As primeiras reações e o desafio do Fla após a conturbada ida ao Ceará
Jogadores enfrentam protestos da torcida no embarque e desembarque, com direito a tentativas de agressão, e diretoria terá trabalho para manter "ambiente saudável"
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As cobranças ostensivas e as tentativas de agressão aos jogadores, em especial a Diego, no embarque do Flamengo deixaram no elenco uma mistura de temor e revolta. Ainda durante a confusão no embarque para Fortaleza, no Aeroporto do Galeão, alguns atletas já mostraram a irritação com o ocorrido. Depois, com a situação tranquilizada, demonstraram solidariedade aos nomes cobrados.
A certeza é de que o protesto realizado no Rio já tem grande repercussão no clube. A violência contra o elenco foi condenada por todas esferas. Entre os jogadores, é aguardada uma posição firme e que medidas sejam tomadas para que o episódio não se repita. Existe o temor por ação ainda mais violenta em caso de um resultado que não seja a vitória diante do Ceará, no Castelão.
O maior temor é que - caso a relação entre torcida e um determinado jogador torne-se insustentável - algum atleta busque a rescisão contratual unilateral. Ou seja, tenha o vinculo com o clube encerrado sem qualquer compensação. Até agora, não houve movimento por parte de nenhum jogador neste sentido.
TORCIDA TAMBÉM PROTESTA NA CHEGADA
A delegação do Flamengo viveu momentos de temor ao embarcar no Rio de Janeiro, com um grupo de torcedores cercando os atletas e dando trabalho demais aos seguranças do clube. Na chegada à Fortaleza não foi diferente.
Os ânimos na capital cearense estavam menos acirrados e não houve violência, mas os atletas foram alvos das muitas pipocas arremessadas pelos torcedores presentes. Diego, camisa 10 e líder do grupos, foi outra vez o mais cobrado. O desembarque do Fla aconteceu por volta das 2h da madrugada de sábado.
Os gritos de "time sem vergonha" e "Flamengo é raça" e se misturaram com outros de apoio, como "estamos com vocês". Estes, de maneira mais tímida.
DESAFIO PARA OS "HOMENS DO FUTEBOL"
Além da cobrança por resultados melhores em campo e a definição no comando técnico do time, o diretor Carlos Noval terá mais um desafio à frente do departamento de futebol: contornar o descontentamento do elenco com o ocorrido e manter o ambiente "saudável" e com os jogadores motivados.
Ricardo Lomba, VP de futebol, também terá responsabilidade nesta função.
O mês de maio será determinante para a temporada rubro-negra. Na quarta, dia 2, o Flamengo estreia nas oitavas da Copa do Brasil diante da Ponte Preta, em Campinas. Ainda neste mês, a equipe realiza os dois jogos decisivos pela Copa Libertadores: dia 16 é contra o Emelec, no Rio, e dia 23, contra o River Plate, em Buenos Aires. A classificação no Grupo D só depende do Flamengo.
Noval foi o único membro da diretoria a viajar com os atletas para Fortaleza e, consequentemente, passar pelo protesto da torcida no Aeroporto do Galeão.
Como de costume, o presidente Eduardo Bandeira de Mello e outros dirigentes se juntarão à delegação antes da partida contra o Ceará, no domingo às 16h.
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