Mário reforça plano por voto online, destaca pagamento de dívidas do Fluminense e projeta reforma de Laranjeiras
Mandatário concedeu longa entrevista coletiva depois de três meses e falou sobre temas de interesse da torcida ao longo de 1 hora e 40 minutos
Na parte do extra-campo na entrevista coletiva desta sexta-feira, no CT Carlos Castilho, o presidente Mário Bittencourt falou sobre alguns temas de interesse da torcida do Fluminense. Entre eles o voto online, que foi uma das promessas de campanha e ainda não está confirmado para as eleições do ano que vem. O dirigente afirmou que o clube busca soluções para isso, mas exaltou o processo eleitoral do Flu, citando o rival Vasco ao falar sobre desorganização.
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- Estava no nosso plano de gestão que desejávamos implementar o voto online. Queremos que o torcedor esteja participando mais das decisões do clube. Nós precisamos de uma interpretação do estatuto. Eu gostaria que ficasse registrado, o Fluminense é o clube mais democrático do Rio de Janeiro. Para que não se confundam as coisas, as pessoas deturpam propositalmente o que a gente fala, o sócio-torcedor do Fluminense é o único do Rio de Janeiro que tem o direito de votar. Eu perdi uma eleição em 2016 com o voto do sócio-torcedor e venci em 2019 com o voto do sócio-torcedor - iniciou a resposta.
- Desde 2010, a eleição do Fluminense é fiscalizada e gerida pelo Ministério Público do Rio de Janeira e com urnas eletrônicas do TRE que fiscaliza e participa das eleições. Até 2016 não havia urna eletrônica. Eu estou fazendo essa fala aqui porque a única coisa que a gente não pode para 2022 é transformar as eleições do Fluminense como as dos outros clubes. E eu falo especificamente como a do Vasco. O Fluminense está de pé porque nós, em 2016, mesmo perdendo, fizemos a boa política. Em nenhum momento fomos detratores, não criamos fake news para atacar a instituição - seguiu.
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A preocupação sobre o tema se dá por conta de um inciso do estatuto que veda o voto por procuração, ou seja, que um terceiro vote pelo associado. Assim, Mário revelou o temor por uma judicialização das eleições por conta dos votos não presenciais.
- O Fluminense é maior do que todos nós, do que nossas vaidades e correntes políticas. O que não pode acontecer é as pessoas inventarem uma bandeira que é nossa, que estamos trabalhando para organizar. Nós criamos uma comissão interna para que a gente possa entregar a analise para que não gere judicialização. O Fluminense é muito grande para que nós fiquemos discutindo essas pequenezas que só prejudicam a instituição. Lisura acima de tudo, é isso que precisamos para 2022 - completou Mário.
VEJA OUTROS TEMAS TRATADOS:
FINANÇAS
As dificuldades continuam imensas, mas estamos fazendo um resgate de pagamentos das dívidas como vocês estão sabendo. Somente de dívidas FIFA, que são dívidas a curto prazo, temos pra lá de R$ 40 milhões, já pagamos um bom pedaço, as compras de jogadores feitas na nossa gestão estão totalmente pagas. Temos uma outra dívida com o goleiro De Amores e quitamos, cerca de 500, 600 mil dólares e estamos pagando uma dívida com o Independiente Del Valle e faltam quase uns 3 milhões de dólares a pagar pelo Sornoza e Orejuela. Estamos pagando para ver o nosso clube não perder pontos nas competições. Essa é uma dívida recente que acabou de bater na nossa porta. Toda a premiação que recebemos na Libertadores foi bloqueada por dívidas com jogadores que jogaram nos últimos anos, mas mesmo assim, estamos sobrevivendo. O ato trabalhista nós cumprimos integralmente e agora existe uma discussão técnica com SAF aguardando uma decisão com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Estamos estudando há dois meses para decidir o caminho que temos que tomar com relação ao ato. A gente vem negociando uma negociação tributária e até o final do ano vamos conseguir nossas CDNs para que com esses projetos, que não servem só para os esportes olímpicos, mas com as CNDs, vamos mitigar esse risco sim e até 2022 vamos, no mínimo, equacionar e quitar essa conta. Todas as escolinhas que geram receita para o clube, não houve receita. Mas as finanças ainda são nosso 'calcanhar de Aquiles'.
LARANJEIRAS
Contratamos uma empresa que fez um laudo que o estádio está de pé e não precisa ser derrubado. Nosso projeto é brigar para manter o Maracanã e ter Laranjeiras para cinco ou seis jogos. Há 15 dias, foi publicada a primeira verba do projeto executivo. Com o laudo que o estádio fica de pé, precisamos de um projeto para a reforma do estádio. Através de leis de incentivo à cultura, vamos receber uma verba para poder contratar o projeto executivo. Esse projeto que vai dizer quanto que vai custar a reforma do estádio para colocar ele em condições de jogo. A gente não vai conseguir para janeiro de 2022. Acho que só para 2023, porque estávamos esperando a aprovação desse projeto, há toda uma burocracia, juntar documentação, plantas do clube, receber o laudo. Em breve, acredito que em um ou dois meses, iniciaremos o projeto executivo. Aí sim vamos apresentar a maquete, onde vão ser as reformas. Vamos fazer uma licitação para iniciar o projeto executivo das Laranjeiras e restauração. O estádio e a sede são tombados como patrimônio histórico, seremos fiscalizados pelos órgãos como Iphan e Inepac para revitalizar nossa casa.