Camisa que consagra? Luciano quer sucesso no Flu: ‘Espero ser o próximo’

Em entrevista exclusiva ao LANCE!, atacante falou sobre a boa fase como centroavante no Fluminense, a relação com Pedro e brincou com apelido da época de Corinthians

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Nomes como Washington, Fred, Henrique Dourado ou Pedro - apenas entre os recentes. Todos vestiram a camisa 9 e se destacaram no Fluminense. Luciano ainda não usa esse número, mas terá a responsabilidade de ser o líder do ataque pelo restante da temporada. Com três meses de clube, o atacante está confirmado como titular contra o Grêmio, neste sábado, e conversou com o LANCE! sobre a boa fase que está vivendo e deixou a sua torcida para futuro: também espera entrar para a galeria de grandes nomes da história tricolor. 

- Espero que tenha chegado minha vez. Estou trabalhando para isso todos os dias, faço complemento. Espero que agora seja a minha vez de fazer muitos gols e brilhar com a camisa do Fluminense. Vim para ajudar o Fluminense e para jogar, não para tirar férias. Tenho que dar meu melhorar para suprir a ausência do Pedro - afirmou o jogador.

Luciano apareceu no momento mais difícil da temporada para resolver um problema crescente. Pedro, o titular, se lesionou em partida do Brasileirão e ficará até o ano que vem em recuperação após passar por cirurgia. Então, veio a seca de gols - quatro rodadas sem os atacantes balançarem as redes. Após solucionar o problema da posição, o camisa 18 garantiu que tem boa relação com o companheiro e desejou melhoras.

- O Pedro é um cara extraordinário. Conversamos bastante. Depois do jogo (contra o Cruzeiro, que o camisa 9 se lesionou) mandei mensagem para ele desejando força. A gente não sabia que teria que operar e infelizmente aconteceu. Eu e todos os jogadores, junto com a família, o clube, temos que dar todo o apoio para ele voltar o mais forte e rápido possível - disse.

Luciano marcou contra o Deportivo Cuenca (EQU) (Foto: AFP)

Anunciado no dia 30 de junho, durante a parada para a Copa do Mundo, Luciano chegou ao Flu por empréstimo do Leganés (ESP) após passagens por clubes da Espanha e Grécia. Em oito jogos, ele marcou dois gols e deu duas assistências - com os números evoluindo após voltar para a função de centroavante. O atacante citou a boa recepção na "nova casa", sendo abraçado pelos jogadores, pela diretoria e pela torcida. 

Luciano atuando de '9':
- 3 jogos
- 2 gols
- 2 assistências

- Faço um balanço muito bom nesses três meses de clube. A diretoria, os companheiros e a torcida me receberam muito bem. Já me sinto em casa. Estou cada dia melhor fisicamente, espero que sejam os primeiros de muitos meses aqui e que eu seja muito feliz. É difícil a adaptação ao Rio de Janeiro, mas contamos com a família, os companheiros e a diretoria para se adaptar o quanto antes. Está sendo tranquilo, vou me adaptando aos poucos - disse, comentando ainda sobre a disputa por vaga com Kayke: 

- Temos uma disputa normal e sadia. Até outro dia o Kayke estava jogando e eu de meia. Agora estou na frente. Todos nós queremos jogar e conquistar o espaço com lealdade. Me identifico muito com o Kayke, que é um cara sensacional. Essa disputa é dentro de campo, nos treinamentos. Vamos dar nosso melhor para jogar - completou.

Problemas internos, mudança após lesão e apelido antigo

Apesar da boa fase após dois bons jogos, o Flu passa por momentos complicados fora de campo. O clube quitou o salário de julho apenas na última quarta-feira e luta para acertar o que deve. Ainda falta um mês de CLT e três de direitos de imagem para os jogadores, além do salário de alguns funcionários que ainda não receberam. 

- Nós conversamos entre a gente, não podemos deixar afetar. Somos profissionais, estamos aqui para ajudar o Fluminense. Procuramos deixar essas questões fora de campo para não atrapalhar os treinamentos, para não atrapalhar as concentrações para os jogos. Nosso foco são os jogos e as vitórias para ajudar a tirar o Fluminense dessa situação - analisou Luciano.

A principal mudança na carreira do atacante veio após a grave lesão sofrida no joelho quando defendia o Corinthians em 2015. Antes chamado de "Luciano Ronaldo", apelido que revelou não ser fã, precisou de um tempo de readaptação e uma passagem na Europa para recuperar a boa fase. O atacante comentou sobre a mudança pessoal da carreira após o momento vivido. 

- Posso dizer que a lesão me mudou pessoalmente. Fiquei mais experiente, tranquilo, me apeguei mais a família, minha mulher, filha. Fisicamente não. Posso dizer que me recuperei. Tomara que não tenha mais lesões para eu seguir em frente e ser muito feliz - declarou, antes completar sobre o apelido de 'Luciano Ronaldo' que ganhou na época de Corinthians: 

- Não gosto desse apelido (risos). Surgiu porque fiz vários gols no Corinthians e o pessoal na internet tem essas interpretações. Prefiro que me chamem de Luciano mesmo.

Luciano, durante apresentação (Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE)

Confira outros trechos da entrevista de Luciano ao LANCE!: 

Problemas no clube e comprometimento do time

Nós deixamos essas questões de diretoria de fora. Evitamos falar ao máximo. Focamos nos resultados porque nós precisamos. O jogo contra o Deportivo Cuenca, com todas as adversidades, nós entramos com garra e lutamos bastante, soubemos jogar o jogo porque é muito difícil jogar na altitude. E depois contra a Chapecoense da mesma forma. Estamos trabalhando bastante até porque precisamos da torcida do nosso lado. Vejo um grupo de muita qualidade e guerreiro aqui.

Recepção no Fluminense

Todos os jogadores me abraçaram na chegada ao Fluminense. A gente sempre brinca muito. Eu, o Dutra, Everaldo, Ibañez, Gilberto, todos. Temos um grupo muito alegre e me identifiquei com todo mundo.

Contato com o Fluminense

A escolha pelo Fluminense foi mais profissional. Eu falei que acompanhava o Fla-Flu, que é um dos maiores clássicos do Brasil, se não o maior. Daqui há alguns dias terei a oportunidade de jogar essa partida. Acompanhava essas partes do Flu e escolhi o clube também pelo projeto que me apresentaram.

Responsabilidade de atuar no Fluminense


A responsabilidade de jogar no Fluminense é muito grande, independente da competição. Esse clube é muito grande e sempre tem a pressão. Temos o desejo de conquistar a Sul-Americana, até porque a equipe nunca conquistou, mas vamos passo a passo. Agora o Kayke não vai entrar, pode ser que eu jogue ou não. Temos jogadores qualificados no elenco.

Atuar como centroavante 

Me sinto bem atuando como centroavante, mas em qualquer posição que o treinador me colocar eu vou jogar. Estou à disposição para ajudar meus companheiros e dar meu melhor pelo Fluminense. Digo que não joguei mal como meia dentro do esperado. Ajudei os companheiros, corri bastante e acho que me saí bem. Mas, como camisa 9, pude fazer gols e dar assistências, o que vale é isso. Agora estou jogando e se não na minha melhor forma, buscando ela, para ajudar os companheiros e dar alegria para a torcida.

Luciano, Junior Dutra e Everaldo, durante treinamento (Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)

Everaldo

Nós nos damos muito bem. A gente vem junto para o treinamento, volta junto e damos muita risada. Essa foto aí estávamos entrando na academia, o (Junior) Dutra estava fazendo exercício e ele fez aquele sem risadinha. Espero que saia muitas dessas comemorações até o fim do ano para dar alegria para a torcida. O ambiente está muito bom, temos jogadores experientes e outros novos, mas o clima é sempre de alegria.

Camisa 9

Sim, estou adaptado. Depois das férias, precisava de um tempo para assimilar o futebol brasileiro outra vez porque fiquei dois anos fora. Ganhei esse tempo e agora estou de centroavante, cada vez me sentindo melhor e me sentindo muito bem nessa posição.

Festa da torcida contra o Cuenca

Nós precisamos muito da torcida. Com eles do nosso lado, vamos para cima e fazer de tudo para sair classificado. Ganhamos de 2 a 0, mas não tem nada definido. Quero pedir que lotem o Maracanã e apoiem durante os 90 minutos que vamos dar a vida dentro de campo.

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