Júlio César terminará a temporada como titular do Fluminense e, diante do Internacional, no domingo, fará sua 17ª partida consecutiva vestindo a camisa tricolor. Individualmente, 2016 foi o melhor ano do goleiro nas Laranjeiras, que até o início da atual sequência, em setembro, só havia atuado quatro vezes pelo Tricolor.
No entanto, se Júlio César aproveitou a rara brecha dada por Diego Cavalieri, afastado dos gramados há três meses por seguidas lesões musculares, a fase ruim do Fluminense não permite celebrações por parte do goleiro. São nove jogos sem vitórias, e o Tricolor, que chegou a sonhar com o G4, chega à última rodada sem mais pretensões no Campeonato Brasileiro.
Ontem, o camisa 22 fez um balanço da temporada. Satisfeito com o rendimento individual, Júlio César não escondeu a decepção em não conseguir a classificação para a Copa Libertadores de 2017.
- Fiquei até setembro sem jogar. Para um goleiro é complicado, mas nossa profissão é assim e temos que estar preparados. Trabalhei bem quando a oportunidade surgiu, infelizmente pela lesão do Diego. Foi um ano positivo, mas queria que fosse melhor. Queria estar com uma vaga na Libertadores garantida, . A grandeza do Fluminense exige isso. Muito tempo que não tinha uma sequência assim e espero fechar o ano com uma vitória. O Inter precisa do resultado, mas queremos a vitória para tirar essa imagem de nove jogos sem vencer - afirmou o goleiro.
Nas Laranjeiras desde setembro de 2014, Júlio César penou para ter oportunidades. Por isso, a desconfiança da torcida tricolor sempre pairou sobre o goleiro, que, na passagem pelo Botafogo, entre 2005 e 2007, ficou marcado por algumas falhas.
Na visão do goleiro, a sequência como titular serviu também para deixar uma boa imagem com os torcedores, que, em sua maioria, aprovaram as atuações do camisa 22.
- A situação no Botafogo envolveu muito minha juventude. A maturidade dos sete anos que passei na Europa fez muita diferença. Na posição de goleiro, a experiência faz toda a diferença. Esses jogos me ajudaram muito e estou terminando o ano com uma imagem muito boa. Gostaria de ter terminado melhor o ano coletivamente, infelizmente não conseguimos chegar à Libertadores, mas individualmente fico feliz por terminar de uma maneira que a torcida veja que pode confiar em mim. Pensando em 2017, espero fazer outro grande ano, ainda melhor - finalizou Júlio César.
Confira outras respostas do goleiro Júlio César após o treino de quinta:
1. O que foi feito no treino fechado?
O Marcão fez um treino tático visando o jogo. Se não foi aberto é porque é segredo (risos), então, não podemos adiantar nada. Estamos nos preparando.
2. No início do ano, Jefferson e Cavalieri eram os donos absolutos das metas de Botafogo e Fluminense. respectivamente. Como você vê essa situação, que, assim como você, o Sidão termina 2016 valorizado e como titular? O que fazer para seguir nessa condição?
É verdade, tem essa similaridade. Até somo o nome do Muralha, do Flamengo aos nossos dois. O Paulo Victor começou como titular, teve uma sequência e hoje o Muralha termina como um dos três goleiros da seleção brasileira. Isso demonstra o bom trabalho dos preparadores, principalmente, que precisa ser valorizado. Pensando já para a próxima temporada, acredito que o trabalho dentro de campo é o mais importante e a decisão será do treinador. Querer jogar todos querem, sempre. Aí cabe ao professor Abel Braga, que tem uma competência enorme, decidir. Será uma dor de cabeça positiva, com certeza.
3. Como o grupo recebeu a notícia das convocações de Douglas e Richarlison para a Seleção Brasileira Sub-20?
Nós ficamos felizes. Os meninos tem um potencial enorme, tanto o Richarlison como o Douglas. O Pedro também está numa lista de pré-convocação, não sei bem explicar. A gente fica feliz por eles. É o trabalho deles sendo reconhecido, são dois jovens que tem muito valor, muita qualidade e esperamos que eles ajudem a Seleção no Sul-Americano.
4. Por conta disso, eles perderão a pré-temporada e alguns jogos. Vale a pena?
Acho que servir a Seleção é sempre um prazer e uma honra. É o que eu penso, creio que eles pensem da mesma maneira. É um prestígio para eles, para o clube e quando eles voltarem serão integrados e o professor vai saber trabalhar essa situação.