Mais de dois mil torcedores marcam presença no QG do Fla em Doha

A torcida do Flamengo acordou cedo neste sábado em Doha. Pela manhã, muitos já transitavam pelos dois pontos turísticos mais conhecidos: a região do mercado popular (Souq Waqif) e a avenida com calçadão que contorna o litoral, o Corniche. Com a abertura dos maiores shoppings (City Center e Corniche), centenas de camisas rubro-negras coloriam os corredores. Mas um grande contingente flamenguista estava mesmo naquele que se tornou o point oficial: o Belgian Beer Café, um restaurante no primeiro andar do Intercontinental, um dos hotéis de Doha que possuem autorização para vender bebidas alcoólicas (proibidas no país) e tem uma estação de metrô próxima. Com capacidade para 1.600 pessoas (levando em conta as que ficam em pé), o Belgian - que tem dois salões e uma grande varanda, - lotou. A fila para entrar demorava pelo menos meia hora e a direção do hotel resolveu liberar um segundo bar, o Paloma (para 200 pessoas), mas, ainda assim, outros 200 rubros-negros esperavam na fila pela saída de alguns para que pudessem participar da confraternização.

- Estive aqui no dia da semifinal e vim repetir a dose - disse Maria Alice, jornalista carioca que hoje mora em Portugal, mas que faz intercâmbio de seis meses em Israel e que veio a Doha apenas para ver os jogos do Flamengo.

- Meu pai ficou desesperado quando soube que eu sairia de Tel Aviv, pegaria um voo para Chipre e outro até Doha só para ver o Flamengo. E logo depois da partida deste sábado seguiria direto para o aeroporto. Meu voo sai neste domingo, às 6h45 da manhã - suspirava, enquanto tirava fotos da imensa fila.

E havia um motivo extra para a multidão de flamenguistas esperando para entrar no Belgian. No Qatar, uma cerveja comprada nos lugares autorizados custa 60 riyals, algo em torno de R$ 65. No Belgian, graças a um acordo conseguido pela Embaixada Rubro-Negra, o copo saía por R$ 30, desde que o torcedor mostrasse o token do Flamengo.

- Hoje é pra aproveitar - disse um torcedor com a camisa azul do clube e que, pela animação e estado etílico, deveria ter passado uma dezena de vezes no caixa.

A cada instante alguém puxava uma das músicas de apoio ao Flamengo, muitas selfies eram tiradas e, além de cerveja, os pratinhos de batatas fritas também eram campeões de vendas.

Tirando os funcionários que trabalham no hotel e um ou outro hóspede incauto que olhava para os bares e via um mar de camisas do time brasileiro (número 1, número 2, azuis, verdes, pretas, de camelô) , só havia rubro-negros. E dois seguranças enormes faziam a escolta da personalidade mais ilustre do local: o presidente Rodolfo Landim, que permaneceu no bar até por volta das 14h15 (8h15 de Brasília). O mandatário parava para tirar fotos a todo momento, sendo chamado de pé-quente nos títulos e bom negociador por conseguir um precinho um pouco menos salgado para a cerveja no QG Rubro-Negro em Doha.

- Aí não. Esse crédito da cerveja tem de ir para o Maurício Mattos - disse Landim, entre uma foto e outra, elogiando o trabalho do atual vice de embaixadas e consulados do clube. Logo em seguida, entrou no carro para acompanhar a delegação rumo ao estádio para a final do Mundial contra o Liverpool, deixando os quase dois mil torcedores se divertindo muito no Belgian.e nem tanto no Bar Paloma.

- Tem de abrir logo o Belgian pra gente. Aqui nesse outro bar,  um energético custa R$ 50, um prato com uma cerveja R$ 250  - disse um membro da 'Fla Califa' ainda esperançoso de pegar a reta final no bar que ficava do outro lado do hotel  antes de seguir rumo ao Estádio Khalifa com a massa.