Consciência Negra: Marcão é resistência na área técnica do Fluminense
Ídolo como jogador, treinador mantém escrita como técnico
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Libertadores, Recopa, Carioca, Taça Rio, Taça Guanabara e Primeira Liga. Nos últimos dez anos, o Fluminense conquistou títulos com um nome incontestável pela torcida na beira do campo: Marcão. Ídolo como jogador, o auxiliar do clube, um dos poucos representantes negros de comissão técnica no futebol brasileiro, conversou com o Lance! sobre seu papel de resistência no Tricolor.
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Marco Aurélio de Oliveira foi jogador do Fluminense entre 1999 e 2006. Volante raiz, o camisa 5 atuou em 397 partidas pelo Tricolor, com 22 gols marcados. Oito anos depois de sair do clube, Marcão retornou como auxiliar técnico, função que exerce até hoje.
No cargo, Marcão sempre destacou a importância da luta antirracista no futebol. Para ele, descolar o esporte da sociedade é fechar os olhos para uma realidade dura, o que ajuda a explicar a pouca presença de treinadores negros na elite do futebol brasileiro:
- Hoje estagnamos neste sentido. Quando somos atletas, não vemos restrições, mas quando falamos em cargos diretivos, presidência e técnicos, o cenário muda totalmente. Tudo continua muito abaixo pelo que lutamos e merecemos.
- Você vendo de fora, imagina que tal clube, mesmo com algumas campanhas a favor da luta, dificilmente colocaria um técnico negro na posição de 01. Talvez seja não-intencional, é estrutural, mas você olha e sabe que nunca terá um técnico negro no cargo naquele clube X ou Y, ou em outro cargo de grande liderança. Torço e luto para que as condições mudem não só no futebol, mas na sociedade - complementou o técnico.
Ex-treinador do Fluminense e atualmente no Internacional, Roger Machado é o único técnico negro na Série A do Brasileirão neste momento, realidade dos últimos anos na elite do futebol brasileiro. Em 2019, ao lado do amigo Marcão, participou de uma campanha de combate ao racismo, em parceria com o Observatório da Discriminação Racial do Futebol. Jair Ventura, filho do ex-jogador Jairzinho, é outro treinador negro com passagens pela primeira divisão do Brasil recentemente.
O Fluminense, por sua vez, é a segunda casa de Marcão. O auxiliar técnico comenta que o Tricolor vai na contramão deste cenário:
- Sou a prova viva de que tudo que o Fluminense se propõe a fazer em relação à causa, o clube exerce em todos os sentidos da palavra. Muitos não têm noção de quão linda é nossa mensagem aqui dentro, que até amigos que torcem para outros times nos parabenizam por estarmos engajados e comprometidos com a luta. Um orgulho estar e ser Fluminense.
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Auxiliar permanente do Time de Guerreiros, Marcão já foi o técnico principal do Fluminense como interino em cinco oportunidades. Ao todo, são 68 jogos comandados por ele, com 29 vitórias, 18 empates e 21 derrotas, além de campanhas de destaque no Brasileirão e um carinho único com a torcida tricolor.
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