Nesta terça-feira, o Fluminense fez história e venceu o River Plate por 3 a 1, no Estádio Monumental de Nuñez, conseguindo a classificação para às oitavas da Libertadores, em primeiro lugar do Grupo D. Modificada por Roger Machado, que deu oportunidade a Egídio, Samuel Xavier, Biel e Caio Paulista, a equipe titular teve mais intensidade nas duas fases do jogo, melhorou no porte físico e conseguiu evoluir o que era preciso, após duas complicadas derrotas nas últimas partidas. Veja a análise do LANCE! abaixo.
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Depois de apresentar uma série de erros contra Junior Barranquilla, pela quinta rodada da Libertadores, e Flamengo, na final do Campeonato Carioca, o Fluminense parece finalmente ter se acertado. E muito por conta das mudanças que Roger Machado promoveu a equipe.
Além das nítidas alterações de peças no time titular - saíram Danilo Barcelos, Calegari, Luiz Henrique e Kayky, para a entrada de Egídio, Samuel Xavier, Biel e Caio Paulista -, a equipe cresceu em termos de dinâmica, aprendeu a se defender melhor e, até quando levou sufoco do River, conseguiu controlar bem o resultado, ainda o ampliando com Yago Felipe.
A começar pela nova postura apresentada. Diante de um fragilizado River Plate, que ainda contava com desfalques pelo surto de Covid-19 no elenco, o técnico Roger Machado teve uma leitura impecável e soube fazer o Fluminense incomodar seu adversário. Isso porque, era visível que os argentinos ainda não estavam 100% após semanas sem continuidade em treinamentos. Assim, o Flu adiantou suas linhas ainda no primeiro tempo - dois fatores inéditos na temporada -, e começou a exercer uma marcação forte sobre pressão.
Marcação esta que foi impulsionada, principalmente pelas novas peças ofensivas na equipe: Gabriel Teixeira e Caio Paulista. Com folego de garoto - porque ainda é um -, Biel não esteve muito participativo com a bola nos pés, mas em contrapartida não deu alivio em nenhum momento para o lateral direito Lecanda. Caio Paulista, por sua vez, não tem a habilidade de Kayky, tão pouco a técnica para jogar de costas que nem Luiz Henrique, entretanto, o jogador deu ao Tricolor mais força física para embater com os argentinos que tentavam construir as jogadas.
Além disso, o atacante demonstrou mais uma vez ser extremamente decisivo, uma vez que abriu o placar da partida e fez seu quinto gol com a camisa do Tricolor. (vale lembrar que contra o Flamengo, foi o próprio Caio que sofreu a penalidade convertida por Fred).
- Em partes conseguimos com o Caio e o Biel encurtar mais rápido, ter pressão na bola nas laterais, mas também um posicionamento mais atrasado do meu meia saindo de dentro para frente para pressionar. Isso fez com que ficássemos sempre com jogadores no meio de campo sem desguarnecer o setor. Foi uma mudança de posicionamento que alterou a disposição da pressão e jogadores com características diferentes nas funções de lado - disse Roger Machado, em coletiva após o término do confronto.
Então, com uma forma mais ativa de se defender, o Fluminense foi dono do primeiro tempo. Aliás, o segundo gol da partida, realizado por Nenê, foi originado justamente de um abafa feito por meio das linhas adiantadas na marcação. Após desarme de Yago, Fred - que foi o cara da partida -, deu lançamento primoroso para o camisa 11 finalizar de primeira e ampliar o marcador.
Em falar em Yago, o jogador finalmente conseguiu uma boa partida na Libertadores. Após cinco jogos abaixo, o volante deu dinâmica à equipe, cobriu os espaços deixados por Nenê na recomposição, fez pressão nos argentinos e, de quebra, foi coroado com o gol que sacramentou a vitória.
Outro atleta do setor que merece destaque é Martinelli. Igualmente a seu companheiro de contenção, o jovem ainda não tinha se achado nos jogos da Liberta. Contra o River, porém, foi bem nas iniciativas para armar as jogadas, soube balancear a energia nas duas fases, mas vacilou ao levar o terceiro amarelo que o tira do primeiro duelo das oitavas de final.
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As outras alterações de Roger foram feitas nas laterais do campo. Por mais atrapalhado que seja em certos lances, Egídio provou que é superior à Danilo Barcelos. Com mais disposição ofensiva, o jogador foi bem nas vezes em que chegou a linha de fundo e virou uma carta na manga ao realizar as famosas 'dobradinhas' com Biel.
Além dele, Samuel Xavier também não desperdiçou a oportunidade. Mais experiente que seu antecessor Calegari, o jogador não sentiu o peso da partida e anulou bem as chegadas de Carrascal, camisa 10 do River Plate. Assim, no lado ofensivo, foi dele o desarme e a arrancada que iniciou a jogada do gol de Caio Paulista.
Agora, o Fluminense aguarda a definição de seu adversário nas oitavas de final da Libertadores, que será definido através de um sorteio. O confronto será, necessariamente, diante de um time que terminar a fase de grupos no segundo lugar de sua chave.
Com a pausa na competição, o Tricolor volta todas as suas atenções para o Campeonato Brasileiro. Isso porque, a equipe de Roger Machado estreia neste sábado na competição, às 21h (de Brasília), contra o São Paulo, no Morumbi.