Mário Bittencourt, do Fluminense, explica divergências com a Libra e prega divisão melhor de receitas
Presidente falou após o encontro entre 25 clubes e ressaltou a necessidade de avanço da negociação para a criação da nova liga brasileira
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Uma das vozes mais ativas no debate sobre a criação de uma Liga, o Fluminense recebeu os presidentes de outros 24 clubes para uma nova reunião. O encontro aconteceu em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, no hotel que patrocina o Tricolor. Em contato com os jornalistas, o presidente Mário Bittencourt explicou o que ficou definido nesse primeiro momento. O próximo passo é voltar à mesa com os representantes da Libra em busca de um acordo.
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Estiveram nesta reunião: América-MG, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Athletico-PR, Atlético-MG, Coritiba, Cuiabá, Juventude, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Chapecoense, Brusque, CSA, CRB, Náutico, Criciúma, Guarani, Londrina, Operário, Sampaio Corrêa, Sport e Vila Nova. As empresas Live Mode e Alvarez & Marsal foram nomeadas pelo grupo como consultores e participam das conversas.
- O que ficou acordado é que uma lista de cinco clubes da Série A, mais um representante da Associação Nacional de Clubes, representando a Série B, fazendo uma comissão de seis clubes assessorados pelas duas empresas que aqui estiveram, vão publicar uma nota de que nós estamos todos abrindo essa negociação com os outros clubes. Para que a gente possa evoluir. As empresas são importantes porque não adianta ficar discutindo sem ter a experiência de quem atua nesse mercado há anos. A apresentação foi muito boa, rica e nos deixou muito claro que precisamos avançar nessa distribuição melhor de receitas - afirmou o presidente.
Ainda não há uma data para nova reunião, mas a expectativa é que aconteça ainda nesta semana ou na outra. Para isso, foi formada uma comissão com seis clubes, além de um representante da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANFC) que representa um bloco de equipes da Série B. A nova divisão das receitas proposta é de 45% igualitários, 30% de performance e outros 25% por engajamento. Esse último critério causa debate pois é considerado subjetivo.
- Não é só a questão do percentual. Existem uma série de discussões, em especial o engajamento em que nos preocupamos bastante. Não temos um número ainda, e sim, uma ideia já assinada. Uma ideia de uma distribuição melhor, onde declaramos em carta aberta há alguns dias atrás, que a gente entendia qual seria o número interessante. Mas não é um número fechado, como o número deles (grupo que aderiu a Libra) não é também. Pode ser que esse debate técnico, a gente entenda que a limitação do menor para o maior, por exemplo, supra a diferença dos 45, 50 ou 40 - explicou.
- Talvez, vocês estejam muito atentos a essa questão do 40/30/30, 50/25/25. Pode ser, que a gente saia com uma Liga na frente, que seja 40/30/30, mas que a questão do engajamento vai ter um peso menor. O primeiro e o último estarão diferentes do que é hoje, por exemplo. Então, falar de números agora é simplesmente complicar uma situação de sentar na mesa para tentar, tecnicamente, discutir. Todos nós queremos a Liga de Clubes. Queremos os 40 juntos, mas entendemos que os critérios de divisão tem que ser diferentes daqueles que foram propostos inicialmente por eles - completou.
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Assim como esse grupo, os clubes que lideram a Libra também contrataram empresas especialistas para assessorar nas negociações. Perguntado se isso poderia dificultar o processo e aumentar as divergências, Mário explicou como funciona essa atuação.
- Eu não vejo dessa forma, até porque todas elas podem trabalhar juntas no futuro. E nós aqui, hoje, definimos que as empresas vão nos assessorar na negociação. Mas que não haverá para o futuro seja de venda de direito, seja para venda para um investidor da Liga. Inclusive, entendemos que outras empresas podem participar. A gente pode abrir o processo de concorrência, para quando a Liga estiver formada. Isso não inviabiliza de jeito algum o bom trabalho da empresa que os representa, bem como que nos representa e até possam, num acordo, trabalhar juntas - disse.
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Para a Liga ser implantada, o estatuto da CBF define que haja a adesão de pelo menos um terço dos participantes das séries A ou B. Ou seja, a Libra precisa de 13 assinaturas. Se isso não ocorrer, o Brasileirão continua organizado pela CBF e os dois lados negociarão por conta própria seus direitos de televisão.
- Inicialmente, a maioria dos clubes entende que discutir a questão financeira é importante para que não tenha que discutir depois dentro da Liga. E aí a Liga não acaba indo adiante, justamente porque a discussão financeira é a que inviabiliza o entendimento e participação de alguns. Foi falado muito nessa reunião aqui de hoje e a gente tem uma grande ideia de tentar fazer com que as cláusulas pétreas, discussões macro, estatutárias da Liga e, também, financeiras estejam discutidas na largada e aceitas pelos 40, para que a gente não possa ficar discutindo em votação interna - explicou.
- O objetivo da Liga é também administrar o campeonato. Essa discussão ainda não está dentro da mesa, porque ainda não está formada. Quando estiver, o objetivo será organizar o campeonato, arbitragem, como todas as ligas do mundo. Poderá sim ter uma assessoria da CBF. Não existe uma liga no mundo sem Federação. Todas as ligas do mundo estão conectadas com algum tipo de federação, para alguns processos que não faz e acaba deixando com a federação, como por exemplo, o registro de contratos. Até porque, a legislação brasileira prevê isso - finalizou.
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