Eduardo Baptista tentou aliar a experiência de Henrique com a juventude de Marlon. Depois, apostou em Renato Chaves no lugar deste último, acumulando mais bagagem no setor. Com a saída do comandante, Marcão, de forma interina, voltou ao plano inicial da temporada. Mas nenhum deles conseguiu arrumar a contestada zaga tricolor, que encerrou a primeira fase do Carioca com o pior desempenho entre os clubes grandes.
Foram 11 gols sofridos em oito jogos. No mesmo número de partidas, o Vasco levou seis, o Flamengo quatro e o Botafogo três. Uma performance que prejudicou o próprio andamento do time - que, com um ataque eficiente, anotou 16 tentos - embora todos no elenco entendam que uma boa defesa não se forma somente com as atuações dos donos do setor.
Contudo, agora, o torcedor parece ter encontrado, finalmente, a confiança naqueles que são os últimos e principais responsáveis por proteger a meta defendida por Diego Cavalieri.
Tratam-se de dois atletas que tinham perspectivas diferentes antes de a bola rolar pela primeira vez no ano. Um badalado e outro desacreditado, que acabaram caindo juntos na lista dos contestados. Para Henrique e Gum, 2016 começou com realidades longes do planejado.
Contratado após uma disputa do Flu com Flamengo e Grêmio, o primeiro desembarcou no Rio com a convocação para a Copa do Mundo de 2014 no currículo e os elogios da época de Palmeiras. Pesava contra, e com menos força na balança, os quase oito meses de inatividade na Itália por opção da comissão técnica de seu clube, o Napoli. Já o camisa 3 encerrou 2015 com o pênalti perdido na semifinal da Copa do Brasil e as críticas.
A bola, então, rolou... Só para Henrique, que com cartões e trapalhadas, caiu em descrédito. Gum ficou no banco, sendo poucas vezes acionado. No entanto, um novo professor chegou nas Laranjeiras e eles, que haviam jogado juntos apenas contra o Volta Redonda, na primeira rodada, tomaram conta do espaço.
Os últimos seis duelos tiveram a dupla como titular, e o Fluminense só foi vazado três vezes, sendo em dois jogos diferentes: contra Internacional (Primeira Liga) e Madureira (Estadual). Ou seja, passou quatro partidas sem ver a própria rede ser balançada.
– Sempre trabalhamos esperando uma oportunidade. Eu estava tentando ajudar ao máximo possível de fora. Quando você vai a campo, tem que ajudar ao máximo também. Trombar com os caras, fazer o que tem de fazer – comentou Gum, em sua volta ao time titular.
O rendimento se traduziu nos números. A equipe já tem a defesa menos vazada da Taça Guanabara: dois gols em cinco partidas. Como consequência, veio a esperança de que a harmonia entre defesa e ataque se transforme em taças.