Entenda a importância do Esporte Olímpico na política do Fluminense
Apesar do discurso anti-olímpico ser levantado nas redes sociais, cenário não é favorável para quem almeja ser presidente do clube na próxima eleição
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"Fluminense Football Club. O clube leva futebol no nome, não vôlei, basquete ou tênis..." Diante da proximidade das eleições, esta velha narrativa entra em cena para justificar posições políticas. Entretanto, não é bem assim que a banda toca. O discurso agrada uma pequena parcela dos torcedores, mas trata-se de um tiro no pé para quem almeja o cargo de presidente. Entenda a situação.
Historicamente, existe uma regra implícita nas eleições no Fluminense: quem não tem apoio do Esporte Olímpico e do quadro social, não vence. Esse cenário começou a mudar de contexto à partir da mudança estatutária que deu direito a voto presidencial ao sócio-futebol, implantada em outubro de 2012. Antes reclusa aos muros de Laranjeiras, a eleição para o cargo máximo do clube ganhou contornos mais democráticos.
Mas ter o apoio dos Esportes Olímpicos sempre foi uma aliança importante. Por exemplo, em 2016 Pedro Abad foi eleito presidente do Fluminense com 2.126 votos. Uma pesquisa interna estimou que 52% dos votantes do pleito vieram dos sócios do clube, enquanto 48% eram da categoria sócio futebol. Nas eleições anteriores, apenas os sócios do clube votavam.
Mas, quem são esses sócios? Bom, a mãe que leva o seu filho para praticar futsal, torcedores que frequentam os bares, a família que usa a piscina nos fins de semana, as pessoas que alugam espaços como a churrasqueira ou salão nobre, que gastam com sauna, estacionamento, quadras de tênis, escolinhas, entre diversas outras situações. Pessoas que diariamente frequentam o clube e geram receita - não só de mensalidade, mas de aluguel, alimentação, serviços e também com convites para convidados. Atualmente, o Fluminense conta com 10 esportes e escolinhas: tênis, natação, saltos ornamentais, nado sincronizado, futsal, polo aquático, vôlei, tiro, basquete, tênis de mesa, futmesa e xadrez.
Internamente, o esporte olímpico é considerado benéfico pelo seu bom retorno com pouco gasto. Basicamente, o associado espera apenas que a sua quadra de tênis ou espaço para o seu filho brincar esteja ali na próxima gestão, limpo e funcional. Em troca, o mesmo paga a mensalidade pelo uso e movimenta as dependências da sede. Consequentemente, vota no candidato que se compromete com isso. Custo baixo, com retorno. Uma fonte de renda "limpa".
Além disso, a exclusão das atividades olímpicas faria com que o clube perdesse benefícios governamentais, possibilidade de auxílios financeiros pela Lei de Incentivo ao Esporte e outras ajudas de custo com patrocinadores. Atualmente, a única equipe profissional adulta que o Fluminense detém é a equipe de vôlei feminino, que é financiada pelos seus próprios patrocinadores.
Apesar do torcedor estar frustrado com o desempenho no futebol, descontar no Esportes Olímpico pouco contribui com o cenário. Pela quantidade de votos e pela possibilidade de retorno financeiro, poucos candidatos irão contra o seu próprio quadro social. E este cenário não é apenas no Fluminense, funciona da mesma forma até nos milionários Flamengo e Palmeiras
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