Ao L!, auxiliar de Odair revela rotina da comissão técnica e avalia trabalho no Flu: ‘O balanço é muito positivo’
Maurício Dulac é o braço direito do treinador e afirma que o trabalho não parou por conta da pandemia de coronavírus: 'Apenas as atividades em grupo é que estão suspensas'
Com a pandemia de coronavírus, sabemos que a rotina dos jogadores do Fluminense mudou. Eles receberam uma cartilha com instruções e recomendações para se cuidarem neste momento de quarentena. Portanto, estão treinando em casa, mantendo assim o condicionamento físico. E como será que está a vida dos membros da comissão técnica? O LANCE! foi atrás dessa resposta e conversou com o auxiliar técnico Maurício Dulac, braço direito de Odair Hellmann.
Engana-se quem pensa que os profissionais do futebol do Fluminense estão descansando. Muito pelo contrário. Na avaliação de Dulac, nunca se trabalhou tanto, já que se tem mais tempo para análises e estudos sobre o futebol.
- Na verdade a gente continua fazendo as análises, todas de casa. O cara que trabalha com o futebol, ele não para, só está momentaneamente fora da rotina de treinos, do convívio, mas a questão do estudo, o próprio aprofundamento de análise, em relação aos rivais e ao time, está ainda maior. Não tem como parar. Apenas as atividades em grupo é que estão suspensas.
O departamento de futebol do Fluminense é bem extenso. Além de Maurício Dulac, o clube conta com mais outros auxiliares, um deles Marcão, que comanda a equipe sub-23, além de preparadores físicos, treinadores de goleiros e analistas de desempenho. Assim como no campo, cada um tem a sua função. A dele, é ajudar Odair Hellmann a montar o melhor time.
- A gente tem no setor de análise de desempenho, que trabalha junto com a comissão técnica, alguns responsáveis por cada um desses setores. Tem duas pessoas responsáveis pelos adversários e diversas pessoas responsáveis pelo nosso time. Quando eu disse sobre a preocupação com a equipe, é mais pessoal, porque apesar de controlar todas as situações, eu foco mais nessa questão de ajudar o treinador a melhorar o desempenho do time.
Junto de Odair Hellmann, Maurício Dulac chegou ao Fluminense no início do ano. Ao todo, a dupla soma 15 jogos, com 10 vitórias, dois empates e três derrotas, 32 gols marcados (média de 2,13 por jogo) e 10 gols sofridos (0,67). O auxiliar se mostrou feliz com os números e faz um balanço positivo até o momento, citando a eliminação na Copa Sul-Americana como grande frustração no trabalho desenvolvido.
- Nós tivemos uma infelicidade no começo da temporada, perdendo alguns principais jogadores do ataque e aí ocasionou naquele jogo que não conseguimos construir as ações ofensivas contra o Unión La Calera. Acabamos saindo de uma forma prematura da Copa Sul-Americana. Depois disso, a avaliação do trabalho é muito boa. Temos essa eliminação que ninguém gostaria. Era um objetivo do clube e da comissão técnica, mas são coisas que o futebol nos coloca - disse Dulac, que completou.
- Continuamos trabalhando e vimos um grupo de jogadores muito focados de conseguir um bom ano, mas algumas coisas realmente não acontecem de uma hora para outra. Precisamos de tempo, houve uma mudança muito grande de jogadores. Muitos chegaram, grande parte não tinha estreado até a sexta partida. O balanço é muito positivo, de uma forma que estamos conseguindo fazer as questões ofensivas, mas também dando uma estabilidade defensiva, que é importante na regularidade dos jogos.
BATE-BOLA COM MAURÍCIO DULAC
Como está a sua preocupação com o elenco neste momento que a recomendação é ficar em casa?
- Tudo foi muito bem planejado. Além de passar todas as informações para os jogadores, eles estão muito conscientes do que precisam fazer, consciente também do que é esse momento que a gente está vivendo. Então foi passado o que se deve fazer, como atividades dentro da própria casa. Eles estão com todas as orientações para passar por este momento, que é ruim para todos.
Como vocês, membros da comissão técnica, estão fazendo para trocar informações?
- A gente se fala muito por telefone, tanto com os analistas, quanto com os membros da comissão técnica. Com o Odair eu converso cinco, seis vezes por dia, a respeito de tudo que envolva o clube. Falamos sobre jogadores, mas principalmente em relação ao nosso time e aos próximos adversários.
Evidentemente que a saúde está em primeiro lugar, mas quais são os prejuízos da paralisação das atividades, no aspecto do trabalho que está sendo desenvolvido?
- A grande questão neste momento é a perda de ritmo de jogo. Foi feito a pré-temporada, todo um planejamento para chegar nesses jogos decisivos no seu melhor momento. Com a parada, perde um pouco na questão física e tática, mas são coisas que não estão no nosso controle. Hoje a gente pensa muito mais no ser humano, não é hora de pensar em outra coisa.