Depois de muita polêmica envolvendo a perda do prazo,o Fluminense, enfim, publicou o balanço financeiro completo relativo ao ano de 2017. A demonstração está em nome do presidente Pedro Abad, do vice-presidente de finanças, Diogo Bueno, e do diretor de finanças, Eduardo Paez e conta ainda com reajustes nos números de 2016.
Assim como exigido pela Lei Pelé, o relatório do tricolor conta com o parecer de uma auditoria externa, mas não contém o parecer do Conselho Fiscal do clube. O Flu chega agora a um déficit acumulado de R$ 468,974 milhões, com um passivo a descoberto de R$ 183,082 milhões. Isso porque a avaliação patrimonial do clube é de R$ 285,892 milhões.
Entre as informações mais importantes do balancete estão o déficit de R$ 67,869 milhões do exercício de 2017. Esse valor é menor do que o apresentado no balanço incompleto divulgado em 1º de maio (R$ 79,419 milhões) e está dentro do previsto no início do ano passado (R$ 75 milhões), mas é o maior déficit entre os clubes da primeira divisão.
Com relação aos ajustes feitos nas contas da gestão de Peter Siemsen, "constatou-se que havia R$ 62,889,00 contingências trabalhistas não registradas, , das quais R$ 42,259,00 são anteriores à 1º de janeiro de 2016 e R$ 20,630,00 referentes ao exercício de 2016. No exercício de 2017 constatou-se que havia R$ 7,818,00 de depósitos judiciais sem documentação comprobatória sendo estes anteriores à 1º de janeiro de 2016".
Ou seja, foi apresentado um superávit de R$ 8,342 milhões, que após reanálise se transformou em déficit de R$ 13,457 milhões. Além disso, o clube alterou sua política contábil de reconhecimento do direito de imagem devido aos seus atletas profissionais.
Veja outros itens citados no balanço:
FluSamorin
O clube constatou também que “os gastos incorridos no projeto “Flu Samorin”, capitalizados como “investimento”, no ativo do Clube, não atendem aos requisitos de reconhecimento de um ativo. A partir de 2017 os valores dispendidos para a manutenção das atividades em Samorim estão sendo alocadas ao resultado do exercício".
Richarlison e Gerson
Já no final das agora quatro páginas divulgadas pelo clube tricolor, o balanço cita a antecipação dos valores vindos das vendas de Gerson à Roma (ITA) e Richarlison ao Watford (ING).
O clube efetuou a venda de Gerson em dezembro de 2015 e as duas últimas parcelas foram reajustadas para 4 milhões de euros até 15/07/2018 e 5,81 milhões de euros até 15/07/2019. O dinheiro irá para o fundo inglês envolvido na operação. No caso de Richarlison, vendido em julho de 2017, o adiantamento fez com que o valor caísse de 6,25 para 5,98 milhões de euros devido aos juros.