De saída, Luiza Travassos relembra trajetória no Fluminense e diz: ‘Vou levar tudo que aprendi aqui’
Volante se despediu do clube em dezembro, após quatro anos; Luiza relembrou o início da carreira e destacou importância do Fluminense em sua formação
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Após quatro anos no Fluminense, Luiza Travassos se despediu das Laranjeiras. No fim de dezembro, a jogadora encerrou o vínculo com o clube e irá atuar na liga universitária dos Estados Unidos. Em entrevista à FluTV, a volante relembrou o início da sua trajetória no esporte, o apoio da família, e as dificuldades de ser uma menina que queria jogar futebol.
- Eu assistia e percebia que a gente só via homem. Naquela época, não tinha muito acesso e visibilidade [para o feminino]. Eu sinto que eu não sabia muito que eu podia jogar. Até que eu falei 'eu quero jogar também', e de tanto insistir, meus pais tentaram me colocar na escolinha de onde eu estudava, e eles falaram que eu não podia porque era um esporte muito bruto. Foi aí que o jogo virou, porque minha mãe não aceitou que me falassem o que eu podia ou não fazer. Então comecei a jogar em uma escolinha na praia, com meninas mais velhas - disse.
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Luiza começou a escrever sua história no futebol feminino junto com o Fluminense. Tricolor desde a infância, a meio-campista participou da primeira peneira do clube para as categorias de base. Assim, tornou-se atleta do seu time de coração com apenas 14 anos.
- O Fluminense foi o primeiro time do Rio de Janeiro para jogadoras desde o sub-14. Foi um trabalho desde a base mesmo. Tinha o sub-18, mas o Fluminense foi o primeiro a abrir para jogadoras mais novas. Eu passei na peneira, e claro, foi muita felicidade. Já torcia para o clube, então foi muito importante para mim. No mesmo ano, fim de 2018, teve a Conmebol sub-14. Quando eu vi, um mês depois estava vestindo a camisa do time. Foi tudo muito rápido e muito bom. Logo depois veio o Brasileiro, o Carioca sub-18, Seleção Brasileira... Foi tudo muito rápido.
Pelo Fluminense, também coube a ela o pioneirismo: junto à equipe do sub-18, conquistou o primeiro título Brasileiro e Carioca do clube na modalidade. Mesmo fazendo história, Luiza ainda se lembra da sensação de frequentar as Laranjeiras e o Maracanã com a família.
- É um pouco estranho isso. Lembro de vir aqui [nas Laranjeiras], assistir aos treinos do masculino, de convencer os meus pais a me levarem para o jogo... Para mim, é muito legal e diferente poder falar que eu sou um ídolo do Fluminense. É um sonho, parece não ser real - contou.
Naturalmente, a decisão de deixar o clube não foi fácil para a Menina de Xerém. Após conquistar o estadual em 2021, atuar com o time adulto e ser convocada para a Seleção Brasileira, a jogadora optou pela mudança, mas carrega consigo o DNA Tricolor.
- É um sentimento que, quem joga, sabe como é. Você não está pensando muito, apenas se divertindo e fazendo o que ama. Tomar esse tipo de decisão é difícil, Ter que colocar tudo na balança e pensar que vai ser bom para o meu desenvolvimento. Mas é difícil também desapegar e deixar uma história muito bonita para trás. A ficha está caindo aos poucos, ainda me sinto muito aqui e já estou com saudades de tudo. Acho que vou levar tudo que aprendi aqui. A jogadora que eu sou hoje foi formada no Fluminense, assim como a pessoa que eu sou. Ver a Luiza de 14 anos e a Luiza de hoje, é uma menina diferente.
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