Quando perdeu o título do Campeonato Carioca para o Flamengo, o Fluminense se viu em uma repetição constante de erros que culminaram no vice. A partir dali, a equipe se reformulou e melhorou. Não mais. Desde a derrota para o Red Bull Bragantino na Copa do Brasil, o Tricolor vem demonstrando dificuldades similares e de maneira contínua. E, nesta quarta-feira, mais um resultado que concretiza o mau momento com a goleada sofrida por 4 a 1 para o Athletico-PR, em Volta Redonda.
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São quatro partidas sem vitória para o Flu, mas, mesmo antes disso, a equipe já vinha jogando no limite da inspiração e dos momentos individuais. Desgastado pela maratona de partidas, o time vive seu pior momento técnico. Dentro da proposta de Roger Machado, os contra-ataques pararam de ser eficientes e bem construídos. O elenco mostra sua limitação: não consegue ter variações para superar as qualidades dos adversários.
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Os primeiros 20 minutos foram os melhores deste Brasileirão. Depois de abrir o placar, o Fluminense teve intensidade, continuou criando, mas não colocou a bola para dentro. Tanto que deu oito finalizações nesse período. No entanto, depois a equipe fez talvez os piores 70 minutos na competição. A queda brusca de rendimento mesmo antes das substituições acabou com o emocional do time e, após as mexidas, tudo desandou.
- Coincidência ou não, depois das mexidas o Athletico tomou o controle do jogo. As mudanças foram para ter um controle melhor do meio-campo com o Ganso e com o Kayky para ter a vitória pessoal pelo lado, buscar empurrar novamente o Athletico para o seu campo e criar oportunidades. Mas, de fato, eles ganharam campo na nossa defesa e, em inversões, conseguiram a virada. Novamente com outras mexidas conseguimos voltar para o jogo um pouco com João Neto e Fred, mas não foi suficiente. No contra-ataque eles foram fatais. No dia de hoje as substituições não surtiram efeito. A responsabilidade é sempre do treinador - disse Roger em entrevista coletiva.
Entre os problemas que a equipe enfrenta, há dois pontos que preocupam mais: o ataque e as laterais. Se no começo da temporada o Flu conseguiu apresentar ofensividade, nas últimas rodadas os atacantes mostram erros de comunicação e falta de atenção para finalizar. Sem Caio Paulista por enquanto e com Cazares improvisado na ponta direita, a questão só se agravou.
Pelos lados direito e esquerdo o drama não é menor. Egídio, embora tenha qualidades ofensivas, tem muita dificuldade em auxiliar no setor defensivo e muitas vezes comete falhas responsáveis por um empate ou derrota. Na direita, Samuel Xavier segue em transição após lesão e Calegari não consegue corresponder à altura da necessidade. A zaga, então, fica sobrecarregada e falha mais frequentemente do que o costume.
Mesmo ciente de que o desgaste e os desfalques vem sendo determinantes para a queda de rendimento, o Fluminense terá um mês decisivo pela frente e seguirá sem tempo para pensar muito. São três jogos, incluindo o clássico com o Flamengo no próximo domingo, além de Ceará, em casa, e Sport, fora. As oitavas de final da Libertadores, contra o Cerro Porteño, e da Copa do Brasil, diante do Criciúma, também estão marcadas para julho. As duas são competições consideradas prioridades, mas o Brasileirão vem desandando.
O Fluminense tem 10 pontos em oito rodadas do Campeonato Brasileiro. No domingo, às 16h, na Neo Química Arena, encara o Flamengo.
*Estagiária sob supervisão de Luiza Sá