Está brilhando! Veja dez momentos que comprovam a volta por cima de Ganso no Fluminense
Camisa 10 chegou ao Flu com moral, mas viu o ritmo diminuir e perdeu espaço no time; com Abel Braga, o meia restaurou a confiança e tem sido decisivo
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O Fluminense pode até viver uma temporada de altos e baixos, mas tem um jogador que segue na crescente desde o início. Na vitória por 3 a 0 sobre o Oriente Petrolero, da Bolívia, Paulo Henrique Ganso foi novamente importante com mais uma atuação convincente com a camisa tricolor. Antes preterido, o camisa 10 consolida a cada jogo o espaço como titular e mostra que pode se encaminhar para o melhor momento no clube no penúltimo ano do longo contrato. Desde 2019, foram diversos capítulos de uma história nem sempre feliz e esperançosa.
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CHEGADA E INÍCIO
Ganso chegou ao Fluminense não apenas para reforçar o elenco, mas também para suprir uma carência de grandes nomes. Na época, o grupo tricolor era majoritariamente composto por jogadores criados na base, além de reforços mais modestos por conta da situação financeira. Por isso, a diretoria buscava uma figura experiente para orientar um ataque jovem. No Sevilla, da Espanha, o camisa 10 não estava tendo oportunidades. Para ambas as partes, a transferência caiu como uma luva.
Em seu retorno ao Brasil, o meia foi recebido pela torcida do Flu, que lotou o aeroporto para recepcioná-lo. Empolgado, Ganso declarou que estava feliz por voltar ao país e vestir as três cores. Em suas primeiras atuações pelo clube, transmitiu segurança e seguiu contando com os aplausos da torcida. No total, marcou três gols e deu uma assistência em jogos pelo Brasileiro e Carioca.
DECADÊNCIA E POLÊMICAS
Embora o começo tenha sido positivo, em pouco tempo Ganso sofreu com uma queda técnica. Ainda em 2019, a disposição física do jogador se mostrou um ponto de preocupação, e o camisa 10 não conseguia acompanhar o ritmo de alguns jogos. Criticado por parte da torcida, foi para o banco de reservas, em especial após a contratação de Nene.
Sob o comando de Oswaldo de Oliveira, o meia teve ainda menos oportunidades. Durante um jogo contra o Santos, que terminou em empate por 1 a 1, uma briga com o técnico marcou a trajetória de Ganso. Ao ser substituído, o camisa 10 chamou o treinador de burro, e foi xingado de vagabundo pelo mesmo. Um dia depois, Oswaldo foi demitido do Tricolor.
LESÃO
Em 2020, o camisa 10 também não esteve em evidência nas escalações. Com a boa fase de Nene, que viveu um ótimo ano e ganhou a vaga de vez, Ganso seguiu sem espaço até o fim da temporada. Ele ainda teve um quadro de apendicite na reta final e desfalcou a equipe. Em 2021, ele seguiu lutando, mas teve pouca moral com Roger Machado de início. Quando, enfim, ganhou uma oportunidade de jogar, acabou lesionando o antebraço nas quartas de final da Libertadores, contra o Barcelona de Guayaquil (EQU). Assim, precisou passar por cirurgia e ficou afastado até a pré-temporada de 2022.
REVIRAVOLTA
No início desta temporada, Ganso declarou que esperava levar títulos com o Flu. Contudo, o camisa 10 ainda não sabia que a tão esperada taça viria com grande contribuição de suas atuações. O início foi devagar. Barrado na segunda partida, ele ficou no banco na estreia, mesmo com a derrota para o Bangu, além dos jogos com Audax, Flamengo e Botafogo.
Abel, inclusive, foi chamado de burro por não utilizar o jogador, que sempre carregou muita expectativa externa e em 2022 não seria diferente. O primeiro jogo da temporada foi apenas contra a Portuguesa, quando ele entrou por dois minutos em campo mesmo com Abel utilizando o time de reservas.
TITULAR ENTRE OS RESERVAS
Na partida seguinte, contra o Nova Iguaçu, Ganso participou por mais tempo, desta vez 13 minutos. Mas a titularidade, enfim, veio contra o Volta Redonda, quando o Flu fez o melhor placar do ano até aquele momento mesmo atuando com um time reserva. O meia foi o grande nome da partida, o cérebro do meio-campo, e se destacou. A partir daí, ganhou o holofote novamente como um dos melhores do elenco, mas ainda começando no banco. Na Libertadores ele não chegou a ter tanto espaço, já que Abel insistiu na formação sem um meia, mas foi o Carioca onde ganhou confiança.
BRILHOU
Cano pode até ter sido decisivo e ficado marcado por fazer valer a lei do ex, mas o dono do jogo no clássico com o Vasco acabou sendo Ganso. No que foi sua melhor atuação do ano no momento, ele deu a assistência para o camisa 14 "fazer o L" e também para Nonato, garantindo a vitória diante do rival. Saiu de campo ovacionado pela torcida e mostrou que 2022 poderia ser um ano completamente diferente dos anteriores.
CLASSE
O gol ainda não saiu, mas a terceira assistência foi na vitória sobre o Resende que garantiu o título da Taça Guanabara. Nesse momento, Ganso já colocava certa dúvida na cabeça de Abel, mas seguia como reserva por conta do esquema do treinador sem um camisa 10. O meio-campo mais equilibrado novamente foi o destaque da goleada. Participativo ao longo de toda partida, Paulo Henrique deu o passe para Nonato marcar e ainda encontrou um lance espetacular para Arias colocar Martinelli na cara do gol. Lances de qualidade que o meia sempre foi capaz de encontrar, mas vinha tendo dificuldades.
CHEGANDO PERTO
Mesmo com a eliminação para o Olimpia jogando muito mal no Paraguai, quando Ganso nem entrou em campo depois de sequer ser relacionado para o duelo com o Boavista com o time C, a estratégia do Fluminense se manteve diante do Botafogo. Na primeira partida, o camisa 10 ficou 24 minutos no campo, enquanto no segundo ele entrou no intervalo. Foram dois dos piores jogos do ano para o Tricolor, que melhorou a dinâmica com a presença de um homem de criação. O que, enfim, credenciou o atleta para a titularidade justamente na decisão do Estadual.
DECISIVO
Nada mais justo do que terminar o Carioca com um dos nomes do time até aquele momento. E Abel surpreendeu ao iniciar as duas partidas contra o Flamengo com Ganso no time titular. A presença do jogador mudou completamente a postura do meio, que passou a criar melhor e municiar seus atacantes. Quase deixou o dele no jogo de ida, mas foi parado pelo goleiro. Na segunda partida, participou da jogada do gol de Cano e, assim, somando os 180 minutos, foi, ao lado do atacante, nome fundamental da conquista após dez anos.
MAESTRO
Ganso ainda não jogou os 90 minutos completos nas 13 partidas que esteve presente em 2022, mas foi titular (e se consolidou ainda mais) na estreia do time na Sul-Americana contra o Oriente Petrolero. Participando de todas as jogadas de ataque, o meia não se escondeu das jogadas e deu mais qualidade à saída de bola do Fluminense em todos os sentidos. Chegou a um ponto de confiança que o técnico Abel Braga o garantiu como titular na estreia do Brasileirão, no próximo sábado.
- Eu achei o Ganso. Ele já está escalado para sábado. Ele cada vez mais está se dedicando. Tivemos alguns problemas, não fizemos uma atuação brilhante. A vitória foi justa, mas é óbvio que sentimos um pouco - afirmou após o jogo.
Agora, o Flu volta todo o foco para o Campeonato Brasileiro. A primeira rodada acontece já neste sábado, às 16h30, diante do Santos, também no Maracanã. Já pela competição sul-americana, o time de Abel Braga volta a entrar em campo na quarta-feira, às 21h30, quando visita o Junior Barranquilla na Colômbia.
*Estagiária sob supervisão de Luiza Sá
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