LANCE! Espresso: Odair Hellmann deixa o Flu: a ruptura é marca registrada do futebol brasileiro
Uma relação de alta cobrança, enorme histeria e pouca cumplicidade
Um dos melhores casamentos deste Campeonato Brasileiro chegou ao fim. Odair Hellmann aceitou proposta do Al-Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, e deixa o Fluminense no quinto lugar, posição inesperada até o início do torneio.
Frágil financeiramente, o Tricolor não pôde fazer nada além de liberar o técnico para seguir o novo caminho. À primeira vista, a decisão de Odair parece absurda, ainda mais partindo para um destino de muito dinheiro e expressão nula no futebol internacional.
Mas sua saída é só mais um capítulo de uma relação viciosa entre clubes e treinadores, fincada no resultadismo, na falta de estabilidade e na equação torta em que três derrotas seguidas dão automaticamente o selo "balança no cargo". Odair Hellmann, que já havia feito bom trabalho no Internacional, ganhava ainda mais destaque tirando leite de um Fluminense repleto de pedras.
Mas o técnico sabe que tudo pode mudar em poucas rodadas, quando a até então impensável vaga na Libertadores do ano que vem ganha uma obrigatoriedade para validar o seu trabalho. Torcedores, imprensa, clubes e os próprios treinadores aceitam e alimentam este ambiente de canibalização, em que as verdades absolutas mudam completamente de quarta até domingo.
A partida de Odair é particularmente triste para o torcedor do Fluminense, mas é também uma derrota para o futebol brasileiro, que este ano já se despediu de Jorge Jesus e Eduardo Coudet. Uma relação de alta cobrança, enorme histeria e pouca cumplicidade. As rupturas são cada vez mais a marca do esporte que se joga por aqui.
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