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Vice de marketing do Fla fala sobre estratégia: ‘Não é estampar marca e esquecer’

Daniel Orlean conversou com o LANCE! para falar sobre parcerias em meio à crise

Daniel Orlean (à direita) exibe patrocínio da Ohthopride (Divulgação)
Daniel Orlean (à direita) exibe patrocínio da Ohthopride (Divulgação)

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Enquanto muitos são afetados pela crise econômica que atinge o Brasil, o Flamengo não tem do que reclamar quando o assunto é patrocinínio. Recentemente, o Rubro-Negro fechou um acordo com a Carabao, que vai render, no mínimo, R$ 190 milhões, ao longo de seis anos. Para falar sobre este e outros assuntos, o LANCE! conversou com o vice-presidente de marketing do clube, Daniel Orlean. Ele explica como o Fla vem fechando bons acordos.

– Existe uma crise no mercado, mas as empresas estão encontrando no Flamengo uma plataforma até para crescer durante a crise, para se tornarem mais conhecidas, a preferência do público. O Flamengo tem a postura de não ser mídia, mas sim de ser um parceiro estratégico – diz Orlan, que costuma mostrar possibilidades de retorno a eventuais investidores.

– Todo o parceiro novo que chega, nós sentamos e vemos onde otimizar o recurso que ele vai trazer, como fazer atividades e mostrar o retorno deste investimento. Não é estampar uma marca na camisa e esquecer. É estampar uma marca na camisa e ver o que isso vai lhe converter em novos franqueados, clientes e contratos. É isso o que fazemos com os nossos parceiros, é mostrar o retorno. Durante um cenário de crise, o parceiro que mostra retorno sai na frente – pondera.

Além da Carabao, o Flamengo contará com outros patrocinadores na camisa neste ano. A Caixa Econômica Federal negocia para renovar o vínculo com o Rubro-Negro agora por R$ 30 milhões. A Yes investe R$ 6 milhões para estampar sua marca na barra do uniforme. Já a MRV fica acima do número, por R$ 7 milhões. A Tim tem seu logotipo estampado dentro dos números, por R$ 4 milhões. Além disso, há o acordo com a Adidas, que rende R$ 37 milhões anualmente, já contando o investimento de R$ 10 milhões em material esportivo. 

Recentemente, o clube fechou investimento com a Orthopride para as categorias base. A Uber terá sua marca divulgada nos treinos do elenco profissional.

BATE-BOLA COM O DIRIGENTE - Daniel Orlean

Pergunta: Haverá projetos de marketing específicos para o Conca?

Daniel Orlean: O melhor projeto de marketing para um atleta é jogar bem, ele se recuperar e jogar bem. O resultado em campo é que viabiliza o marketing de acontecer. Não é fazer um trabalho específico para um atleta, mas sim um trabalho integrado para os atletas. Acreditamos que, com o Conca voltando bem, tenhamos essa plataforma de marketing esportivo funcionando muito bem, é muito mais do que futebol, é paixão, é a visibilidade que o Flamengo tem.

Pergunta: O acordo com a Carabao pegou muita gente de surpresa. Como foi feita esta negociação?

Daniel Orlean: Esta negociação não é resultado de um dia, é de meses de trabalho, dos nossos executivos Fred Luz, Bruno Spindel... Eles se dedicaram muito para trazer esta gestão séria. A Carabao queria entrar no Brasil. Ela procurou agências esportivas, agências de publicidade, consultorias para identificar qual era a melhor plataforma para construir a marca no Brasil. O Flamengo foi citado e foi escolhido pelo parceiro da Carabao para trabalhar junto neste lançamento. Então, foi um trabalho de muitos meses, quase consultivo de venda. Não surpreendeu o Flamengo, pois era um trabalho que vinha sendo feito há três meses. Trata-se de um parceiro de nível internacional, está na Ásia e na Europa. Não foi uma construção do dia para a noite. 

Pergunta: Com muitos patrocinadores fechados para a camisa, como avançar?

Daniel Orlean: Tenho reforçado bastante que a camisa é o principal, mas não é a única coisa. Estamos construindo uma plataforma de marketing no futebol brasileiro. A camisa é um marco forte, mas enxergamos muito além disso. O Flamengo tem um potencial incrível que precisa ser explorado de propriedades de marketing. É um marco, mas não é o objetivo final.

Pergunta: O acordo com a Carabao tem seis anos, muito longo para os padrões do futebol brasileiro. Era o objetivo do Flamengo conseguir um parceiro por tanto tempo assim?

Daniel Orlean: Era um interesse de ambas as partes (contrato longo). Eles têm o objetivo de construir a marca no Brasil e nós temos o objetivo de construir esta plataforma de marketing esportivo no Brasil. Então, um produto novo que chega demora a ganhar atração, não pelo público, mas pela rede de distribuição, vendas... Pensar em curto prazo com a Carabao não era nosso objetivo. O mais inovador não é o prazo, é o fato do Flamengo ganhar junto. Os valores que foram divulgados são da garantia mínima que temos. Vamos construir, ao longo dos anos, uma maneira do Flamengo ganhar junto. A cada latinha vendida, a partir de um determinado patamar, o Flamengo ganha. Quanto mais o produto adotar este produto, mais eles vão investir. A inovação verdadeira é trabalhar em conjunto para que este produto cair no gosto do brasileiro.

Pergunta: O Flamengo está muito próximo de fechar um novo acordo com a Caixa Econômica Federal, agora por R$ 30 milhões. Está otimista?

Daniel Orlean: Falar sobre parceiros em andamento atrapalha. A Caixa é fundamental para o esporte brasileiro, foi viabilizadora de muita coisa, não só para o Flamengo. Temos sentado com a Caixa, e estou otimista. Não dá para falar de valores, são parceiros que gostamos e confiamos, que gostaríamos de continuar trabalhando juntos. 

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