Diniz expressa gratidão ao São Paulo, mas diz que mudança de gestão provocou desarmonia

Treinador chegou perto de ser campeão brasileiro, mas teve queda de rendimento na reta final da competição e acabou demitido

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O empate por 2 a 2 entre Fluminense e São Paulo marcou o reencontro de Fernando Diniz com o clube onde fez provavelmente o melhor trabalho da carreira. Entre 2019 e 2021, o treinador chegou a disputar o título do Campeonato Brasileiro, ficando na liderança com sete pontos de vantagem, mas terminou a competição apenas em sexto. Ele foi demitido no começo do ano passado depois de uma sequência de sete partidas sem vitória.

- A primeira coisa que eu tenho é gratidão pelos momentos que vivi aqui. Conseguimos fazer um trabalho espetacular. Aquele momento que a gente distanciou um pouco no Campeonato Brasileiro, era uma vantagem que chegou a ser de sete pontos, mas na realidade tinha jogos a mais. Não era uma vantagem muito real ali. Como estávamos jogando provavelmente o melhor futebol competitivamente e esteticamente do Brasil, nós colocamos um doce muito gostoso na boca do torcedor que infelizmente teve um fim desagradável - disse em entrevista coletiva.

Quando chegou ao Morumbi, Diniz foi até o gramado, olhou para o estádio e foi abraçado por diversos jogadores e funcionários do adversário. O treinador afirmou que a queda no Brasileirão e a demissão tiveram como fator principal a mudança da gestão. Em dezembro de 2020, no meio daquela temporada estendida por conta da pandemia, Julio Casares foi eleito.

- Teve uma mudança de gestão. Eu sou muito grato à maneira como o Raí, o Pássaro e o Leco me ajudaram. Tivemos momentos aqui de eliminação do Mirassol, mas soubemos nos fechar e ficar mais unidos. Tive apoio da instituição. Acho que os frutos maiores foram os jogadores que conseguimos lançar. Não contratamos ninguém em um ano e seis meses. Depois que eu saí, não sei quantas contratações, mais de 20. Conseguimos lançar muitos jogadores, recuperar outros, descobrir outras posições, por exemplo para o Léo Pelé - afirmou.

- Nessa mudança de gestão infelizmente entrou uma gestão que era o contrário daquela, oposição mesmo. Durante toda campanha foi batendo em quem estava aqui. Era uma proposta de reformular. Quando mudou, meu aproveitamento, que era excepcional, foi para 10%. Em sete jogos a gente empatou dois e perdeu o resto. Não culpo a gestão que entrou, mas existiu uma desarmonia muito grande. Tinham que fazer as mudanças, mas quando entraram o ar harmônico deixou de existir porque iam tirar pessoas importantes no processo - completou Diniz.

A passagem de Diniz pelo São Paulo teve eliminação no Campeonato Paulista de 2020 para o Mirassol e também na Libertadores ainda na fase de grupos. Na Sul-Americana, outro vexame na primeira fase, cena que se repetiu na Copa do Brasil, mas nas semifinais. O time, porém, apresentou um bonito futebol quando o trabalho se consolidou e sonhou com o título. Somou-se a isso uma discussão com Tchê Tchê em janeiro de 2021 que ajudou a desandar a relação.

- Na minha opinião aquele momento era para manter e pensar no bem maior que era o São Paulo. Aquela gestão não era um trabalho só de treinadores e jogadores, era de muita gente. Quando entrou essa desarmonia aconteceu e na minha opinião foi um dos pontos que fez a gente ter a queda. Com tudo isso, sou extremamente grato. Da maneira como cheguei e como saí, o que vivemos aqui. O número de jogadores que potencializamos, as vendas. O Brenner, o Sara, o Antony e outros tantos. A subida do Nestor, do Diego Costa. Aquele trabalho do São Paulo foi uma pena para o clube e para o futebol brasileiro que não tenha terminado com títulos. Mas minha relação é de gratidão - finalizou.

Agora, Fernando Diniz e o Fluminense sonham em brigar por um título importante na temporada. Com o resultado, o Flu perde a chance de assumir, pelo menos de forma provisória, a liderança do Brasileirão. O Tricolor é o quinto colocado, com 28 pontos. Na próxima rodada, enfrenta o Goiás fora de casa, quarta-feira, às 19h.

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