ANÁLISE: briga entre Marcelo e Mano é um retrato da temporada do Fluminense
Lateral rescindiu contrato com o Tricolor
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A temporada do Fluminense no ano de 2024 está longe do que se esperava após o título da Libertadores em 2023. O clube se reforçou e dobrou a aposta para o ano seguinte, mas parece que tudo deu errado. Identificar exatamente o porque as coisas não funcionaram, em um cenário de tantas variáveis quanto é o futebol, é impossível. Porém, a confusão com Marcelo e Mano Menezes, que resultou na rescisão do lateral, pode ilustrar com certa precisão o momento do clube.
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Dentro das quatro linhas, tendo um olhar mais "campo e bola", ainda com Diniz, o Fluminense vivia no passado. O time que nas temporadas anteriores ficou marcado por se doar muito fisicamente parecia desinteressado. Não tinha gana para criar chances no ataque e muito menos para as exigentes transições defensivas do modelo de jogo de Fernando Diniz. Os jogadores davam a entender que acreditavam poder vencer jogos e mudar a situação do clube quando quisessem. O que não aconteceu.
O elenco, junto com o técnico, se apegou ao que deu certo no passado, e parou de andar para frente. No futebol, que não evolui, fica para trás. Os resultados, que deixaram o Fluminense com uma das piores campanhas da história do Brasileirão, culminaram na demissão de Fernando.
Com um combo de mudanças, o Tricolor conseguiu, aos poucos, deixar a situação menos pior. A chegada de Thiago Silva, somado ao retorno de Arias e André, ajudou o novo técnico - Mano Menezes - a ter um respiro. Hoje, com 37 pontos no Brasileirão, apesar de ainda correr risco de rebaixamento, a situação melhorou.
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Mesmo assim, ainda que o aproveitamento desde que Mano assumiu seja melhor, a herança do momento terrível no primeiro semestre ficou. Existe um conflito do que o Fluminense foi em 2022 e 2023, e o que o time precisa ser para voltar para o lugar que alcançou nos últimos anos.
O conflito entre Marcelo e o atual treinador na beira do gramado, nesta sexta-feira (1), contra o Grêmio, ilustra - em partes - a situação. O jogador foi chamado para entrar na partida próximo do fim do segundo tempo e após se desentender com Mano, a substitução mudou, e o camisa 12 não entrou. A briga, em menos de 24h, resultou na rescisão do contrato do lateral com o clube.
A preferência do técnico gaúcho por Diogo Barbosa é um sinal de ruptura com Marcelo. A discussão, de forma até irônica, colocou frente a frente um Fluminense apegado ao passado e um Fluminense que tenta dar o próximo passo. De forma nenhuma, Marcelo não serve mais para o time. Assim como tudo que foi feito em 2023 não deve ser descartado. Da mesma maneira, isso não significa que Mano Menezes, simbolizando a tentativa de virada de chave do Tricolor, é o caminho certo a ser seguido. Porém a cena do conflito é um retrato da temporada e mostra o que o time precisa neste momento: mudar.
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