Em meio à pandemia do novo coronavírus, o Flamengo trabalha com afinco para retornar às atividades "no menor prazo possível", conforme salientado pelo próprio clube recentemente. Na última terça-feira, por exemplo, o presidente do Fla, Rodolfo Landim, esteve reunido com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, para acelerar a viabilização da volta aos treinos e jogos, em Brasília. Cabe destacar que Alexandre Campello, presidente do Vasco, também se fez presente.
E não é a primeira vez em que Bolsonaro aparece publicamente ligado ao Flamengo. A anterior havia sido no dia 17 de fevereiro deste ano, no Palácio da Alvorada, quando o presidente do país recebeu a diretoria do Rubro-Negro, além do técnico Jorge Jesus, para debater a respeito de mudanças legislativas para o futebol brasileiro - cujo tema principal foi clube-empresa.
Landim, Luiz Eduardo Baptista (vice-presidente de relações externas), Aleksander Santos (diretor de relações governamentais), Rodrigo Dunshee de Abranches (vice-presidente geral e jurídico) e Marcos Braz (vice-presidente de futebol) compareceram à residência oficial do governo em fevereiro, horas depois de o Fla conquistar a Supercopa do Brasil, diante do Athletico-PR e no Estádio Mané Garrincha, em dia no qual Bolsonaro se fez presente - mas sem declarar torcida para um dos lados.
A outra vez que Bolsonaro foi ao Mané Garrincha assistir ao Fla ocorreu no último jogo antes da parada para a Copa América de 2019, quando o time então comandado por Marcelo Salles venceu o CSA, em junho. Ele, naquela ocasião, ganhou dois uniformes autografados das mãos de dirigentes do clube.
BOLSONARO NO MARACANÃ
Por falar em estádio, Bolsonaro também esteve no Maracanã para vibrar como um torcedor do Fla. E a ocasião foi especial para o clube, pois tratava-se da despedida do time de Jesus no Maracanã na temporada passada, já com os títulos do Brasileiro e da Libertadores conquistados. O adversário era o Avaí.
Cerca de 360 seguranças foram destacados para fazer a segurança de Bolsonaro naquele dia, mais precisamente em 5 de dezembro. Junto ao ministro da economia, Paulo Guedes, e ao deputado federal Hélio Lopes, o presidente ouviu muitas vaias e aplausos, em um dos camarotes - onde cumprimentou Landim e outros dirigentes.
TORCIDA DE BOLSONARO NAS FINAIS
Pouco antes de ir ao Maracanã, Jair Bolsonaro não só voltou a estreitar laços com o Flamengo, como teve a intenção de propagar o clube. Durante visita a Pequim, em novembro, o presidente do Brasil presenteou o mandatário chinês, Xi Jinping, com um casaco do Flamengo, que havia classificado à final da Libertadores dias anteriores e foi chamado de "o melhor time do Brasil da atualidade" por representante brasileiro (saiba mais aqui).
Na decisão do torneio continental, aliás, Bolsonaro externou a sua torcida pelo Flamengo, durante a sua presença em um evento militar, no Rio. No dia da partida contra o River Plate, afirmara que "hoje todos nós somos Flamengo".
Depois, na final do Mundial de Clubes, entre Flamengo e Liverpool, Bolsonaro se manifestou em seu Twitter lamentando a derrota da equipe rubro-negra, em Doha, capital do Qatar:
CRÍTICAS NAS REDES SOCIAIS
A reunião entre representantes do Flamengo, presidente do Vasco e Bolsonaro tem sido amplamente repercutida nas redes sociais, desde ontem. Landim, por exemplo, foi alvo de diversas críticas, seja por viés político ou sanitário, inclusive pelo fato de os participantes não estarem utilizando máscaras - nem mesmo o chefe do deparamento médico do Fla, Márcio Tannure (veja aqui).
PELO APOIO
A estratégia do Flamengo para retornar às atividades segue a todo vapor e, agora, soma-se às conversas presenciais com Bolsonaro, que vê com bons olhos a volta do futebol. Ele, inclusive, já tinha sugerido Brasília como palco da sequência do Campeonato Carioca, conforme informou o jornal "O Globo", no fim de abril.
Rodolfo Landim visa o apoio direto de Jair Bolsonaro para que os protocolos elaborados pelo Flamengo de prevenção à COVID-19 sobreponham-se neste momento. E a ida a Brasília se dá em um momento em que o governo e a prefeitura do Rio de Janeiro não têm autorizado as práticas esportivas.
A aguardar as consequências desta nova aproximação entre ambos.