Flu encerra ano com série de erros e vê crise a ser controlada em 2019
Presidente vê clube com problemas em diversos setores: atrasos salariais, planejamento e elenco fizeram um promissor 2018 se transformar em um final de ano frustrante
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Um ano que começou com certo otimismo depois de um bom início de Campeonato Brasileiro e da Sul-Americana acabou se transformando em caos. O Fluminense entrou em queda livre nos últimos momentos da temporada e viu seu destino quase ser selado de forma lenta e dolorosa: escapou do rebaixamento ao vencer o América-MG, na última rodada. Pode-se dizer que 2018 foi consertando problemas, tanto no planejamento quanto na condução de assuntos delicados.
- Passamos grandes dificuldades e não fomos punidos com o rebaixamento. Temos muitos problemas, o clube inteiro tem. Mas vamos resolvê-los. Amanhã já começamos a nos reunir com todos os departamentos do clube. Com mais tranquilidade vamos focar nos problemas. Isso tudo para que possamos ter um 2019 melhor - declarou Pedro Abad.
Com um limite de orçamento, a diretoria foi obrigada a reforçar o time sem fazer grandes investimentos. Isso resultou em insatisfações públicas na época de Abel Braga e com Marcelo Oliveira, além de um elenco limitado sem grandes destaques. O que se viu foi um número de atletas que não foi o suficiente para realizar as rotações nos momentos de necessidade. E isso pesou na reta final.
Não só esse fator, o que mais ficou evidente nas últimas semanas de um melancólico time foi o impacto da falta de pagamentos dos salários em dia e o clima que já não tinha mais como melhorar, mesmo com o acerto da CLT ainda antes da volta da semifinal da Sul-Americana contra o Atlético-PR. Os jogadores sentiram que em dado momento já não conseguiram mais reverter um cenário que pouco mais de um mês antes parecia tranquilo.
Insatisfação da torcida, protestos constantes e invasão no penúltimo treino do ano marcaram os últimos dias do Flu, que vê uma série de problemas transformar um 2018 promissor em um ano melancólico, mas deixa diversas crises abertas para serem corrigidas em 2019. O ano terminou dentro de campo, mas ainda terá novos capítulos fora dele.
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Confusão política
Um dos fatores que ajudaram para que o Fluminense tivesse tanta instabilidade nos últimos momentos do ano foi uma intensa crise política que se arrastou - e intensificou - com o passar dos meses. Após ter uma série de decisões questionadas, o presidente Pedro Abad viu aliados romperem com a gestão e se juntarem ao movimento que pedia seu impeachment - que ainda será votado pelo Conselho.
A confusão instaurada afetou outros segmentos do clube, que viram as finanças em queda livre e a paciência dos torcedores acabar por completo, com constantes xingamentos nas arquibancadas nos jogos em casa. Em entrevista ao LANCE!, Abad falou que o momento conturbado influenciou diretamente nos erros da gestão. Os jogadores também chegaram a perder a paciência com o mandatário cobrando salários.
Problemas financeiros
É inegável que a falta de salários em dia foi o fator mais relevante para a parte final do ano tricolor. Com a instabilidade sobre os salários da CLT e 13º, e direitos de imagem ainda em atraso, o elenco, que vinha se esquivando de questionamentos, abriu a boca após o empate contra o Ceará no Maracanã e mostrou a insatisfação com a situação. Até o técnico Marcelo Oliveira afirmou que, apesar dos atletas se esforçarem, era difícil manter 100% do foco.
Além disso, o Flu não conseguiu contar com bons públicos o ano inteiro, com exceção de algumas partidas. Isso ajudou a aumentar as constantes dívidas no estádio e nas contas do clube, que, com um elenco limitado, teve dificuldades para conquistar o interesse de seu torcedor.
E não pesou apenas quem está atualmente no Tricolor. Se no final do ano passado a diretoria decidiu librar alguns atletas para diminuir os gastos, em 2018 a medida acabou voltando com o caminho inverso. As dívidas com processos, penhoras e problemas judiciais se somaram ao contexto da bola de neve.
Montagem do elenco
Mesmo sem dinheiro, o Fluminense buscou reforços para o seu elenco. Entretanto, o que se viu, e foi criticado pelos dois treinadores do ano, foi um elenco desigual com dois meias e 12 atacantes, que, mesmo que considerados versáteis pelos dirigentes, não corresponderam quando improvisados. Entre as contratações que nunca deram retorno, passam João Carlos, Junior Dutra, Bryan Cabezas, entre outros.
Marcelo Oliveira e o fim da linha
Se depois da vitória contra o Atlético-MG as chances eram de 1% de queda, o Fluminense conseguiu chegar ao final assombrado pelo fantasma do rebaixamento. Os últimos jogos de Marcelo Oliveira foram marcados por um time que não conseguia fazer gols ou vencer e, por isso, reverteu o cenário de 2009, quando fez um milagre para se recuperar no Brasileiro. O treinador perdeu o vestiário, insistiu em jogadores que não rendiam e viu sua demissão acontecer há poucos dias do último jogo. Por sorte e competência, Fabio Moreno assumiu a função e conseguiu fazer com que o clube ficasse na Série A.
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