Luquinhas carregava o símbolo do "Projeto Samorín". Camisa 10 da filial eslovaca, foi destaque na campanha que quase resultou no acesso à primeira divisão. No retorno ao Fluminense, muita expectativa e poucas oportunidades - mesmo com a escassez de meio-campistas no elenco. Emprestado ao Oeste (SP), o jogador conversou com o LANCE! e falou pela primeira vez sobre a sua situação no Tricolor Carioca.
- Eu tive a primeira oportunidade com o professor Abel Braga, mas acabei sofrendo uma lesão muscular. Fiquei um tempo longo afastado, acabei demorando para recuperar, voltar a ter confiança. Quando ocorre esse tipo de situação, o jogador acaba indo para o fim da fila, acredito que foi mais por isso que não pude ter uma sequência nesses últimos tempos no Fluminense.
O meia atuou apenas quatro vezes pelo Fluminense: contra Universidad de Quito (EQU), Londrina e Chapecoense, em 2017, e contra a Cabofriense, em 2018. De lá para cá, um treinador foi importante para manter a sua motivação. Luquinhas conversou com Abel Braga sobre a falta de oportunidades e ganhou como resposta que "estava bem preparado".
- O professor Abel, com quem eu tive mais contato, conversou comigo muitas vezes, disse que eu estava bem preparado, que vinha treinando bem no clube. Infelizmente não aconteceu, vida que segue, bola pra frente, continuo motivado e confiante para esse novo desafio de atuar e ajudar a equipe do Oeste nessa sequência de temporada.
A situação que chateou Luquinhas foi a preferência de improvisações para o meio quando o mesmo era reserva imediato. Em caso de lesão ou suspensão de Sornoza, Jadson era adiantado ou Marcos Júnior era recuado. Mas agora o foco mudou: é o momento de ter foco no Oeste para poder voltar ao clube, como o próprio conta.
- É normal ficarmos chateados, mas nunca deixei me abater, continuei treinando bastante, dando meu máximo sempre nas atividades. Infelizmente por opção técnica não tive a oportunidade de atuar, mas agora é foco total aqui no Oeste, espero um dia poder voltar ao Fluminense com mais experiência, com bons números e boas atuações.
Confira outros trechos da entrevista com Luquinhas:
LANCE!: Pensa em utilizar esse empréstimo no Oeste para mostrar seu valor?
Luquinhas: Estou muito feliz pela oportunidade de jogar pelo Oeste e de estar disputando a sSrie B, que é um campeonato muito equilibrado, difícil para todas as equipes. Espero conseguir ter uma boa sequência, e assim poder ajudar o time na conquista do acesso no fim da competição.
Você foi emprestado para o Oeste pelo mesmo motivo do Danielzinho: ganhar minutagem de jogo para voltar mais experiente. O quanto você acredita ser importante disputar a Série B pelo Oeste?
É de extrema importância, eu vinha jogando pouco, precisava atuar mais, mostrar mais meu futebol. Eu inclusive acabei optando por vir ao Oeste pelo esquema no qual o time atua, que favorece bastante minha posição. Sendo assim, espero ajudar muito, conquistar meu espaço e mostrar para todos o meu potencial em campo.
Existe uma grande propaganda do Fluminense quanto ao projeto Samorín. Você foi o camisa 10 na melhor fase da equipe nestes anos de projeto. Com uma visão de quem viveu isso por dentro, como você avalia a experiência vivida pelos atletas que vão para a Eslováquia?
Foi uma excelente experiência, um futebol muito diferente do que é jogado aqui no Brasil. Rapidamente eu consegui me adaptar, tive a oportunidade de marcar gols e dar assistências, foi um período bem proveitoso para minha carreira, foi um excelente aprendizado também, e que eu espero poder fazer parecido agora no Oeste.
A gente vê vários jogadores retornando do Samorín para o Fluminense, casos seu, do Peu, Luiz Fernando, Igor Julião... mas ninguém teve uma sequência grande na equipe titular. Acha que ainda falta algum passo para esse cenário mudar?
Acredito que todos que passaram pelo Samorin e logo depois voltaram para o Fluminense possuem condições de atuar, todos possuem técnica e capacidade suficiente inclusive para serem titulares. Acredito que o falta um pouco é paciência para que esses atletas consigam encaixar, consigam achar o melhor momento, tanto do clube, quanto do próprio atleta para terem mais chances de se manter no time.