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Com déficit de R$ 9,3 milhões em 2019, Fluminense fecha quarto ano seguido no vermelho

Clube divulgou o balanço financeiro referente ao último ano com destaque no dinheiro recebido pela venda de jogadores, principalmente Pedro e João Pedro

Mário Bittencourt - Fluminense
imagem cameraAno marcou mudança de gestão no Fluminense (Foto: LUCAS MERÇON/ FLUMINENSE F.C.)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 01/05/2020
17:43
Atualizado em 01/05/2020
18:27

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Em um ano que marcou a transição entre os mandatos de Pedro Abad e Mário Bittencourt, o Fluminense registrou um déficit de R$ 9,3 milhões, como mostra o balanço financeiro publicado na quinta-feira. Com o resultado, este foi o quarto ano seguido em que o Tricolor fechou as contas no vermelho. Esse prejuízo aconteceu mesmo com uma receita operacional bruta de R$ 265,1 milhões.

A arrecadação, inclusive, foi menor do que a de 2018, quando o clube faturou R$ 297,3 milhões. A maior parte dessa receita bruta do ano passado foi por venda de jogadores, que ficou em R$ 105,4 milhões. As transferências de Pedro e João Pedro representaram a maioria desse valor. No ano anterior, a receita havia sido de pouco mais de R$ 119 milhões.

Ao final do documento, uma auditoria independente dá um parecer que diz que "a continuidade de suas atividades depende das diversas medidas que a administração pretende adotar para assegurar a recuperação financeira do clube e o alcance do equilíbrio econômico de suas operações".

Antes da apresentação dos números, o presidente Mário Bittencourt apresenta uma carta direcionada aos torcedores. Nela, reforça que encontrou um Flu "dilacerado, sem métodos consistentes em sua administração, sem objetividade e concretude nas ações. Havia rastros de decisões mal tomadas por todos os corredores. O resultado é que dívidas, pendências processuais e inadimplências saltam à nossa frente quase todos os dias, sem que saibamos, com a exatidão necessária, a origem e a quem se aplica a responsabilidade".

Bilheteria, sócio-torcedor e mais

A arrecadação com bilheteria aumentou de 2018 para 2019. Se antes o clube registrou um ganho de R$ 10,8 milhões, o valor passou para R$ 16,4 milhões. Já no sócio-torcedor os números foram parecidos, passando de R$ 5,2 milhões para R$ 5,3 milhões.

No patrocínio, o desempenho foi pior, caindo de R$ 12,9 milhões para R$ 9,4 milhões. Vale lembrar que o Fluminense está sem um patrocinador master na camisa da equipe de futebol. Assim aconteceu também com os direitos de transmissão, que tiveram uma alta queda de R$ 113.292 para R$ 81.087. Isso se deu ao novo modelo de distribuição das cotas.

A folha salarial geral do Fluminense aumentou de 2018 para 2019. Os valores antes eram de R$ 42,7 milhões e passaram para R$ 49,5 milhões. Os valores do futebol, porém, diminuíram significativamente, passando de R$ 10,3 milhões para R$ 5,6 milhões em remuneração e R$ 14,4 milhões para R$ 6 milhões em direitos de imagem. Os prêmios e gratificações aumentaram de R$ 3,8 milhões para R$ 9,2 milhões.

Investimentos com jogadores

O balanço mostra também os valores gastos pelo Fluminense com aquisições de jogadores. O zagueiro Nino, por exemplo, comprado em definitivo junto ao Criciúma, custou R$ 5 milhões. No ano passado, o Flu também comprou o goleiro Rodolfo do Oeste, em contrato de três anos por R$ 500 mil. Ele, porém, foi pego no anti-doping. Houve ainda um gasto não especificado de R$ 2,8 milhões.

O Tricolor também pagou um custo de transação/intermediação a dois grupos por Ganso e Rodolfo. Para a GD Spots, pelo camisa 10, o custo foi de R$ 1,6 milhão. Para o goleiro, para a Elenko Esporte, de R$ 327 mil. Com isso, o total de investimento em 2019 foi de R$ 10,6 milhões contra R$ 3,3 milhões de 2018.

Direitos econômicos

O clube não é mais obrigado a divulgar o percentual de cada um dos atletas e, portanto, optou por publicar apenas o total por categoria. No último dia de 2019, o Fluminense possuía direitos econômicos sobre 45 atletas profissionais,  os quais variam de 30% a 100%, sendo a média de 74%. Em 2018 eram 95 atletas profissionais de 10% a 100%, sendo a média de 72%.

Na categoria Sub-20, o clube possui direitos econômicos sobre 38 atletas, sendo os percentuais de 50% a 100%, com média de 60%. Em 2018 eram 33 jogadores de 30% a 100%, com média de 77%. No Sub-17, Flu possui direitos econômicos sobre sete atletas, sendo os percentuais de 60 a 100% com média de 88%, enquanto no ano anterior eram 16 atletas, sendo os percentuais de 60% a 100%, com média de 89,4%. 

Outros pontos relevantes

Premiações - receita de R$ 28,8 milhões
Receita bruta do clube social e esportes amadores - R$ 15 milhões
Futebol masculino (profissional e amador) - lucro de R$ 89,1 milhões.
Futebol feminino - prejuízo de R$ 1,4 milhão
Clube social e esportes olímpicos - prejuízo de R$ 18 mil
Rescisões a pagar - R$ 8,7 milhões (R$ 4,4 milhões em 2018)
Antecipação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de 2019 a 2024 - R$ 60,8 milhões
Antecipação dos direitos de transmissão do Campeonato Carioca de 2017 a 2024 - R$ 7,7 milhões

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