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Luiz Gomes: ‘Hugo e Diego Alves, dois extremos de um mesmo problema’

'Os holofotes e os cifrões rubro-negros se voltam o goleiro do Athletico. Mas será Santos uma solução?' Leia a coluna deste domingo!

Diego Alves e Hugo - Flamengo
imagem cameraDiego Alves e Hugo, goleiros do Flamengo, vivem momento instável (Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 05/03/2022
17:17
Atualizado em 06/03/2022
08:15

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Nas duas últimas temporadas, a zaga foi o grande tormento da torcida rubro-negra. Com Rodrigo Caio muito mais no estaleiro do que no campo, Gustavo Henrique, Léo Pereira sem convencer, Bruna Viana sem dizer a que veio, bola cruzada na área do Flamengo tornou-se um martírio. As contratações de David Luiz e, agora, de Fabrício Bruno aliviaram um pouco as tensões e deram ao menos uma dose de confiança ao time e à Nação.

Problema resolvido? Muito longe disso. Na verdade, a insegurança apenas mudou de posição, passou a mostrar as caras debaixo dos paus. E ninguém mais confia nos goleiros do Flamengo.

Hugo Souza e Diego Alves estão em campos opostos, mas têm na idade a explicação para boa parte das falhas recentes. Aos 23 anos, Hugo carece de experiência. Aos 36 anos, Diego mostra ter dificuldades para reencontrar a boa forma, os reflexos, a agilidade depois de períodos de recuperação – paradas que tendem a ser cada vez mais longas frequentes daqui para a frente.

Hugo entrou no time principal quase que por acaso. Aos 21 anos foi escalado naquele jogo em que a Covid abateu quase todo o time do Flamengo contra Palmeiras no Allianz Parque. Teve ótima atuação e chamou a atenção da mídia. Ganhou novas oportunidades e caiu nas graças da torcida. Chegou a virar titular. Deslumbrou-se, terminou um noivado que parecia firme, passou a ser notícia também fora do campo. E por pouco não caiu em desgraça numa entregada que custou ao Flamengo a eliminação da Copa do Brasil num jogo com o São Paulo. Amargou a reserva do reserva, com a ascensão de Gabriel Batista, hoje emprestado ao Sampaio Correia. Mas tomou juízo e voltou a ser opção.

Hugo tem um alto potencial. Proporcional aos seus 1,99m de altura. Mas está longe de ser um goleiro pronto. Tem claras deficiências no jogo com o pé, alguma dificuldade em sair do gol nas bolas cruzadas e na reposição. Nada que não possa ser corrigido com treino, muito treino, e com a própria experiência. Mas o Flamengo não é lugar para experiências . O clube deveria fazer com ele o mesmo que fez com Gabriel: emprestá-lo para um time menor da Série A ou Série B onde adquirisse cancha, aprendesse com seus erros e crescesse para voltar mais lapidado ao Ninho do Urubu.

Diego Alves é um dos líderes do elenco. É uma referência para os mais jovens que chegam da base. E um pilar para os veteranos. É inegável que construiu uma linda e rica história no Flamengo, foi um dos heróis das conquistas de 2019. Mostrou ser muito mais do que um pegador de pênaltis – fama que trouxe da Europa. Mas, bem menos do que Rodrigo Caio, é verdade, ainda assim passou a enfrentar constantes problemas físicos e de contusões. E a cada período de inatividade vem deixando para trás a magia de suas defesas, gerando mais e mais insegurança. Absolutamente normal, que se diga, para um jogador – ainda que goleiro – na idade que tem e em um calendário desgastante e insano como o nosso

Mas será Santos uma solução?

Os holofotes e os cifrões rubro-negros se voltam para o goleiro do Athletico. Não há o que discutir das qualidades técnicas de Santos, um dos grandes – se não o maior – responsável pelo período de ouro do Furacão com os títulos de duas Sul-Americanas, da J.League/Conmebol e da Copa do Brasil, além de vices na Recopa Sul-Americana, na Supercopa e na Copa do Brasil. Tirá-lo de Curitiba para o Rio é fácil – basta pagar o que o Athletico pede – a multa de R$ 20 milhões pela rescisão do contrato. Negociar para baixar esse valor é que não será tarefa fácil.

O Furacão não se apega aos seus ídolos, isso já ficou claro nas saídas de Pablo, Marcelo Cirino, Rony e outros que ajudaram a construir a imagem de um clube vencedor. Não há nenhuma restrição a vendê-los, desde que a venda seja um bom negócio. Como poucos no Brasil, o Athletico sabe se proteger. E se valorizar. Tem uma política de estabelecer multas rescisórias elevadas mesmo para o mercado interno e não apenas visando a transações com o exterior. E é com esse tipo de negociador que o Flamengo vai se debater para tentar resolver o problema do seu goleiro.

Há outras opções no mercado? Façam suas apostas.

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