Eliminações precoces, solidez defensiva e regularidade: o raio-x da passagem de Odair pelo Fluminense
Treinador deixa o clube carioca com 56% de aproveitamento em 50 partidas disputadas
Prestes a completar um ano, a passagem de Odair Hellmann pelo Fluminense chegou ao fim nesta segunda-feira. O treinador de 43 anos aceitou uma proposta milionária do Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, e deixa as Laranjeiras após onze meses de altos e baixos. O LANCE! traz um raio-x desse período.
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NÚMEROS E APROVEITAMENTO
Odair Hellmann comandou o Fluminense em 50 partidas e alcançou um aproveitamento de 56%. Foram 24 vitórias, 12 empates e 14 derrotas em quatro competições disputadas (Carioca, Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão). Foram 75 gols marcados e 47 sofridos. No total, 37 jogadores foram utilizados pelo treinador, desde medalhões consagrados até jovens das categorias de base.
ELIMINAÇÕES PRECOCES
Sem dúvida, o momento mais crítico da passagem de Odair pelo Tricolor ocorreu logo em fevereiro. Após empatar em 1 a 1 no Maracanã, o Tricolor teve atuação apática fora de casa, não conseguiu furar a retranca do modesto Unión La Calera e foi eliminado na primeira fase da Sul-Americana.
Após a paralisação causada pela pandemia, uma nova decepção em torneio mata-mata. Dessa vez, na Copa do Brasil. Após eliminar o Moto Club, Botafogo-PB e Figueirense nas primeiras fases, o Tricolor deu adeus antes de chegar as oitavas de final. O algoz foi o Atlético-GO, que reverteu a vantagem tricolor do jogo de ida (1 a 0) e eliminou a equipe comandada por Odair Hellmann ao ganhar por 3 a 1, em Goiânia.
TÍTULO E SUSTO NO RIVAL
Apesar do futebol da equipe não encantar a torcida, Odair Hellmann ganhou força por montar um time organizado e capaz de render mais do que o esperado. E a primeira prova desse trabalho veio na reta final do Campeonato Carioca. Dono da segunda melhor campanha geral, o Fluminense desbancou o favoritismo do Flamengo e conquistou a Taça Rio, batendo o rival nos pênaltis.
Com o título, o Tricolor forçou mais duas partidas contra o Flamengo de Jorge Jesus para definir o campeão carioca. Apesar de sair derrotado nos dois jogos da decisão e terminar como vice-campeão, a equipe se mostrou capaz de conter o poderio ofensivo do rival e demonstrou uma consistência defensiva, que rendeu elogios ao treinador.
CAMPANHA SURPREENDENTE
Este mesmo futebol visto contra o Flamengo virou a marca do Fluminense de Odair Hellmann no Campeonato Brasileiro, a partir de agosto. Apesar de um início irregular com uma vitória em quatro rodadas, o Tricolor cresceu de produção, encontrou a regularidade e se manteve na parte de cima da tabela em praticamente toda a competição.
Com muita organização defensiva, velocidade na transição e alto aproveitamento no ataque, Odair Hellmann conseguiu extrair um rendimento acima do esperado e deu novas aspirações ao clube tricolor. O Fluminense passou a brigar no pelotão de cima entrou na briga por uma vaga na Libertadores de 2021. Atualmente, a equipe ocupa a 5ª posição da tabela, com 39 pontos.
Apesar disso, o treinador nunca se tornou unanimidade e seguiu lidando com críticas de torcedores insatisfeitos nas redes sociais. As principais reclamações eram sobre o estilo de jogo mais defensivo, a dificuldade na criação de jogadas e as escolhas de Odair por certos atletas. Após a vitória sobre o Athletico-PR, no sábado, o treinador chegou a comentar sobre o assunto.
- Na rede social tudo pode, né?! As pessoas ficam escondidas atrás de um computador. E às vezes se dizendo torcedor do Fluminense, mas com certeza não são, porque só atrapalham. Atrapalha o ambiente só falar coisa negativa. Aí quando acontece a derrota, aquilo tudo se potencializa, o que não deveria acontecer. Não deveria nem ter voz esse tipo de situação. E dar ênfase ao verdadeiro torcedor. Não que o torcedor não tem direito de cobrar, de criticar, pelo contrário.
Sem Odair Hellmann e com Marcão no comando da equipe, o Fluminense tentará manter a boa campanha e seguir na briga pelo G-6 do Campeonato Brasileiro. O próximo compromisso é neste domingo, às 20h30 (de Brasília), contra o Vasco, em São Januário.