Enquanto Abel corrige os erros da equipe após três derrotas seguidas, o presidente Pedro Abad tem tarefa muito mais complicada fora de campo: resolver os problemas financeiros do Fluminense. O cenário está longe de ser aquele de dez anos atrás, quando o clube tinha o patrocínio da Unimed e a janela de transferências era sinônimo de contratações de peso. Hoje, o elenco passa por quatro meses de atraso no pagamento dos direitos de imagem.
Sem prometer prazos para quitar as dívidas, Abad se reuniu com o grupo mais de uma vez para esclarecer a situação e a transparência agradou os jogadores. Questionado sobre a relação dos atrasos com a má fase, Richarlison foi claro.
- Não tem nada a ver. Não é questão física nem corpo mole. Sabemos das dificuldades no clube. Nosso grupo tem qualidade, tem jogadores experientes, não tem nenhum moleque, não tem ninguém de trairagem - disse o atacante após a derrota para o Liverpool-URU.
Um dos principais motivos é a falta de um patrocinador master. Desde a rescisão com a Viton 44, que não teve condições de cumprir o acordo em março do ano passado, a parte mais nobre da camisa está limpa e o cofre vazio. O vínculo de cinco anos com a Dryworld também fracassou: a empresa não pagou os R$13,5 milhões por ano previstos no contrato e o Tricolor rescindiu na justiça, em janeiro. O contrato com Under Armour, nova fornecedora, só entra em vigor a partir de julho.
Uma das alternativas é enxugar o elenco. Desde o início da gestão de Abad, alguns jogadores com salários altos saíram: Osvaldo, Danilinho e Cícero são exemplos. Além disso, a venda de um atleta com potencial é inevitável. Scarpa, Douglas e Richarlison são os mais cotados.
- Vamos resolver em pouco espaço de tempo. Os jogadores estão sendo profissionais, a diretoria transparente. Acredito que em uma, duas semanas, estaremos com solução - disse o vice de futebol, Fernando Veiga