Abel Braga chega a 20 títulos com clubes cariocas e reforça relação ‘de alma’ com o Fluminense
Abel Braga conquistou o penúltimo título do Fluminense no Carioca; técnico faz sua quarta passagem e demonstra identificação pelo clube
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Foram dez anos até que o Fluminense pudesse levantar novamente a taça do Campeonato Carioca. Olhando para aquele título e para o atual, duas figuras se repetem: Fred e Abel Braga. A quarta passagem do treinador pelas Laranjeiras teve tantos elementos que parece durar anos e não apenas 108 dias. De pressão à redenção, o veterano coloca seu nome em mais um capítulo da rica história depois do empate por 1 a 1 com o Flamengo, que, somado à vitória na última quarta-feira por 2 a 0, deu o troféu ao Tricolor.
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- Aqui tudo começou para mim. Eu era um menino que morava na Penha, estudava, era classe média baixa. Depois veio a faculdade, mas sempre fui aprendendo muito. Desde o início aprendi muito, com o primeiro treinador, que era um grande homem, o Pinheiro, e uma série de pessoas que eram diretores. E foi passando de presidente para presidente, até que chega um momento profissional em que você tem que deixar o sentimento um pouco de fora. Saí para um outro grande clube, o Vasco, fui para a Seleção, para o PSG... mas a relação com os tricolores é muito forte. Não quero e nem devo ser unanimidade, mas sei que eles gostam de mim da mesma maneira que amo eles. E vocês viram o que eles transmitiram de energia para a equipe em campo. Os caras se superaram - disse o técnico após o título estadual.
A história de Abel com o Flu vai muito além das linhas da área técnica, dos vestiários e do CT. Como ele mesmo disse após o título da Taça Guanabara, a relação passou pelo momento mais triste da vida do treinador, que foi abraçado por clube e torcida ao perder João Pedro Braga, o filho mais novo, em julho de 2017. O corpo foi velado no Salão Nobre de Laranjeiras. "O Fluminense é muito mais que minha idoneidade e meu caráter, é a minha alma", disse o técnico no momento da emoção.
Quando foi anunciado em dezembro, Abel Braga sofreu diversos questionamentos antes mesmo de comandar o primeiro treino. Apesar de vencedor e identificado com a história do clube, o treinador não era sinônimo de futebol inovador e confiança recente. Nas primeiras partidas, especialmente pela reserva de Paulo Henrique Ganso, xingamentos, gritos de "burro" e muitas cobranças pelo futebol ruim apresentado. A derrota para o Bangu na estreia parecia representar o pior pesadelo do tricolor, que sonhou com o alto investimento e via um time bagunçado em campo.
A maré começou a virar com a sequência de 12 vitórias consecutivas, o título da Taça Guanabara e o primeiro pé na fase de grupos da Libertadores, mas no fim tudo mudou tão rápido como começou. A divulgação da venda de Luiz Henrique desencadeou episódios que passaram da eliminação para o Olimpia (PAR) na competição continental, intimidação no desembarque no aeroporto e a quase queda para o Botafogo na semifinal do Carioca, quando Abel voltou a ser chamado de "burro". A final, mesmo que ainda sem um ótimo futebol apresentado, pode significar novamente uma virada de chave dessa relação tão intensa.
Abel Braga tem história no Fluminense e no futebol do Rio de Janeiro. Com esse Estadual, ele atingiu a marca de 20 troféus conquistados em clubes cariocas, juntando sua carreira de jogador e treinador. Ele só não levantou um título pelo Botafogo entre os quatro grandes. E é no Flu onde Abelão teve mais conquistas: foram 13 troféus, sendo cinco Taças Guanabara, cinco Campeonatos Cariocas, duas Taças Rio e um Campeonato Brasileiro.
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