Aos 22 anos, Léo Duarte já está vivendo o sonho de ser titular do Flamengo. O zagueiro, contudo, tem mais motivos para celebrar a experiência que tem vivido desde 2017, quando foi integrado ao elenco profissional da Gávea. Revelado nas divisões de base do clube, o camisa 43 pôde, nos últimos três anos, dividir o vestiário, os treinos e os jogos com o ídolo Juan. Nesse período, o jovem procurou absorver e aprender o máximo com o companheiro, que, neste sábado, defende o manto pela última vez antes de encerrar a carreira.
Ao L!, Léo Duarte revelou que ainda sente-se intimidado pela presença do ídolo, apesar da abertura que Juan dá aos jovens e a boa relação entre os dois. Os aprendizados são muitos - seja para dentro ou para fora das quatro linhas.
- Observando ele o que mais aprendi é que, independentemente do momento, se as coisas estão indo bem ou não, dentro ou fora de campo, nunca devemos perder a nossa essência e deixar de ser quem a gente é. O Juan é um cara que nunca mudou seu jeito de ser, independentemente de qualquer coisa ou situação ele está sempre com a serenidade de sempre - comentou Léo Duarte.
O jogo contra o Cruzeiro, no Maracanã, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, às 21h, e terá transmissão em Tempo Real do site do LANCE!.
'Eu sempre observo muito o Juan. Faz três anos que subi para o profissional e mesmo assim às vezes eu fico meio envergonhado de chegar perto e falar com ele. É como um respeito e admiração de um fã mesmo, pois ele é meu ídolo', disse Léo Duarte ao LANCE!
Natural de Mococa (SP), Léo Duarte chegou às divisões de base do Fla em 2014. Antes, defendia o Desportivo Brasil. A referência para o zagueiro, porém, é Juan desde antes de sua chegada à Gávea. A admiração pelo zagueiro que defendeu o Brasil em mais de 70 jogos e disputou duois Mundiais, em 2006 e 2010, passou de pai para filho. A técnica e o jogo limpo, característicos de Juan, são pontos que o camisa 43 toma como inspiração e leva para o seu jogo.
- O Juan é a minha maior referência desde pequeno. O meu pai já admirava muito ele e isso naturalmente passou para mim. Longe de mim ter a audácia de querer me comparar a ele (risos), mas acho que o estilo de jogo lembra um pouco em algumas coisas, como tentar sempre jogar limpo. Aprendi muito com ele o fato de tentar antever o jogo e tentar ter a leitura correta da jogada, o que ele faz com maestria. Espero, no futuro, poder chegar perto do nível dele.
PAPO COM JUAN AJUDOU NA DECISÃO CONTRA O VASCO
Recuperando a melhor forma física após a cirurgia no tornozelo direito, realizada em setembro, Juan pouco atuou pelo Flamengo nesta temporada. Atuou três minutos diante do Madureira, na fase de grupos da Taça Rio.
Contudo, pela liderança que exerce no elenco, foi o camisa 4 quem levantou a taça do Campeonato Carioca, conquistada sobre o Vasco. Mesmo sen entrar em campo, Juan teve participação nas vitórias, revelou Léo Duarte ao LANCE!.
- Até hoje antes dos jogos ele conversa comigo, fala das características do atacante adversário. No primeiro jogo contra o Vasco ele deu muitos conselhos para mim e para o Rodrigo (Caio) sobre como conseguiríamos antecipar o centroavante deles, e acabou dando certo. É um cara de uma vivência enorme do futebol, sabe muito da posição e sempre passa conselhos sobre o que fazer.
LÉO DUARTE - ZAGUEIRO DO FLAMENGO
Você tem como companheiro um dos ídolos e dos grandes zagueiros revelados pelo Flamengo. Como é ter essa oportunidade de dividir os treinos, o vestiário com Juan?
É incrível! O Juan faz tudo com muita simplicidade e tranquilidade. Ele ganha o respeito de todos aqui dentro não apenas pelo futebol que jogou e pela história que tem no futebol, mas também pela pessoa que é e pelo caráter que tem. Fico muito feliz por ter tido a honra de estar ao lado dele nesses três anos, os meus três primeiros anos como profissional.
A trajetória dele, tanto no Flamengo quanto na Europa e na Seleção Brasileira, é algo para se admirar. Pensa em seguir esses passos?
O Juan tem uma carreira brilhante, uma carreira limpa, nunca o vi dando pontapé em ninguém, nem sendo alvo de polêmicas. Sempre foi muito respeitoso e por isso é muito respeitado, além de ser um excelente jogador e um cidadão exemplar com uma família linda. Esses são os passos que pretendo seguir no futebol e ficarei feliz se conseguir chegar perto de tudo que ele fez.
Enquanto você iniciava sua trajetória no futebol, Juan vivia seu auge, atuando pelo Brasil em 2 Copas, por exemplo. Chegou a imaginar, um dia, que atuaria ao lado dele?
Lembro que em 2006, quando eu tinha 10 anos, foi a primeira Copa que ele jogou. Eu assistia com meu pai e meu irmão e o meu pai já admirava muito ele porque também jogava na zaga. Mas com toda sinceridade não imaginava jogar do lado dele porque sempre foi uma coisa muito distante para mim. Mas Deus foi tão bom comigo que me proporcionou isso e proporciona coisas que antes seriam impossíveis para mim, mas para Deus nada é impossível.