Landim explica ajuda às famílias das vítimas do incêndio no Ninho e pede ‘bom senso’: ‘Vida não tem preço’
'Qual outro acidente em grande escala no Brasil, após dois anos, você já tinha resolvido o problema de indenização como o Flamengo resolveu?', questionou o presidente do clube
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A tragédia que levou a dez vítimas fatais no incêndio do Ninho do Urubu em fevereiro de 2019 foi assunto em entrevista de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, ao site "ge". O mandatário deu a sua versão para a forma com que o clube tem assistido as famílias envolvidas, pediu "bom senso de não tomar a decisão de sair pagando valores que são fora da realidade" e cutucou a gestão passada, presidida por Eduardo Bandeira de Mello, um dos denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em janeiro.
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- Tivemos sempre a preocupação, desde o primeiro momento, de assistir as famílias da melhor maneira possível. Quando você tem um acidente desse, qualquer coisa que você fale é pouco perto do que foi a perda da vida de dez garotos. Mas dentro do que tínhamos possibilidade, colocamos assistente social, psicólogos, tudo para assessorar as famílias. Procuramos resolver os problemas o mais rápido possível. É óbvio que, se pudéssemos, iríamos indenizar todo mundo o mais rapidamente possível. Mas peço atenção das pessoas ao seguinte: qual outro acidente em grande escala no Brasil, após dois anos, você já tinha resolvido o problema de indenização como o Flamengo resolveu? - iniciou Landim, emendando:
- É claro que como uma pessoa diretamente envolvida, presidente do clube, sabendo do que foi, no coração você fica fragilizado, mas da mesma forma tivemos que estabelecer limites porque era um processo de indenização que tínhamos que fazer com recursos do clube. Fomos consultar a área jurídica para ver qual era o valor de indenização normalmente pago, que é pelo sofrimento das pessoas, pelo dano... Vida não tem preço, você não indeniza vida.
Rodolfo Landim afirmou que o critério para os valores oferecidos às famílias das vítimas foi explicado no Conselho Deliberativo:
- Num momento como esse, as pessoas tendem a usar, principalmente advogado e tal, e também informações com números estratosféricos, causa uma expectativa muito grande nas famílias. Mas temos que ter bom senso de não tomar a decisão de sair pagando valores que são fora da realidade. Explicamos isso no Conselho Deliberativo, explicamos valores de referência e dissemos que íamos pagar mais. Mas tudo tem um limite.
- Dentro do que foi possível ser feito, olho para trás e, sinceramente, acho que agimos correto com a famílias, não deixamos de assistir... Acho que faz parte do jogo que apareça um advogado falando que não, pressionando... Talvez no passado as pessoas que estavam sentadas aqui estivessem mais preocupadas com a imagem delas, mas temos que absorver o desgaste para tomar a decisão que precisa ser tomada e não a mais confortável - finalizou Landim.
Até o momento, oito famílias e meia das dez vítimas da tragédia chegaram a um acordo com o Flamengo no que diz respeito a indenizações. Os valores variaram entre R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões. O clube não se acertou com a família de Christian Esmério, cujos pais preparam uma ação de R$ 10 milhões contra o Rubro-Negro, e a mãe de Rykelmo Viana, que foi à Justiça cobrando R$ 6,9 milhões da instituição (saiba mais aqui).
DEFENSORIA RECLAMA DE DEMORA
Nesta quinta-feira, aliás, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ), em segunda instância, reclamou de demora de mais de três meses da Justiça em analisar pedido contra o Flamengo pelo retorno ao pagamento das pensões (R$ 10 mil) aos parentes das vítimas falecidas. A informação inicial é do site "Esporte News Mundo".
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