Ao L!, Nenê projeta o futuro e fala em ‘marcar o nome na história do Flu’
Aos 38 anos, meia afirma se sentir bem, garantindo que não vai pendurar as chuteiras tão cedo. Após encerrar a carreira, jogador estuda a possibilidade de ser técnico
Autor do gol que abriu o caminho para a vitória diante do Grêmio, Nenê já caiu nas graças dos torcedores e a cada dia se sente mais a vontade com a camisa do Fluminense. Sorridente e bem-humorado, o meia recebeu a reportagem do LANCE! no Centro de Treinamento como um verdadeiro anfitrião, mostrando estar totalmente adaptado ao Tricolor. O "namoro", que começou em julho, poderia ter acontecido bem antes, mas precisamente em janeiro. O jogador explicou os motivos pela demora na concretização do "romance" e afirma que quer marcar o seu nome na história do clube.
- Era pra ter acontecido desde janeiro. Vinha conversando bastante com o Diniz, estava bem empolgado com a oportunidade, mas eu era muito utilizado pelo São Paulo, sendo uma peça importante e eles preferiram não deixar avançar as negociações. Acabou que na segunda, praticamente terceira vez de conversa, falamos de novo, com o Celso e com o Diniz e finalmente chegou esse momento e acredito que foi uma decisão muito acertada para mim. Estou muito feliz, espero que esse ciclo seja de sucesso e fico muito empolgado para conseguir marcar meu nome na história do Fluminense.
Apesar dos 38 anos, Nenê corre como um menino recém-promovido aos profissionais e isso não é por acaso. Além de se cuidar bastante, dentro e fora do clube, o meia atribuiu a longevidade ao fato de ter jogado grande parte da carreira na Europa.
- A fórmula é só Deus mesmo. Deus que me deu essa genética e também a maneira como eu me cuidei a minha carreira toda. Acho que o tempo que eu passei na Europa prolongou bastante minha carreira porque são bem menos jogos, uma estrutura muito diferente. A distância dos jogos era menor, então não é tão desgastante como aqui no Brasil: calor, viagens longas, jogos a cada três dias. É um conjunto de coisas. Nunca me machuquei, nunca tive nenhuma lesão séria e espero que continue assim até o final.
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Com contrato até dezembro de 2020, Nenê se mostra focado em terminar o ano bem, sem sustos para o Fluminense. No entanto, já projeta o futuro. Por ter a idade avançada, o meia pensa em ser treinador quando pendurar as chuteiras, mas antes, espera renovar o seu vínculo com o Tricolor.
- Eu espero que ainda possa renovar mais um aninho aqui. Espero que ocorra tudo bem e todo mundo estando feliz, acredito que ainda posso jogar mais um ou dois anos e depois pensar no que eu vou fazer. Talvez trabalhar com gestão ou ser treinador também. Não tinha essa cabeça não, mas estou mudando um pouco. Ainda vou pensar sobre isso, mas o foco é agora. Primeiro terminar essa temporada tranquilamente e ano que vem, aí sim, começar a pensar, conversar com a diretoria também, mas a ideia, por enquanto é essa. Não sei exatamente o que eu quero, mas acredito que ficar mais uns dois três anos jogando e depois a gente vê.
BATE-BOLA COM NENÊ
Qual é a sua avaliação sobre o seu desempenho e o do time, projetando a reta final da temporada?
- Eu estou muito feliz com a minha adaptação. É claro que a gente está sofrendo um pouco mais do que imaginávamos, mas acontece. Temos que ter o pé no chão e seguir trabalhando. Temos contado com um apoio muito bom da torcida. Nos apoiaram até nos dias que tiveram aqui e isso pra gente é muito importante. Acredito que o time já está numa crescente e o que temos que fazer é evitar perder pontos em confrontos diretos para melhorar de vez essa situação.
Nenê e Ganso podem jogar juntos?
- Eu não posso falar isso, aí já é com o treinador. Acho que estando juntos, não vai atrapalhar, pelo contrário. Ter dois jogadores com características técnicas como a gente, ajuda qualquer time. Ele me ajuda e eu ajudo ele, porque a gente tem essa questão de estar perto de jogadores inteligentes, com qualidade, com visão. Isso ajuda muito as jogadas de ataque. Pode ser ali do jeito que jogamos ou trocando, a gente estando ali no meio junto é o que interessa. Aí depois é com o treinador que vai decidir o que é melhor para o time.
Você joga com jogadores bem mais jovens, com idade inclusive para ser seu filho. Como é essa integração com a garotada?
- Essa coisa de idade é muito louco. Tem jogador aqui com a idade do meu filho, mas não tem muito a ver dentro do campo. O que importa é o espírito. Não importa se tem 17 ou 38, temos que ter o mesmo espírito de querer vencer e fazer o melhor a cada dia. Por mais que eu seja mais velho, sou muito brincalhão. No dia a dia, no geral, sou muito brincalhão e sempre tento deixar eles bem a vontade. Desde o primeiro dia eu sempre procurei ter essa relação de demonstrar que nós somos iguais, companheiros de trabalho. No que eu puder colaborar com minha experiência, vou estar ajudando. Para mim é motivo de muita alegria. Uma das minhas maiores vitórias é deixar um legado importante e ser um exemplo.
Como você explica essa longevidade e vitalidade dentro de campo?
- Acho que uma das coisas principais é a minha vontade de vencer, sabe? Minha vontade de vencer na vida, de ser exemplo para a minha família, meus filhos e mostrar que se você focar, se cuidar, fazer as coisas direito, a idade não vai ser um problema. Tem os trabalhos que faço, como o de eletroestimulação, que ajuda a reativar as fibras mais rápido. Você vai ficando velho e vai perdendo a velocidade. A técnica você não perde, mas isso ajuda a não perder nada fisicamente para continuar bem como eu estou.