Abel pode conversar com diretoria para tratar situação financeira do Flu
Atrasos de salários têm gerado desconforto internamente. Não conseguir manter compromissos em dia foi um dos motivos que fizeram Paulo Autuori deixar o Tricolor
Se dentro de campo a equipe do Fluminense acumula quatro jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro (empate com o Grêmio e derrotas para Paraná, Flamengo e Atlético-MG), fora dele, a situação financeira tem gerado desconforto. O técnico Abel Braga, inclusive, pode ter uma conversa com a diretoria para tratar do assunto.
Segundo o LANCE! apurou, há a intenção de que haja um encontro que seria, a princípio, para que o treinador e a cúpula do Tricolor pudessem colocar em pauta o momento pela qual o clube passa e tratar as carências .
Atravessando uma crise financeira e política, o Fluminense tem tido problemas para manter os compromissos monetários em dia. Esse ponto foi um dos que causaram a saída de Paulo Autuori, ex-diretor de futebol, do clube.
Recentemente, o Tricolor teve de recorrer a um empréstimo de cerca de R$ 3 milhões para quitar os vencimentos com atletas e funcionários. Atrasos nos repasses da “Valle Express”, atual patrocinadora master, contribuíram para a situação.
Além dos salários, a diretoria também está em débito com dois meses de direitos de imagem dos jogadores, além de premiações que haviam sido prometidas referentes ao Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana (competição que a equipe tricolor está na segunda fase).
Para esta temporada, houve uma reformulação e uma redução de aproximadamente 40% na folha salarial, que hoje gira em torno de R$ 5 milhões.
A situação financeira delicada fez com que o Fluminense fosse com cautela ao mercado, em busca de reforços. Para o Campeonato Brasileiro, por exemplo, as novas peças do elenco (zagueiros Luan Peres e Nathan Ribeiro, volante Dodi e atacante João Carlos) chegaram sem custos aos cofres.
Balanço com reajuste
Há cerca de um mês, o Fluminense publicou o balanço financeiro referente a 2017 (duas semanas após o prazo estabelecido pela Lei Federal Nº 9.615, conhecida como "Lei Pelé", que era fim de abril), com reajustes em relação aos anos de 2015 e 2016 - ambos na gestão Peter Siemsen.
O documento mostra um déficit R$ 67,869 milhões, o maior de um clube da Série A do Brasileiro. Além disso, quanto ao exercício de 2016, aponta um déficit de R$ 13,457 milhões, diferente do superávit de R$ 8,342 milhões apresentados à época.