Documento por impeachment de Abad pode ser registrado nesta terça
Oposição já atingiu número mínimo necessário de assinaturas indicado pelo estatuto e há a intenção de que processo seja levado à frente em reunião do Conselho Deliberativo
O momento político do Fluminense pode ganhar mais um capítulo na noite desta terça-feira. A reunião do Conselho Deliberativo, que acontecerá na sede do clube, foi convocada para que alguns executivos dessem explicações sobre as respectivas áreas, mas há uma expectativa inicial de que a oposição protocole o pedido de impeachment do presidente Pedro Abad.
Isso, porém, pode ser adiado caso os movimentos contrários à gestão de Abad e à FluSócio - associação da qual o mandatário faz parte - tomem a decisão de angariar mais assinaturas no documento que pede a saída do presidente. O número de nomes mínimo necessário (50, de acordo com o estatuto) para que o processo pudesse ter continuidade foi atingido no último fim de semana, mas há a intenção de chegar a 150.
Membros de grupos políticos, como a "Unido e Forte" - que fazia parte da gestão até abril - e "Tricolor de Coração", dentre outros, endossaram a ação.
No documento, segundo o LANCE! apurou, há um capítulo com argumentos mostrando que a gestão de Pedro Abad estaria sendo temerária ao clube, lembrando, entre outros pontos, o caso do atraso na entrega do balanço referente ao ano de 2017, que poderia ocasionar punições ao clube, como, até mesmo, a retirada do quadro do Profut (lei que busca garantir responsabilidade fiscal dos clubes de futebol).
Para conseguir uma saída de Abad cumprindo o que determina o estatuto tricolor, após ser convocada a reunião, será preciso que, ao menos, 2/3 dos conselheiros votem contrários à atual gestão.
Esta não é a primeira vez que um grupo de oposição faz um movimento pelo impeachment de Pedro Abad. No começo de maio, a "Tricolor de Coração" afirmou que estudava ir à Justiça para tirar o mandatário do poder.
À época, diante do atraso da diretoria na entrega do balanço financeiro referente ao ano de 2017 - baseado no prazo estipulado pela "Lei Pelé" -, e que pôde causar punições a Abad e ao Fluminense, o grupo afirmava ter argumentos suficientes para apontar que havia, ali, um caso de gestão temerária, tanto de Abad quanto de Peter Siemsen, presidente anterior.
Balanço
Uma das justificativas ao atraso para a entrega no balanço foi que havia uma revisão dos números nos documentos referentes ao ano de 2016, último do mandato de Peter Siemsen. Depois, quando o balanço foi, enfim, divulgado, apontou, depois da análise, um superávit de R$ 8,342 milhões se transformou em déficit de R$ 13,457 milhões.
A reunião do Conselho Deliberativo que aprovou as contas também foi alvo de ação judicial.