Celso Barros descarta renúncia e dispara contra Mário Bittencourt: ‘Ele traiu um compromisso político’
Vice-presidente geral, afastado do departamento de futebol, revela bastidores da crise com o mandatário tricolor e se mostra triste com o racha político
O vice-presidente geral do Fluminense, Celso Barros, deu a sua versão sobre o racha político com o presidente Mário Bittencourt. O dirigente, que deixou de ser o homem forte do futebol, afirmou que não vai renunciar ao cargo, revelando também que dificilmente vai voltar a desempenhar a antiga função.
- Me tirar do futebol, ele tem direito. O que ele não tem direito é me tirar da função de vice-presidente geral e vou deixar bem claro aqui que não vou deixar a vice-presidência. Já foi falado aí que o Celso vai renunciar e não tem nada disso. Deixar claro que vou me manter. Essa tal conversa de final de ano, nem precisa ter. Estou refletindo muito se me interessaria voltar ao futebol. Nesse modelo de hoje, não vou querer trabalhar.
Para Celso Barros, a ruptura por parte do presidente tricolor traiu o compromisso político com os sócios, que depositaram a confiança nos dois, na eleição realizada em junho. A princípio, o dirigente descarta ser oposição ao Mário Bittencourt.
- Em um primeiro momento não. Essa decisão dele foi injusta, equivocada. Ele traiu um compromisso político, comigo e com os nossos apoiadores, além de todos os sócios que votaram na gente. Eu falei na reunião de quarta-feira que me sentia injustiçado. O acompanhei na campanha e muitas pessoas falam que se eu apoiasse o outro candidato, ele poderia ganhar. Não sei quantos votos eu tive. Várias pessoas diziam que estava lá por mim, como falavam para ele também.
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Apesar do racha e da tristeza pelo ocorrido, Celso Barros reforçou que vai seguir na torcida, tendo a plena confiança de que o Fluminense vai evitar o rebaixamento.
- Eu quero revelar a minha tristeza nesse momento. Estarei torcendo para o Fluminense permanecer na Série A e acredito nisso. Ficarei plenamente satisfeito, de alguma forma ter contribuído, alertando para sair dessa situação. Seguirei torcendo e junto nesse momento.
BATE BOLA COM CELSO BARROS
Demissão do Fernando Diniz
- O Diniz foi bem agressivo em relação a mim. Elogia todo mundo e disse que não é meu amigo. Problema é dele, lamento. Uma coisa que eu aprendi é que não devemos se omitir sobre algumas coisas.
Contratação de Oswaldo de Oliveira
- Tentamos o Dorival, o Abel e não conseguimos. Claro que existia uma lista de técnicos para a gente escolher. Mas aí é sempre um problema, porque somos em três (ele, Mário e Paulo Angioni). Depois surgiu o nome do Oswaldo, que trabalhamos anteriormente. O Angioni também foi a favor. O Oswaldo saiu, não pela briga com o Ganso, que foi multado, mas sim pela torcida. Foi um episódio lamentável.
Ariel Holan
- Eu conheço uma pessoa que tinha o contato do empresário do técnico Ariel Holan. Eu conversei, pensando em 2020. Fiquei surpreso que ele falou que se quisesse, iria amanhã. Eu tomei um susto. Foi, eu acho, o jogo do Vasco e comuniquei ao Mário sobre essa questão. O próprio Marcão disse que gostaria de voltar a ser assistente técnico. O Mário disse que se ele chegar agora, não iria conseguir ajustar nada.
Marcão
- Em nenhum momento eu pedi a saída do Marcão. Na publicação eu falo em mudanças, que nem sempre são ruins. Mudamos pelo Oswaldo, que mudou para o Marcão, que tem um melhor aproveitamento. O Marcão é um grande técnico? Pode vir a ser, mas ele tem o perfil de ser o técnico do Fluminense, do Palmeiras e Grêmio neste momento? A gente tem que avaliar com calma.
Venda do Pedro
- Eu sempre fui contrário desde quando assumimos. Falei ao Mário que seria um problema técnico para o time vendermos o nosso centroavante. Mas ele disse que não tinha como, que o clube precisava do dinheiro. Aliás, fizeram uma operação com um banco aí para antecipar o dinheiro que seria parcelado. E vão pagar tudo o que devem. É por isso que veio o Lucão, para poder substituir.
Reforços
- Claro que ele é o presidente e a última palavra é dele, mas na verdade eu não pude fazer rigorosamente nada do que eu pensava. Ele vai dizer que eu trouxe o Lucão e Orinho. Todo mundo sabe o motivo e ele participou de tudo, até porque ele é o cara da caneta. Eu não assino um documento no Fluminense, também não faço questão.
Falta de autonomia
- Eu não consegui colocar ninguém no futebol. Talvez um coordenador da base. Todos os outros foram indicação dele (Aílton, Duílio, Cadu), não que eu seja contra os nomes, mas eu não indiquei ninguém.
Críticas a comunicação do clube
- A FluTV só mostra coisas positivas. Mostra os jogadores que são as estrelas e o presidente. Eu estive no vestiários diversas vezes e não apareço.