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Abel se emociona ao falar do filho e relembra solidariedade no país

Em entrevista ao "Seleção SporTV", treinador ainda falou sobre a derrota para o Avaí na Copa do Brasil e a relação com os meninos da base

Coletiva - Abel Braga - Fluminense
Abel recordou o período após o falecimento do filho (Foto: Lucas Merçon/Fluminense)

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Em entrevista emocionada ao programa "Seleção SporTV", o técnico Abel Braga abiu o coração e relembrou a tragédia que resultou na morte do filho João Pedro em julho de 2017. Ele falou sobre o apoio que recebeu de pessoas próximas, torcedores e personalidades do mundo do futebol.

- Sou um cara extremamente religioso. Acredito muito em Deus, tenho uma família fantástica. Um filho fantástico, mulher fantástica, amigos fantásticos, que não são aqueles que precisamos ligar todos os dias. Consegui separar bem o momento da lágrima, do choro. Tem hora que (choro) em conjunto com a mulher, porque sabemos que essa saudade não se apaga, a dor, esse vão que fica na nossa frente que não vamos conseguir reconstruir. Você fica meio sem chão. Mas o meu trabalho e a solidariedade que recebi do país... - começou Abel.

- A solidariedade foi fantástica, de clube, do país e dos meus torcedores principalmente. Ele quis mostrar para o Brasil em que eu, como treinador, como ser humano... Não sei se ele quis aumentar muito essa relação marido, mulher, filho (Fábio), de a gente agora estar sempre muito mais agarrados. Apesar de tudo, com muito mais preocupação de um com o outro, até pelo que vivemos no Rio. Eu não consigo entender muito bem. É um tempo muito curto. Me senti forte de uma coisa que eu desconhecia - disse.

João Pedro Braga caiu da cobertura de um prédio no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Mesmo apoiado na religiosidade, Abel diz ainda não entender a razão pela qual o filho morreu. No entanto, diz acreditar no que um amigo espírita lhe disse.

- Ele foi cedo, e a gente pergunta o porquê. E essa é a pergunta da minha mulher: 'por que teria que ir com 19 anos se não viveu nada, não me deu neto? Por que Deus levou ele? Por que era o tempo dele?' O pai e mãe não entendem isso. Um amigo espírita me disse que ele tinha vindo fazer uma missão muito curta aqui e eu fico perguntando sempre que missão foi essa - falou.

Relação com os meninos da base e momento

Com um elenco formado por muitos jovens, o Fluminense ainda passa por um momento de afirmação. Depois de uma ótima sequência, inclusive com três goleadas, a equipe acabou derrotada pelo Avaí no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Abel relembrou o começo no Tricolor, falou sobre a importância de ajudar na formação pessoal e profissional dos mais jovens e ressaltou a quantidade de jogos em pouco tempo.

- Digo para eles (mais jovens) que a chance não vai avisar a hora que chega. No futebol, 10 minutos mudam sua vida. Um jogo. É complexo. A cabeça tem que estar boa. O jogo contra o Avaí foi difícil. Tivemos 8,214 pessoas presentes no estádio. Ficamos contentes com esse número, mas não reflete a grandeza do Fluminense. Era uma equipe que não tinha perdido e só tinha levado um gol. Não tenho como ficar mudando a equipe. Tivemos pouco tempo de treinamento - completou.

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