jurídico em relação ao terreno do Gasômetro? 

BAP: Eu tenho certeza absoluta que haverá um imbróglio, uma batalha jurídica, que isso vai ser decidido no campo judicial, que no Brasil acaba tendo uma conotação de influência política grande também. Oxalá a gente consiga, com o time que eu tenho, junto comigo, ganhando as eleições, que a gente consiga contornar esses desafios e a gente consiga chegar a uma solução que seja boa para a Caixa Econômica, para o fundo da Caixa, para a Prefeitura, para o governo do Estado, para o torcedor do Flamengo e para o Flamengo. 

Lance!: Qual o papel do Maracanã caso o Flamengo construa de fato o seu estádio? 

BAP: Acho que é fantástico a gente ter o Maracanã. É um templo carioca do futebol, o terceiro lugar mais visitado no Rio de Janeiro, sem ter grandes atrativos. Em dias de chuva é o mais visitado. Eu entendo que ter essa concessão de 20 anos é fundamental para que o Flamengo tenha tranquilidade para construir o seu estádio, número um.

Entendo as dificuldades que uma arquitetura antiga como a do Maracanã, e o fato de ter sido construído um estádio para a Copa do Mundo, acabam te impondo limitações que não são necessariamente as mais adequadas para o momento que a gente vive. A saber: o espaço de torcida mais popular, seja no que a gente chamou de sul ou norte do Maracanã. Eu imagino que no estádio da gente possamos ter alguma coisa entre 10 e 15 mil lugares a mais populares para fazer esse contrapeso.

Lance!: Como vê a questão do calendário do futebol brasileiro? Tem propostas para o calendário? E é a favor ou contra a redução dos estaduais? 

BAP: Esse é um assunto que todo mundo tem opinião. O desafio são as propostas, como você faz para que esse calendário mude. E o fio condutor disso tudo são os interesses econômicos e financeiros de todos os participantes desse ecossistema. Você tem interesse financeiro das federações, dos grupos pequenos, da própria CBF, dos patrocinadores, dos direitos de transmissão. Você hoje ganha dinheiro vendendo os estaduais de Rio e São Paulo; se você tem menos jogos de Rio e São Paulo, você tira dinheiro do sistema.

O problema do calendário brasileiro é um problema de natureza estrutural. Ele pode e deve ser revisitado. Eu não vou perder tempo aqui dizendo qual é a minha proposta para o Campeonato Carioca, mas o que eu posso te assegurar é que o Flamengo vai ter uma visão sistêmica. A gente sabe como é o calendário com meses de antecedência. Nós sabemos quantas serão as datas FIFA, nós sabemos em 2025, por exemplo, quando será o Mundial. É mais ou menos como na época da escola ou da faculdade a gente dizer ‘olha, eu tive muitas provas, então as provas foram difíceis e eu fui mal nas provas’. Eu sabia que haveria muitas provas e eu não me preparei adequadamente.

Lance!: Sobre o Mundial de Clubes: a gente já sabe quando ele vai acontecer, o Flamengo é um dos classificados. Qual é a sua estratégia, caso assuma, para a disputa do Mundial de Clubes?

BAP: Nós temos que começar um planejamento específico para essa época. Quando você pega o regramento da Fifa, ela não está obrigando os campeonatos locais a pararem. Ela vai recomendar que seja feita uma paralisação. E tem três clubes do Brasil até agora e dois da Argentina. Na Argentina, Boca e River são mais pesados relativamente do que se você pegar Flamengo, Palmeiras e Corinthians no Brasil. Está certo? Se você pegar o impacto da Argentina de tirar Boca e River das competições, pelo calendário de lá, que não tem campeonatos regionais, você vai acabar parando o campeonato nacional para esses clubes. No Brasil, dependendo do número de datas, você continua tendo 52 semanas por ano. Tira as três semanas de preparação do início do ano e as quatro de férias, você tem 45 semanas para encaixar todos os jogos que você tem. Vai ser um desafio. Do nosso ponto de vista, nós temos que ter um elenco maior e explorar a janela do início do ano para que a gente esteja preparado para uma eventualidade de ter que jogar o Mundial e, eventualmente, fazer alguns jogos, se não todos.

Lance!: Há anos, os clubes brasileiros falam na formação de uma liga. De momento, o que se tem são dois grupos distintos debatendo direitos de transmissão. Por que é tão difícil? O senhor acha que tem espaço para um consenso? 

BAP: Olha, espaço para o consenso sempre tem, mas para o torcedor que não está envolvido no dia a dia, eu diria o seguinte: você pensaria em se associar com alguém que você não conversa, com alguém que você não convive, com alguém que você não tem relacionamento, com alguém que você não confia? A resposta é não. Os clubes, em geral, jamais desenvolveram a intenção de se relacionar em extracampo. Em muitos casos, a rivalidade que acontece dentro de campo acaba migrando para o lado de fora de campo. Mas os clubes deviam ser amigos fora de campo. Eles deviam trabalhar pela melhoria do ecossistema do futebol. 

Lance!: Então o senhor não acredita que no curto prazo os clubes vão organizar o Campeonato Brasileiro? 

BAP: Eu acho muito desafiador que isso aconteça. Eu me surpreenderia muito positivamente se isso fosse possível. Porque eu não acredito que uma caneta e um pedaço de papel vão mudar aspectos culturais. Se fosse possível o mundo já tinha resolvido racismo e outras coisas. É só você dizer que é crime, então na hora que você diz que é crime no dia seguinte ninguém vai incorrer uma infração que possa ser caracterizada como crime. E de alguma maneira a gente continua vendo que essas coisas acontecem. Eu acho que atos antigos demoram a serem superados.

Lance!: Como vai ser a relação do Flamengo com o Ferj, CBF e Conmebol? Ano passado teve a questão da final da Libertadores, com o Flamengo querendo jogar seu jogo com o Bragantino no Maracanã dias antes. A Conmebol vetou e houve um ruído…

BAP: Você tem que ter relacionamento com esses órgãos. Um dia sim, outro também. Não pode ser eventual. Quando eu tenho relação com o meu vizinho apenas na reunião de condomínio, eu não tenho empatia pelo problema dele, eu não tenho respeito por ele, eu não sei quem ele é, é um Fla-Flu na reunião de condomínio. Quando eu dou bom dia, boa tarde, boa noite, quando eu ajudo ele, ele me ajuda, esse tipo de ruído não acontece no dia a dia. E como ele é feito? Ele é feito silenciosamente, um dia sim, outro também, trabalhando nas relações, entendendo onde que o calo de cada um aperta e antevendo os problemas. Quando você se planeja fora de campo, as coisas acabam, misteriosamente, acontecendo de maneira mais adequada. Quando você não tem esse tipo de relacionamento no dia a dia, as coisas são mais difíceis, com toda certeza.

Lance!: O senhor vai manter o técnico Tite?

BAP: Eu não gosto de fulanizar esse tipo de discussão. Eu entendo que isso parte do princípio de qual é o tipo de gestão que você espera ter no futebol. E para cada momento e circunstância da vida da gente, você tem soluções diferentes. Você vai ao médico, você está com o problema A, ele te passa um remédio X. Você volta daqui a três anos, você está com o problema B, ele te passa outro remédio. Tite é um grande nome, um dos maiores técnicos do futebol brasileiro, ele merece o nosso respeito e vai ser tratado como tal.

Lance!: O Flamengo tem se notabilizado nos últimos tempos por fazer contratações vultosas, de jogadores caros. O senhor concorda com esse modelo? 

BAP: Do ponto de vista de eficiência, para mim fica muito claro que… Vou falar de três adversários nossos diretos ao Brasileiro. Palmeiras, Cruzeiro e Botafogo têm feito um trabalho de gestão de investimentos e de planejamento melhores que o do Flamengo. Seja pelo custo de aquisição de atletas, seja pela utilização esportiva.

O Flamengo está gastando uma fortuna nesse final de mandato, mais do que esta gestão durante seis anos gastou em qualquer uma das janelas anteriores, deixando uma situação econômica e financeira no mínimo preocupante para o ano que vem. Não tenho certeza se estas contratações foram as mais adequadas, até porque eu, particularmente, não acredito no processo de contratações que o Flamengo vem empreendendo nos últimos três anos. Isso, internamente, eu tenho dito. Eu não acredito no processo.

Lance!: Qual deve ser o papel da base do clube?

BAP: Formação de grandes atletas para o time principal. Esse é o objetivo, e formar cidadãos. No caso do Flamengo, pela condição econômica e financeira que ele tem, o Flamengo poderia suportar mais tempo com esses atletas aqui. Não precisaria que esses garotos fossem embora com 17, 18 anos de idade. Nós temos que preparar mais atletas para o time principal, porque custa a mesma coisa você preparar um jogador que não vai vingar como profissional ou virar Messi.

Lance!: O Flamengo tem histórico de produzir grandes jogadores, e teve o caso do Vinicius Jr, que também foi negociado nesses termos, antes de completar 18 anos. Como pretende fazer para segurar esses talentos? 

BAP: Quanto melhor for a situação econômica e financeira do clube, menos difícil vai ser segurar esses atletas. Mas eu acredito que, não imediatamente, mas ao longo do tempo, o Flamengo possa estar segurando esses garotos aqui até fazerem 19, 20 anos de idade. Eu acho que é possível. É muito difícil para a maior parte dos clubes que estão naquela situação difícil de SAF, ou de quem virou SAF, para fazer jogadores que vão ser vendidos para fora. Mas num caso como o Flamengo, se eles vingarem no time de cima do Flamengo, pode ser que um, dois anos de mais no time de cima representem 5 ou 10 milhões de euros a mais por ano na valorização desses atletas. Ganha o Flamengo na sua performance esportiva, ganham esses garotos que vão ter mais rodagem e ganha o clube na medida que eles vão se valorizar.

Lance!: A direção do Flamengo foi bastante criticada por vários setores em relação à condução do processo dos meninos na tragédia do Ninho do Urubu. Como o senhor avalia a maneira como o Flamengo conduziu? 

BAP: É muito difícil emitir uma opinião a respeito disso, porque isso é uma tragédia inimaginável e é uma mácula na história do Flamengo. Todo mundo que conviveu com isso, direta ou indiretamente, ficou arrasado. Eu sou pai de três. Você imaginar que uma criança morreu numa circunstância daquela é uma coisa muito delicada, ainda mais nas condições que foram. 

Lance!: Atletas do Flamengo tiveram bons resultados nos Jogos de Paris, e também já tinham tido nos Jogos de Tóquio. A gente tem a Rebeca Andrade como face principal, mas há outros. Quais são os planos para as modalidades olímpicas? 

BAP: Não só para o futebol, eu entendo que nós temos um espaço enorme para crescimento de todos esses esportes no clube, mas o fio condutor disso tudo tem que ser uma profissionalização mais profunda. Alguns dos casos que você citou aconteceram muito mais pela qualidade, pela tenacidade, pela dedicação do atleta, do que por um processo muito profissional. E é por isso que em algumas áreas dá certo e em outras áreas não dá tão certo. 

Lance!: O Flamengo está negociando a compra do Leixões. Como o senhor avalia esse projeto de expansão?

BAP: Eu sou absolutamente contrário. Eu acho que isso é uma solução à busca de um problema. O Flamengo não ganha absolutamente nada com isso. A começar que a gente vai comprar um clube de segunda divisão em Portugal. Se tudo der errado, por que a gente foi se meter na segunda divisão de Portugal? E se tudo der certo, a gente não fez mais do que a nossa obrigação. Isso vai consumir tempo, dinheiro, recursos, energia, para um momento onde a gente vai ter um calendário absolutamente desafiador, como o de 2025, como a gente já falou aqui. Isso é uma perda de tempo, de energia. É uma péssima ideia para o momento que o Flamengo vive.

Lance!: Então, se for eleito, o projeto... 

BAP: Eu acho que está muito claro: se eu for eleito, em qualquer estágio que esse projeto esteja, ele será abortado e cancelado. 

Lance!: Como o senhor pretende ocupar as vice-presidências? O critério vai ser paixão pelo Flamengo, profissionalismo ou as duas coisas? 

BAP: É uma ótima pergunta. Se for paixão pelo Flamengo, nós somos 45 milhões, 48 milhões de candidatos, então seria difícil você fazer uma escolha. Fundamentalmente, eu vejo que, dentro desse processo de profissionalização do clube, uma das coisas que a gente não pode mais permitir são vice-presidentes dito amadores que se metem no dia a dia do clube. Eles emasculam a profissionalização, afetam quem está embaixo. Quem está embaixo na estrutura entende que esse VP não vai ser mandado embora. E, ao invés de fazer o que eles acham que deve ser feito, eles acabam fazendo o que nosso mestre mandar. Isso é uma realidade de muitos clubes brasileiros. E em clubes, em geral, quando o dirigente amador é incompetente, ele não é punido por isso, ele não pode ser mandado embora. Mas as consequências são para o clube. 

Lance!: O senhor esteve na campanha passada a favor do Rodolfo Landim. O que mudou de lá para cá? O torcedor não pode considerar que o senhor tenha um projeto parecido com o do Landim? O que mudou? 

BAP: Os princípios que estão nos dois programas de governo dele, tanto de 2018 como de 2021, eu continuo subscrevendo cada ponto e cada vírgula daquilo. Então, para você que é sócio do clube, para você que é torcedor, basta você olhar o que estava nos planos de governo e que não foram executados por quaisquer razões. Eu jamais mudei meus princípios, o que eu acho e o que eu disse que as coisas deviam ser. Eu entendo que a gente vive num mundo digital, mas sou absolutamente analógico em relação a essas coisas. Eu não mudei meus princípios, minhas crenças e meus valores por absolutamente nada. Eu continuo pregando e advogando as mesmas coisas que ele um dia pregou. Eu entendo que, neste momento, o sócio do Flamengo tem uma chance de fazer uma escolha por alguém que tem uma tradição de cumprir com o que combina e de fazer com aquilo que diz que vai fazer, que eu entendo que é o meu caso.

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