Depois de oito anos, o Fluminense está de volta à Libertadores. O Tricolor não precisou entrar em campo para sacramentar a vaga, mas reforçou a briga pela fase de grupos ao vencer o Ceará por 3 a 1 no último domingo. Assim como na temporada de 2011, a classificação para o torneio veio na 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Naquela ocasião, porém, o Flu precisou jogar e goleou por 4 a 0 o Figueirense, além de outras combinações de resultados. Neste ano, a equipe de Marcão luta por outra coincidência: conseguir a classificação direta na competição continental.
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Em 2011, a confirmação da vaga direta veio somente na última rodada, algo que pode acontecer também nesta temporada. Para conquistar a classificação para a fase de grupos da Libertadores há 10 anos, o Tricolor só dependia de si. Um simples empate com o Botafogo na última rodada garantiria o clube na terceira colocação. Em caso de derrota para o Glorioso, deveria torcer por um tropeço do Flamengo contra o Vasco. No fim, tanto o Clássico Vovô, quanto o Clássico dos Milhões terminaram empatados em 1 a 1.
Na temporada de 2020, a garantia na competição internacional não depende apenas do Fluminense. O São Paulo, que tem um jogo a menos a ser disputado na próxima sexta-feira, e o Atlético-MG têm dois pontos a mais e são os times a serem alcançados. O time paulista enfrenta o Palmeiras e ainda tem Botafogo e Flamengo pela frente. Já os mineiros visitam o Sport e recebem o Palmeiras. Neste cenário, o Fluminense precisa vencer suas partidas contra Santos e Fortaleza e torcer por tropeços dos adversários.
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O time de 2011 terminou o Brasileirão com 63 pontos, 20 vitórias, 15 derrotas e apenas três empates. Portanto, terminou a competição com um aproveitamento de 55,3%. O time de 2020 tem, até aqui, 60 pontos, 17 vitórias, dez derrotas e nove empates, o que representa um aproveitamento praticamente igual, mas um pouco superior de 55,6%.
ALÉM DOS NÚMEROS
Em 2011, a campanha não começou bem, mas entrou nos trilhos com Abel Braga. No caso da atual temporada, o time vinha bem com Odair Hellmann, mas também precisou recorrer também a um ídolo do clube, Marcão, para sonhar com a classificação após a saída do antigo treinador. Há 10 anos, vale lembrar, o Flu ficou no meio da tabela em boa parte daquele campeonato. A arrancada veio no segundo turno e a equipe só entrou no G4 na 23ª rodada, saiu na 28ª e retornou na 30ª para não sair mais. Em 2020/21, o Flu finalizou a parte inicial da competição entre os classificados, passou nove rodadas fora, mas retornou na 33ª rodada e não sairá mais.
Outro ponto curioso está no gol. Inspiração de Marcos Felipe após sair da reserva e ser destaque do título do Brasileirão em 2010, Ricardo Berna iniciou jogando naquela temporada de 2011, mas acabou perdendo a vaga em junho, com a chegada de Diego Cavalieri. É o caso contrário do atual goleiro do Flu, que iniciou no banco e barrou o antigo titular, Muriel, para garantir sua titularidade.
Naquele time o Flu também contava com Fred. Ali, ele ainda vivia seus grandes momentos, com 34 gols em 43 partidas. No ano seguinte, foi protagonista novamente liderando o time a mais um título do Campeonato Brasileiro, algo que pode inspirar o Fluminense. Se a campanha na Libertadores daquele ano não foi boa, conseguindo uma classificação heroica na fase de grupos, mas sendo eliminado nas oitavas de final, na temporada seguinte veio o caneco nacional.
Diferentemente desta temporada, apenas Elivelton, Digão, Wallace Oliveira, Leandro Euzébio, Tartá, Fernando Bob e Matheus Carvalho estiveram no elenco e passaram pela formação em Xerém. Atualmente são 23 atletas da base utilizados no Fluminense, sendo 14 ainda no elenco principal.
Independentemente das coincidências ou diferenças, o objetivo é o mesmo: entrar direto na fase de grupos e sonhar em conquistar títulos importantes novamente. O Fluminense volta a entrar em campo neste domingo, contra o Santos, na Vila Belmiro, às 18h15.