Altos e baixos, experiência e bola aérea: o que esperar de David Braz no Fluminense
Zagueiro está encaminhado com o Tricolor carioca e disputará vaga com Luccas Claro, Nino, Matheus Ferraz, Frazan, Reginaldo e Luan Freitas
Depois de fechar com o lateral-direito Samuel Xavier e o volante Wellington, o Fluminense está próximo de acertar com o zagueiro David Braz, do Grêmio. O jogador, aguardado para exames médicos, assinará contrato até o fim de 2022 e chega para disputar posição em um setor quem vem passando por turbulências neste início de temporada. A seguir, o LANCE! traça um raio-x do novo reforço do Tricolor carioca.
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Com a camisa do Grêmio por torneios nacionais e internacionais desde 2019, David Braz tem 54 jogos, sendo 44 como titular, seis gols e duas assistências. De acordo com o "SofaScore", foram 188 cortes, 58% de duelos aéreos ganhos, dois erros defensivos e dois cartões amarelos. Ele vinha sendo o reserva da dupla Pedro Geromel e Walter Kannemann, mas foi bastante utilizado mesmo assim. Um de seus pontos fortes é a recuperação de bola.
Aos 34 anos, David é criado no Palmeiras e teve uma rápida passagem pelo Panathinaikos, da Grécia, entre 2008 e 2009, quando se transferiu ao Flamengo. Pelo Rubro-Negro, foi campeão do Brasileiro, marcando um dos gols da partida que deu o título ao Fla. Em 2012, o jogador foi envolvido em uma troca e desembarcou no Santos.
Veja a tabela do Campeonato Carioca
Em 2013, Muricy Ramalho afirmou que ele não seria aproveitado e, por isso, acabou emprestado ai Vitória. Após o início como titular, perdeu a vaga, chegou a ser afastado e voltou à equipe santista. No início ele não ficaria, mas com as lesões no elenco isso mudou. Ele deixou o clube novamente por empréstimo em 2018, quando esteve no Sivasspor, da Turquia, onde foi titular, até meados de 2019. Neste momento, acertou a ida para o Grêmio.
Na carreira, o defensor tem título do Brasileirão em 2009, o Campeonato Paulista de 2008 pelo Palmeiras e os de 2015 e 2016 pelo Santos, onde também conquistou a Recopa Sul-Americana de 2012. Além disso, o Carioca de 2011 no Flamengo, o Baiano de 2013 no Vitória e o Gaúcho 2020 com o Grêmio. A rodagem, portanto, traz experiência ao grupo de um atleta que já disputou Libertadores, por exemplo.
Mas o que esperar de David Braz? Certo é que a concorrência para titularidade será acirrada, já que Luccas Claro e Nino são incontestáveis neste momento. O segundo ainda sonha com a possibilidade de ser convocado para a Seleção Brasileira nas Olimpíadas e pode desfalcar o grupo por algum tempo.
Já Matheus Ferraz, o reserva imediato, já é mais veterano, sofreu uma lesão no joelho e não tem previsão de retorno ainda. Dentre os mais jovens, as opções são Frazan, que pode ir para o Botafogo e tem sido contestado, além de Reginaldo, ainda não utilizado, e Luan Freitas, que precisou passar por cirurgia e está fora de combate. Veja a seguir opiniões de jornalistas que acompanharam o jogador nos últimos anos.
Bruno Soares, da Rádio Grenal
Zagueiro destro, que atua pelos dois lados, mas preferencialmente pelo lado esquerdo. Bom no desarme e na bola aérea, mas lento. Boa finalização de longe, tanto com bola rolando quanto em falta. Até onde sabemos, bom de grupo. Ele quase sempre foi a primeira opção pra Geromel e Kannemann, e o entendimento era que tinha nível de titularidade. Mas ele errou contra o Santos na Libertadores e virou a última opção, atrás do Rodrigues e do Paulo Miranda. Depois, quando recebeu algumas oportunidades, acabou não indo muito bem. Eu não o mandaria embora, o ano foi terrível pra quase todos os jogadores do Grêmio e alguns vão pagar por isso.
Fábio Lázaro, repórter do LANCE! e ex-setorista do Santos
No Santos, o David Braz se tornou um dos símbolos do que os torcedores chamam de "Geração do Quase". Até mesmo em seus melhores momentos, onde era titular absoluto do clube e um dos capitães, ele não era unanimidade, justamente porque alternava boas e ruins atuações de um jogo para o outro. Nunca foi constante com a camisa santista, inclusive a troca entre o Peixe e o Grêmio, em 2019, é visto no Alvinegro como uma das melhores trocas já feitas, pois envolveu Marinho, que há época estava em baixa no Tricolor Gaúcho, e hoje é o principal atleta santista.
Foram quase cinco temporadas completas pelo Peixe e dois títulos, ambos Paulista (2015 e 2016). Na primeira conquista, inclusive, ele foi autor do primeiro gol da vitória por 2 a 1 contra o Palmeiras, clube que o revelou, resultado que levou a decisão para os pênaltis, e o Peixe sagrou-se campeão.