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‘Não vou calar minha boca e jamais vão diminuir a nossa cor’, desabafa Gerson em rede social

Meia do Flamengo postou uma mensagem em novo tom de desabafo, por conta do lastimável episódio envolvendo Índio Ramírez, meia colombiano do Bahia

Imagens de Gerson pelo Flamengo
Gerson publicou uma mensagem comovente após episódio de racismo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

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O jogo deste domingo entre Flamengo e Bahia, no Maracanã, foi vencido pelo Rubro-Negro por 4 a 3, mas o embate pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro extrapolou a esfera esportiva. Houve um triste episódio de racismo apontado por Gerson, que relatou uma injúria racial proferida por Índio Ramírez, meia colombiano do Tricolor, durante o segundo tempo.

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Através de suas redes sociais, Gerson publicou uma mensagem comovente a respeito da luta contra o preconceito que trava desde a infância - como é realidade para todos os negros em uma sociedade racista. 

E Gerson também foi cirúrgico ao cobrar a necessidade do "antirracismo", além de realçar o seguinte: 

- É nojento conviver com o racismo e ainda mais com os que minimizam esse crime - diz parte da mensagem. 

Confira a postagem na íntegra: 

"Amo minha raça e luto pela cor."

- O "cala boca, negro" é justamente o que não vai mais acontecer. Seguiremos lutando por igualdade e respeito no futebol - o que faltou hoje do lado contrário. Desde os meus 8 anos, quando iniciei minha trajetória no futebol, ouço, às vezes só por olhares, o “cala a boca, negro”. E eles não conseguiram. Não será agora.

"Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista". Não adianta ter o discurso, fazer campanha, e não colocar em prática em todos os aspectos da vida, inclusive dentro de campo. O futebol não é algo fora da sociedade e um ambiente onde barbaridades como o “cala a boca, negro” podem ser aceitas.

É uma pena nós, negros, termos que falar sobre isso semanalmente e nenhuma atitude no esporte ser tomada a respeito. E é mais triste ainda ver a conivência de outras pessoas que estão dentro de campo e que minimizaram e diminuíram o peso do ato de hoje no Maracanã. É nojento conviver com o racismo e ainda mais com os que minimizam esse crime.

Não vou "calar a minha boca". A minha luta, a luta dos negros, não vai parar. E repito: é chato sempre termos que falar sobre racismo e nada ser feito pelas autoridades.

Racismo é crime. E deve ser tratado desta maneira em todos os ambientes, inclusive no futebol.

Não me calaram na vida, não me calaram em campo e jamais vão diminuir a nossa cor - escreveu o meio-campista do Flamengo.

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