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Abel tenta impedir tetra que ele mesmo começou no Flamengo para levar Fluminense ao título carioca

Treinador está pressionado no Tricolor e vê taça no Estadual como oportunidade para retomar confiança e tirar o clube da fila

Olimpia x Fluminense - Abel Braga
imagem cameraAbel Braga chega pressionado no Fluminense em final contra conhecido Flamengo (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 29/03/2022
16:02
Atualizado em 30/03/2022
06:00

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O terceiro clássico seguido entre Flamengo e Fluminense em finais de Campeonato Carioca começa nesta quarta-feira, às 21h40, no Maracanã. Dentre tantos personagens importantes, um deles não estará dentro do campo, mas fora. Hoje no Flu, Abel Braga tenta encerrar o jejum que vem desde 2012, quando ele mesmo conquistou o título, além de impedir que o Fla alcance a marca inédita do tetracampeonato que o próprio treinador ajudou a iniciar há três anos.

Apesar da glória final ter sido alcançada por Jorge Jesus, foi Abel quem iniciou o ano mágico do Flamengo em 2019. Mas a passagem pela Gávea meses depois de ter se desligado do Fluminense no meio de 2018 não foi positiva. Com reforços de peso, como Arrascaeta, Gabriel Barbosa, Bruno Henrique e outros, o treinador conquistou o título do Carioca contra o Vasco, mas sofreu com críticas da torcida e problemas com a diretoria.

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Já no Fluminense, Abel foi contratado por ser um treinador que já conhece e é identificado com a história do clube, mas sofreu duras críticas antes mesmo de estrear. Chamado de "burro" logo nos primeiros jogos, ele superou a desconfiança conquistando 12 vitórias consecutivas, mas viu isso tudo ruir em menos de duas semanas. As péssimas atuações e a eliminação na terceira fase da Libertadores culminaram em um ambiente de muita pressão que amplia a cobrança sobre o time às vésperas da final.

PROBLEMAS NO FLA

Foram cinco meses conturbados na relação entre técnico e clube. A pressão externa e os questionamentos internos fizeram com que a paciência de Abel acabasse e ele pedisse para deixar o Fla em maio de 2019. Naquele momento, inclusive, Jorge Jesus já era o preferido para assumir o comando. O desgaste atingiu o auge após a derrota para o Internacional em Porto Alegre, quando o treinador afirmou que o Beira-Rio era o estádio mais bonito do Brasil, declaração que pegou mal entre os torcedores, além de ver como "normal" o resultado.

Em junho, Luiz Eduardo Baptista, então vice de Relações Externas do Flamengo, afirmou que as entrevistas do treinador foram motivos de discussões entre a direção rubro-negra. "A gente achava e discutia, que ele deveria estar de sacanagem. A gente pensava, ou ele bebeu, ou estava drogado", afirmou Bap. No mesmo dia, Abel se posicionou, classificando como "decepção" e avisou que resolveria na Justiça, o que aconteceu. Em março deste ano, o dirigente teve uma derrota e foi condenado a pagar uma indenização de R$50 mil, destinada pelo treinador aos afetados pela da tragédia do Ninho do Urubu.

A relação seguiu com rusgas e até se intensificou quando o Internacional, comandado pelo veterano, acabou perdendo o título do Campeonato Brasileiro de 2020 para o próprio Flamengo. Na avaliação de Abel Braga, as rodadas finais tiveram "coincidências" que favoreceram o Fla e prejudicaram o Inter e "aconteceram coisas absurdas".

- Teve (coincidência) a favor e teve contra. A coincidência foi ter acontecido em dois jogos finais. Aconteceram coisas absurdas. Surpreendeu, (Raphael) Claus é o melhor (árbitro) do Brasil no momento. Foi um jogo fácil. A integridade deles está fora de questão, mas foram muito mal nos dois jogos coincidentemente a favor de um clube. Coincidência boa. Só dois jogos onde um foi prejudicado e outro favorecido - disse na época.

AMBIENTE CONTURBADO

Mas os problemas anteriores do lado rubro-negro podem servir apenas como mais um incentivo para Abel Braga triunfar no Fluminense e acabar com o sonho do tetra do Estadual, algo inédito na Gávea, mas que já aconteceu nas Laranjeiras em 1906, 1907, 1908 e 1909. O clima no CT Carlos Castilho é o pior desde a chegada do treinador no início da temporada. Em duas semanas, o Flu teve a venda de Luiz Henrique confirmada para o Real Betis (ESP), a eliminação para o Olimpia (PAR) na Libertadores e uma série de jogos ruins.

O treinador, vale lembrar, foi quem comandou o Fluminense no último título carioca em 2012, quando também conquistou o Campeonato Brasileiro. Ele e Fred são os representantes daquela equipe e tentam recolocar o Tricolor no caminho dos troféus, uma das prioridades na atual temporada. Mas a missão não será simples. Apesar de um ótimo retrospecto recente contra o Flamengo, com uma derrota em oito jogos, e de só ter perdido um clássico em 2022, as atuações preocupam.

A torcida deixou o último jogo cantando "time sem vergonha" e cobra uma melhora na equipe. Uma das grandes críticas é ao sistema de jogo. Contra o maior rival, o Fluminense de Abel Braga terá uma chance de ouro de deixar para trás todos os problemas e retomar a confiança em grande estilo.

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