Análise: Fluminense volta a ter meio-campo espaçado, jovens sentem o jogo e decisão fica para a Argentina
Tricolor poderia ter se classificado em caso de vitória ou até empate no Maracanã, mas equipe fez um dos piores jogos na competição
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A derrota em casa na Libertadores, por 2 a 1, para um desfalcado Junior Barranquilla ligou o alerta dentro do Fluminense. Além de ter perdido a oportunidade de se classificar de forma antecipada às oitavas, caso tivesse vencido ou empatado a partida, o Tricolor viu a invencibilidade de 12 jogos ir por água abaixo. Assim, com um meio campo bagunçado, crias de Xerém irreconhecíveis em campo e marcação completamente passiva, o Flu agora volta as atenções para o Carioca, mas a preocupação na Libertadores começa a surgir. Veja abaixo a análise do LANCE!.
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Antes de falar da partida, vale ressaltar que esta não foi a primeira vez que o Flu assustou sua torcida jogando no Maracanã. Contra o Santa Fe, na quarta rodada, o Tricolor começou perdendo, mas conseguiu virar o jogo, embora tenha feito uma partida abaixo do esperado - ainda mais atuando no Rio de Janeiro. Sair atrás aconteceu também diante do River Plate, na estreia, mas a equipe buscou o empate. Já nesta rodada, com a classificação, a princípio, encaminhada, Roger Machado decidiu mexer e promoveu Cazares, Luiz Henrique e Danilo Barcelos, deixando Nenê, Gabriel Teixeira e Egídio no banco.
Em tese, nenhuma alteração surtiu efeito. De quem mais se esperava era Cazares, que apesar do bom início, principalmente após deixar Kayky na cara do gol, caiu de produção e ficou sumido em campo. Luiz e Danilo, por outro lado, foram mais do mesmo e também não se destacaram - o atacante foi outro a perder uma boa oportunidade na etapa final. Quem viu apenas os 20 últimos minutos do primeiro tempo pode ter se assustado com o placar. Àquela altura o Tricolor perdia um caminhão de gols. Foram ao menos quatro situações claras.
Porém, mesmo com tal volume de jogo, as rápidas subidas do Junior já ligavam o alerta para o que pioraria no segundo tempo: a marcação inofensiva do Fluminense e os incontáveis buracos deixados nos contra-ataques colombianos, principalmente - e até de forma surpreendente - do lado direito. Os visitantes perceberam que esse era o caminho mais óbvio para as melhores investidas da equipe e abriram o placar aos 35 do primeiro tempo.
Logo de cara, ficou evidente que a noite não estava boa para os jovens do Flu. No lance, Martinelli e Calegari se confundiram na marcação e abriram uma avenida para Fuentes cruzar. Isso porque, com o mal posicionamento do lateral, o volante demorou para ler a jogada e não subiu a tempo para evitar a efetividade do ataque. Vale lembrar que o time de Barranquilla contava com seis desfalques. Entre eles, estavam o goleador Borja e o meia Hinestroza, um dos principais articuladores da equipe. Isso somou-se às chances claras perdidas por Kayky e Luiz Henrique.
Martinelli, inclusive, que ainda não se encontrou na Libertadores. Não é de hoje que o jovem meio-campista não apresenta o mesmo ímpeto visto em outras competições, no torneio sul-americano. Além disso, contra o Junior, o volante deu muitos espaços nas coberturas e, junto a Calegari, foi um dos piores em campo. Inexperiência essa que é natural da pouca idade e tempo no profissional. Logo, por mais que não haja este período de aprendizagem necessário, é preciso saber que os jovens vão falhar e tal evolução demanda paciência, ainda mais em tamanha competição.
- Felizmente ou infelizmente a bola caiu nos nossos jogadores jovens. Em algum momento eles podem sentir. Faz parte do jogo. Na sequência o Fred errou de frente para o gol aberto. Criamos e não concluímos. Criamos no primeiro tempo como em outros momentos não havíamos feito - comentou Roger Machado em coletiva.
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Sem conseguir trocar passes e assustado com a velocidade colombiana, o Fluminense entregava a bola no pé do adversário no segundo tempo. Então, aos 4, Cetré recebeu em frente a área e teve uma liberdade assustadora para dominar, ajeitar o corpo e de fato marcar um golaço. Porém, a passividade de Luccas Claro, Martinelli e Nino na jogada, já deram indícios de uma equipe apática e sem iniciativa. Vale ressaltar que os primeiros dez minutos da equipe, talvez tenham sido os piores de toda a temporada.
Em falar em dar a bola para o oponente, isto vem sendo uma tônica do Fluminense, ainda mais na Libertadores. Entre os 32 times da competição, a equipe de Roger é a 28° em finalizações por jogo, 30° em passes certos por partida, além de ser a 30° em posse de bola (era o 32° antes de hoje, com uma média de 35,5% de posse por jogo). Assim, os espaços no corredor direito viraram rotina e o jogo ficou monótono por um bom tempo: Fluminense subia desesperado em busca do gol, recompunha mal e via o Junior chegar com perigo - majoritariamente nas costas de Martinelli, Calegari e Nino.
Não demorou muito para Roger colocar o banco à disposição. As mexidas até surtiram algum efeito, já que Nenê entrou bem e Abel Hernández e Biel mostraram a gana de sempre. Aliás, foi por meio dos três jogadores que o Flu conseguiu diminuir. Com o gol, o Junior assumiu o complexo de inferioridade e se fechou completamente. Luis Perea colocou mais um lateral em campo, tirou dois meia e fechou a equipe que antes jogava com leveza. Nesse sentido, o Flu martelava ao tentar tabelas, buscar enfiadas de Nenê e torcer para alguma das torres gêmeas (Abel ou Bobadilla) conseguir superar a defesa colombiana.
Sem nenhuma jogada extraordinária, o placar se manteve como o jogo propôs e, assim, o Flu viu a classificação antecipada se afastar. Agora, a decisão de quem passará de fase fica para o dia 25, em Buenos Aires (ARG), já que Fluminense e River Plate se enfrentam no Monumental de Nuñez para sacramentar a fase de grupos.
Antes disso, porém, o Flu volta a campo neste domingo, às 21h05, contra o Flamengo, em partida válida pelo jogo de volta da final do Campeonato Carioca. O duelo que será no Maracanã, por enquanto, está com a igualdade no agregado, já que as equipes empataram em 1 a 1 no primeiro confronto.
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