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Fluminense comemora 50 anos do primeiro título brasileiro; relembre os personagens

Além de Mickey, herói na conquista, Flu era formado por nomes como Félix e Marco Antônio e foi o primeiro time apelidado de 'Máquina Tricolor'

Campeão Brasileiro - Fluminense 1970
imagem cameraFluminense conquistou o título em 1970 ainda chamado de Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Foto: Reprodução)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 20/12/2020
13:23
Atualizado em 20/12/2020
14:17

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Neste domingo, 20 de dezembro, o Fluminense comemora 50 anos da conquista de seu primeiro título brasileiro, na época chamado de Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ou a Taça de Prata de 1970. Naquele dia, o time Tricolor comandado por Paulo Amaral subiu ao gramado do Maracanã na frente de 112 mil pagantes para conquistar o empate por 1 a 1 com o Atlético-MG e sair com o troféu do que foi uma edição histórica. Isso porque todos os campeões da Copa do Mundo, realizada no México, disputaram aquela competição pela primeira e última vez.

Por ter tantas estrelas, o "Robertão", como foi conhecido, foi considerado o mais difícil de todos os tempos. Com o Santos de Pelé, além de outros craques como Tostão, Rivelino, Jairzinho, Gerson, a competição era disputada por 17 clubes divididos em dois grupos. O Fluminense terminou em segundo lugar no Grupo B, com 20 pontos, em uma campanha de oito vitórias, cinco empates e quatro derrotas. No quadrangular final em turno único, quem disputaria ao lado do Tricolor eram Palmeiras, Cruzeiro e Atlético Mineiro.

O grande personagem da reta final foi um herói quase improvável. Adalberto Kretzer, o Mickey, ou o "Artilheiro Paz e Amor", teve a difícil missão de substituir Flávio, artilheiro da equipe, na fase final. Reserva até a penúltima rodada da fase de classificação, ele fez todos os gols das vitórias do Fluminense nos jogos do quadrangular. Mas a história começou no último jogo da fase de classificação, quando ele marcou no empate por 1 a 1 contra o Athletico-PR.

E ele seguiu marcando. Na primeira partida, o Flu bateu o Palmeiras de Ademir da Guia pelo placar de 1 a 0 com gol de Mickey. Depois, contra o Cruzeiro de Tostão, Piazza e Dirceu Lopes, o "Artilheiro Paz e Amor" deixou novamente a marca dele em mais um jogo com vitória de 1 a 0. Já na última partida, o Tricolor precisava apenas de um empate contra o Atlético-MG para sair campeão e abriu o placar aos 37 minutos do primeiro tempo, com gol de Mickey, de cabeça. Aos dois minutos da segunda etapa, Vaguinho empatou o jogo, mas o troféu acabou em Laranjeiras mesmo assim.

Fluminense Mickey
Mickey, em comemoração do Fluminense (Foto: FluMemória)

Os nomes do título

O primeiro jogador que vem à mente do torcedor não poderia ser diferente: Mickey. Na época com 22 anos, o artilheiro da reta final tinha apenas um gol marcado e era reserva do time. O atleta chegou a ser incluído na lista de suspeitos da ditadura militar. O Brasil vivia o auge do regime, que durou entre 1964 e 1985, e nas comemorações dos gols no quadrangular, o atacante fazia um sinal levantando os dedos médio e indicador, em V, para celebrar. O gesto foi visto como uma provocação e ele foi chamado para prestar esclarecimentos. Mickey, porém, garante que a comemoração não foi um sinal de protesto, apenas por paz e amor.

O Flu utilizou 21 jogadores diferentes ao longo da campanha que consolidou aquela equipe como a primeira "Máquina Tricolor". O grupo já havia conquistado o Campeonato Carioca e a Taça Guanabara entre 1969 e 1971. Os principais jogadores daquela equipe eram Félix, Oliveira, Galhardo, Assis, Marco Antônio, Denilson, Didi, Cafuringa, Samarone (Cláudio), Flávio (Mickey) e Lula. Além deles, também atuaram Silveira, Wilton, Toninho, Albérico, Jorge Vitório, Jair, Paulo Lumumba e Jairo.

Campeão mundial com a Seleção, o veterano Félix foi um dos grandes nomes da conquista tricolor. Ele já havia sido protagonista no título carioca de 1969 e viveu seus melhores anos com a camisa do Fluminense, onde ficou por 10 anos, quando se aposentou após descobrir um problema de calcificação no ombro. Foram 219 jogos, o pentacampeonato carioca (1969, 1971, 1973, 1975 e 1976), a Taça de Prata (1970) e os torneios de Paris (1976) e Teresa Herrera (1977).

Em um campeonato recheado de camisas 10 de grife, o Fluminense tinha Wilson Gomes, mais conhecido como Samarone, como um dos destaques do time campeão. O "Diabo Loiro" defendeu o Flu de 1965 até março de 1971, quando saiu para jogar pelo Flamengo. Um dos líderes do grupo, ele era exaltado pela grande habilidade, mas ficou fora justamente do jogo do título, contra o Atlético-MG, após ser expulso contra o Cruzeiro.

Ponta direita, Cafuringa foi um dos grandes destaques do torneio, mas acabou ficando fora do time campeão da Copa do Mundo de 1970, apesar do bom rendimento. Conhecido pelo estilo irreverente, ele era exaltado pela grande velocidade e chegou a ser comparado a Garrincha por Zé Roberto, o ponta do Flu. O ex-jogador viveu a melhor fase da carreira no Flu e deixou o clube em 1976 para jogar no Atlético-MG.

O destaque não fica apenas para Mickey ao longo da campanha. Apesar de ter ficado fora da fase final por uma contusão, Flávio Minuano foi muito importante para o título Tricolor. Ele tinha 11 gols na competição e foi o artilheiro do Flu, ficando atrás de Tostão, do Cruzeiro, no ranking final por apenas um gol de diferença.

Com a saída de Telê Santana, quem comandava aquela equipe era Paulo Amaral, preparador físico da Seleção Brasileira nos mundiais de 1958 e 1962 e da Inter de Milão, de onde saiu antes de chegar às Laranjeiras. Com a experiência na Itália, o treinador trouxe para o Fluminense o estilo do país e era bastante rígido para controlar o elenco.

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