Mário Bittencourt apresenta balanço de gestão e diz que Fluminense pagou R$ 150 milhões em dívidas
Mandatário também destacou investimentos na base, no CT e no programa de sócio
O presidente do Fluminense Mário Bittencourt apresentou, nesta sexta, um balanço dos dois anos de sua gestão. Com isso, o mandatário ressaltou que das 100 propostas, 60 foram executadas, 18 estão em andamento, 12 foram impactadas pela pandemia e 8 ainda não foram realizadas. Na apresentação, foram divulgados números que destacam o pagamento de algo em torno de 150,3 milhões das dívidas do clube.
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No início da live, Mário explicou como foram os pagamentos dos passivos ao longo desses dois anos. Foram R$ 12,4 milhões de pagamentos de salários, e 13º deixados pela gestão anterior, R$ 20 milhões de ato trabalhista, R$ 17 milhões em outros parcelamentos, R$ 29,4 milhões de empréstimos também realizados na gestão anterior e R$ 40 de acordos. Esses números geram o pagamento total de R$ 150,3 milhões de dívidas.
De acordo com a visão do mandatário, se o Fluminense mantiver essa política de austeridade e a quitação de dívidas a longo prazo, o clube pode estar dentro de 9 anos com a dívida saneada. Além disso, segundo o balanço, o clube pagou R$ 34,6 milhões de dívidas trabalhistas, R$ 21,1 milhões de cível, R$ 56,6 milhões referentes às tributárias e previdenciárias, R$ 29,4 milhões em dívidas financeiras, R$ 8 milhões em acordos extrajudiciais.
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- A expectativa é de que o clube, se mantiver essa austeridade e esse trabalho de pagamento de dívidas, possa estar não com a dívida zerada, mas equacionada e saneada em 9 anos. Isso porque o passivo do clube é de aproximadamente R$ 700 milhões. Esse é o mesmo valor mais ou menos de quando a gente chegou. Vão se questionar como é que o Fluminense pagou R$ 150 milhões e a dívida segue a mesma, mas isso se deve aos juros e correções monetárias das dívidas, especialmente a trabalhista e fiscal - disse o presidente do Fluminense, e em seguida completou.
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- Então, se a gente não tivesse conseguido pagar essa dívida, hoje ela giraria em torno de R$ 900 milhões. Conseguimos manter a dívida no patamar que estava, e isso está nos fazendo entrar em uma fase de credibilidade. Com isso, temos conseguido fazer uma redução realmente real e drástica do passivo. Assim, muita gente já está começando a aceitar receber as dívidas com deságio, com desconto de 30% a 40%. Acreditamos que se o clube pagar uma média de R$ 60 e R$ 70 milhões por ano de passivo, em 9 anos o clube estará saneado. Este é um trabalho que a gente está executando e espera poder deixar como legado - explicou.
Sobre o fluxo de caixa, o presidente destacou que sua gestão zela pela credibilidade, austeridade e estabilidade. O mandatário disse que o clube custa menos do que fatura, já que cumpre o orçamento e gasta até menos do que está previsto. No entanto, as dívidas anteriores atingem diretamente o fluxo de caixa, pois as penhoras são diárias. Com isso, existe um comitê de crise que analisa os casos e negocia com os credores, sendo viável operacionalmente.
Mesmo com a crise econômica mundial e a pandemia, houve a manutenção nos números do ativo do Fluminense com um pequeno crescimento estimado em quase R$ 500 milhões. Dessa forma, os salários e o direito de imagem dos atletas estão em dia. Além disso, houve a criação e implementação do primeiro plano de Cargos e Remuneração da história do clube.
Outros pontos destacados pelo presidente foram os de compras e de logística esportiva. Houve uma centralização dos pedidos o que permitiu a segurança das informações e confiabilidade dos processos. Além do investimento em torno de R$ 700 mil em todo departamento médico, de aproximadamente R$ 500 mil em tecnologia da informação, além da aquisição de frota própria.
Um dos assuntos mais difíceis em meio à pandemia é a captação de patrocinadores e parceiros. Segundo os números apresentados, o departamento comercial do clube fechou acordos importantes com grandes empresas. Neste ano, o valor de arrecadação mais que triplicou com contratos deste tipo é de R$ 32.926.359,50, com destaque para o acordo com a Umbro e com o patrocinador master, a Betano. O presidente mostrou um total de mais de R$ 51 milhões.
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Além disso, Mário salientou o crescimento do programa Sócio Futebol, e anunciou que haverá uma reformulação no programa em breve (algo adiado em virtude da pandemia). Até o momento, houve um aumento de 141% no número de adimplentes (de 13.065 em junho de 2019 para 31.609 agora), resultando em um aumento de 69% da receita média mensal, saltando de R$ 490 mil pra R$ 830 mil, com ticket médio de R$ 27.
- A pandemia acabou impedindo o lançamento do nosso novo plano de Sócio Futebol. Fizemos um belíssimo plano para apresentar em abril de 2020, mas a pandemia se iniciou em março e não pudemos seguir adiante. Mas em breve espero que as coisas voltem ao normal, com todo mundo vacinado, para que a gente possa lançar os planos novos - comentou o presidente.
Por fim, Mário frisou que o uso de jogadores formados em Xerém no time profissional tem a média de 40% e citou a integração do time Sub-23 ao lembrar que Martinelli se desenvolveu na equipe capitaneada por Paulo Angioni. Ele também apontou investimento em melhorias no Centro de Treinamento Carlos Castilho, no Centro de Treinamentos Vale das Laranjeiras, em Xerém. no futebol feminino e nos esportes olímpicos do clube.