Uma reunião na tarde desta quarta-feira, nas Laranjeiras, encaminhou uma antecipação da eleição presidencial do Fluminense. Segundo o presidente Pedro Abad, haverá a formalização da proposta para que seja apresentada aos sócios e estes possam decidir se são favoráveis a um novo pleito. Depois deste trâmite, caso seja decidido por nova eleição, haverá a convocação, obedecendo os prazos regidos em estatuto. Participaram do encontro 18 pessoas, sendo lideranças dos diversos grupos políticos do Tricolor.
Alguns detalhes não foram divulgados, como se o pleito seria para um mandato tampão até novembro ou por quatro anos, mas Abad afirmou que, em breve, tudo será esclarecido, garantindo que nenhum eleito perderá os poderes adquiridos.
- Embora não seja fácil 18 pessoas terem a mesma opinião, a maioria caminhou em determinado sentido em cada ponto do que foi debatido. A ideia está 95% fechada no que será esse movimento. Esperamos rapidamente colocar um edital para a convocação ds Assembleia Geral para a mudança de estatuto. Se os sócios aprovarem, fazer o edital da eleição - disse, apontando que o trâmite deve durar cerca de 70 dias.
Um dos pontos debatidos na reunião foi o artigo 150 do estatuto, que determina que qualquer mudança nas leis do clube só seja válida a partir da gestão seguinte. Abad, por sua vez, não acredita que esse seja um problema, uma vez que, segundo ele, o único ponto que será interferido é o mandato do presidente.
- Temos de entender que toda norma tem um objetivo. Essa regra visa impedir que um mandatário tente legislar de forma a aumentar seus direitos, criar mecanismo que impeça o serviço da democracia. A reunião de hoje foi sobre apenas a redução de mandato. Os bens tutelados, continuam a ser tutelados. Nenhuma das pessoas empossadas perderá poder, apenas haverá uma redução de alguns meses no mandato do presidente - avisou.
Abad explicou ainda o motivo de ter sugerido uma nova eleição presidencial antes do prazo previsto e não ter renunciado ao cargo.
- O problema hoje com o clube é a conexão com o torcedor. A crise financeira leva o clube a fazer esforços que o torcedor, às vezes, não entende como é necessário. Existe um entendimento de que a gestão não e competente para montar elenco. A pressão vai ficando forte e não se consegue reverte o imaginário do torcedor. Eu me sinto em condições totais, mas aceito uma nova proposta. Entendo que o momento precisa de outra atitude, por isso apresentei propostas. O impedimento eu não ia aceitar, é desprovido de fundamento. Não vou aceitar dizer que a gestão é temerária. Não renuncio porque não concordo que não tenho condição. Existe uma solução intermediária, que é devolver a quem me colocou aqui a opção de escolha - afirmou.
Sobre o futebol, o presidente do Fluminense garantiu que o planejamento mantém o curso e que o elenco será mais forte que o da temporada recém-finalizada.
- O futebol está sendo montado, estamos bastante satisfeitos com o rumo que as coisas estão tomando. O Fernando Diniz aceitou mesmo sabendo que isso poderia acontecer. Uma vez o contrato assinado, é o Fluminense assinando, não um presidente. Estamos montando o elenco normalmente. Paulo (Angioni, diretor de futebol) está à frente das negociações. O planejamento continua normal. Elenco vai ser forte e mais competitivo que o do ano passado. Não vejo problema nesta questão da transição.
Ao saírem da reunião, Celso Barros, Mario Bittencourt e Ricardo Tenório reafirmaram que estarão juntos em uma futura eleição, mas garantiram que o candidato da chapa ainda não foi escolhido.
Pedro Antônio, que dá nome do centro de treinamento do clube, não descartou ser candidato e se mostrou favorável a que exista um pleito para o ano de 2019 e outro visando o triênio de 2020, 2021 e 2022.