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O Fluminense delas: do elenco feminino à torcida, mulheres contam como ajudam a promover o clube

Mulheres tricolores criam página sobre o Fluminense, movimentam a arquibancada, vestem a camisa e lideram transmissões no canal do clube

Flu Mulher
imagem cameraMulheres ocupam a torcida, gramado e estúdio do Fluminense (Divulgação/@flumulher)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 07/03/2022
20:13
Atualizado em 08/03/2022
08:06

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A questão do machismo no futebol é um dos temas mais recorrentes no Dia Internacional da Mulher. Da luta pela segurança nos estádios à valorização da modalidade feminina, o caminho de torcedoras e profissionais do esporte foi, e ainda é, longo. Contudo, resistir não é a única experiência possível para estas mulheres, que ajudam a construir o Fluminense no dia a dia. Veja a seguir a história de duas tricolores, uma jogadora e uma jornalista, que contaram ao LANCE! como contribuem para um clube vitorioso dentro e fora de campo. 

Foi assim com Carol Berger, torcedora de 34 anos, que decidiu criar a página 'Flu por Elas', para falar do Fluminense nas redes sociais. Motivada a mostrar um diário de arquibancada, ela disse que não tinha a pretensão de revelar seu gênero quando criou a conta, mas sentiu essa necessidade por ela e por outras mulheres que tinham o desejo de fazer o mesmo.

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- Criei a página pensando em publicar mais a galera na arquibancada, mostrar como era a realidade do torcedor no estádio para ver o Flu. O nome era outro e nunca fui muito de falar que a página era de uma mulher e sempre achavam que era feita por um homem. Até o dia que resolvi trocar o nome, divulgar que tinha uma mulher por trás das publicações e envolver mais meninas da página, abrindo o espaço para todas falarem de Flu nos canais - disse. 

Para Kaká Soares, tricolor de 53 anos, a motivação foi a segurança nos estádios. Assim, ela ajudou a fundar a Flu Mulher em 2006, que também surgiu na internet, mas se tornou movimento de arquibancada com o tempo. De acordo com a presidente da torcida, a ideia era lotar o estádio de famílias. 

- [Quis] Mudar as estatísticas, porque o lugar da mulher é onde ela quiser, na verdade. Sempre tive o sonho de lotar o estádio para diminuir a violência. Essa é a minha campanha. [...] É um feito que acho que merecia meu pé no Maracanã. Não por mim, mas para que a história pra valorize a mulher. O Brasil é um país de mulheres que amam o futebol - falou Kaká, que exibiu orgulhosa sua carteirinha do Maracanã de 1979, quando tinha apenas três anos de idade.

Flu Mulher - Campanha contra a violência nos estádios
Campanha da Flu Mulher pela paz nos estádios (Divulgação/@flumulher)

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No futebol feminino, a luta foi tão árdua quanto na torcida. Thaíni Nunes, reforço do elenco adulto para a temporada, lembrou o começo da carreira e as primeiras vezes em que sofreu preconceito. Mesmo assim, ela persistiu e chegou ao Fluminense. 

- Comecei jogando nas ruas e na escola, mas depois fui para um projeto chamado Pequeno Cidadão, e foi lá que tive um dos primeiros contatos com o preconceito e o machismo. Eu era a única menina no meio dos meninos na hora de jogar futebol. Me recordo de alguns olhares e falas preconceituosas no dia a dia da maioria das atletas de futebol, mas eu não desanimava. Sabia que era importante persistir nos meus objetivos.

Atento à causa, o Fluminense vem promovendo campanhas de combate ao preconceito e fomentando iniciativas de mulheres, além de abrir as portas do clube para profissionais. Sharon Prais, comentarista de futebol feminino da FluTV, conta como ter o clube como aliado é importante. 

- O Fluminense vem abrindo cada vez mais espaço para mulheres. Um marco certamente foi a realização da transmissão do Camapeonato Carioca Adulto de 2021 com uma equipe inteiramente feminina, mostrando que entenderam a importância da nossa presença ali [...] as ações institucionais deixam mulheres mais confortáveis de irem aos jogos, nos sentimos mais acolhidas, mas, infelizmente, o machismo é estrutural e vai além dos poderes do clube. Há muitos relatos de seguranças despreparados para lidarem com assédio, por exemplo. E é preciso lembrar sempre das mulheres trans, que ainda se sentem muito oprimidas no ambiente do estádio. Ainda há um estrada longa, mas vejo o clube avançando no caminho certo! - declarou a jornalista. 

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