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Odair é apresentado no Flu e descarta rótulo: ‘Com a bola, vamos jogar’

Treinador se mostra bastante motivado e confiante em repetir o sucesso que teve no Internacional. O treinador promete uma equipe equilibrada e que vai buscar o gol

Fluminense
imagem cameraMário Bittencourt e Paulo Angioni entregam a camisa para Odair Hellmann (Foto: Mailson Santana/Fluminense)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 19/12/2019
11:45
Atualizado em 19/12/2019
15:17

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O técnico Odair Hellmann é oficialmente o novo treinador do Fluminense. O catarinense de 42 anos, que comandou o Internacional por quase dois anos, foi apresentado, nesta quinta-feira, no CT Carlos Castilho, no Rio de Janeiro. Nas primeiras declarações como novo comandante do Tricolor ele ressaltou o orgulho de retornar ao clube depois de 20 anos.

- Prazer imenso estar de volta a esse clube que eu tive passagem como atleta, em um momento difícil e tivemos um final feliz, com o título que fez o Fluminense voltar ao lugar que jamais deveria ter saído. Voltar é motivo de orgulho, satisfação e honra. Tenho certeza que faremos um grande trabalho que vai terminar novamente com um final feliz.

O Fluminense é o segundo clube que o treinador vai assumir na carreira. O primeiro foi o Internacional, time que assumiu na reta final da Série B de 2017, sendo demitido em outubro deste ano. Pelo Colorado ficou em 3º lugar no Brasileiro de 2018 e foi vice-campeão da Copa do Brasil em 2019, com um estilo de jogo dando ênfase na intensidade e no sólido sistema defensivo. Questionado sobre essa leitura, Odair Hellmann afirmou que monta os seus times de acordo com os jogadores, descartando qualquer tipo de rótulo sobre ele. 

- Eu não gosto de rótulos e agora tem esse do modelo de jogo. Quem está dentro tem uma ideia. Dentro do que eu gosto, penso em uma equipe bastante equilibrada. O Fluminense teve um estilo de jogo e pretendo potencializar isso. Os jogadores do elenco ficando, partimos de um estágio coletivo. Caso não fiquem, partimos de um outro estágio. Se busca o meu trabalho no Internacional, todas as estatísticas estamos entre os cinco. O Fluminense era o primeiro em posse de bola, o Internacional era o quinto. Eu trabalho respeitando as características dos jogadores.

Ao evitar comparações com o trabalho anterior, Odair Hellmann deixou claro como pretende montar o Tricolor em 2020.

- Eu gosto de uma equipe bastante equilibrada, organizada, mas que tenha a posse e procure o gol, seja no contra-ataque ou com troca de passes. Sem a bola vamos buscar a organização e com a bola, vamos jogar.

Odair Hellmann defendeu o Fluminense como jogador, sendo campeão da Série C, em 1999. Revelado pelo Internacional, atuava como volante, encerrando a carreira em 2009. Foi auxiliar técnico no ano seguinte das categorias de base do Colorado, ingressando na comissão técnica do profissional em 2013. Em 2016, conquistou o ouro Olímpico com a Seleção Brasileira, como auxiliar do técnico Rogério Micale. A carreira de treinador começou em 2018, também no clube gaúcho. Ao todo, comandou o time em 116 jogos, com 61 vitórias, 27 empates e 28 derrotas, aproveitamento de 60%.

BATE-BOLA COM ODAIR HELLMANN

RETRANQUEIRO?

- Essa é uma visão da qual eu não concordo muito, mas respeito. Eu estou no Fluminense, mas preciso falar sobre o meu trabalho anterior. Em 2018 fizemos um jogo de transição, por conta das característica do jogador. Em 2019, fizemos um time para construção de jogadas. Fizemos apenas três gols de contra-ataques na última temporada. Antes, era um outro contexto, vindo de uma Série B, com o time sem confiança. Aqui é uma outra equipe, outros jogadores, que tinha uma personalidade de jogo, com troca de passes.

REFORÇOS
- As conversas já começaram e estamos trabalhando quanto a isso. Esse momento é muito especulativo, mas tenho uma ideia inicial. O clube está fazendo todo o esforço para manter alguns jogadores que se destacaram.

GANSO E NENÊ
- Gosto muito em prezar pelo grupo, mas qualquer análise externa é fora do contexto. Quando eles se apresentarem, vou poder falar melhor, sobre a ideia e sobre o sentido, tanto no jogo, como na convivência. Todos estarão com o pensamento que o Fluminense está em primeiro lugar. Tenho certeza que eles pensam da mesma maneira.

CRISE FINANCEIRA
- Poucos clubes não passam por isso. Sabemos das dificuldades e o presidente trabalha para resolvê-las. Na primeira conversa, o presidente foi sincero e sei da luta dele. Dinheiro não brota do nada. Hoje não aparece, mas em médio, longo prazo, vai aparecer. Vamos encontrar soluções. A maioria das pessoas possuem dificuldades financeiras, a diferença é o jeito que se enfrenta isso. Vamos criar circunstâncias para isso encontrarmos as soluções. Essa confiança todos nós temos, mas sendo realistas e transparentes com o torcedor. Precisamos estar juntos. Eu quero amigo na hora da dificuldade e é assim que eu confio. Daremos um passo do tamanho que nós podemos. O Fluminense é um dos maiores clubes do mundo.

CATEGORIAS DE BASE
- Fluminense é uma escola de referência em relação as categorias de base. Temos um projeto de alinhamento para integração desses meninos. Fizemos isso nas duas últimas pré-temporadas com o Internacional. Se um menino de 16 está rendendo, ele vai jogar. Quero ajudar para que surja cada vez mais meninos, dentro de campo e que também produza financeiramente, que é para o bem do clube.

APROVEITAMENTO DAS CRIAS DE XERÉM
- Já tem alguns meninos inseridos no contexto. Tem também a Copa São Paulo. Estava no curso da CBF e estava com 150 treinadores. Conversei com muitas pessoas. Alguns jogadores já vão se apresentar no dia 8 e dentro desse contexto, vamos colocar no time, respeitando, além da idade, é a produção dentro de campo.

RELAÇÃO COM O MARCÃO
- Marcão é um amigo. Jogamos juntos em 99, é um ídolo da torcida e vai fazer parte da comissão técnica. Conheço muita gente aqui e já tenho uma amizade e um conhecimento. Vamos trabalhar muito para fazer um grande ano, que dê orgulho ao torcedor.

METAS PARA 2020
- O objetivo é sonhar sempre, mas precisamos acordar para viver a realidade. Buscamos todas as competições, mas sabemos dos nossos limites. Sabemos do poder financeiro de outras equipes, vamos formar um grupo que possa competir com essa diferença. Conseguimos no Internacional e vamos conseguir no Fluminense. Acho que isso é passo a passo. Primeiro temos que traçar o grupo. Começamos a jogar sete dias depois da apresentação, depois de 30 dias de férias. Vai ter que existir uma evolução, para visualizar a meta.

FRED
- Jogador que pode vir, qualquer manifestação muda no contexto todo. Tudo isso, sobre contratações, conversamos internamente e isso é um fato que se precisa ter muito cuidado, para não criar uma situação externa.

TREINADOR ROTULADO
- Eu não rejeito o rótulo, eu não concordo. As vezes demos um rótulo a uma pessoa e não é o correto. Eu respeito, mas não concordo. Não vou transformar quatro jogos em uma quantidade de mais de 120 jogos. É o meu segundo trabalho e estou sempre amadurecendo. Antes disso fui auxiliar, trabalhando com 14 treinadores. Eu venho para esse trabalho melhor, mas não engessado, sempre buscando melhorar.

EXPERIÊNCIA NO INTERNACIONAL
- Todas as experiências vividas lá, eu trago para a minha caminhada. Aqui não vai ser diferente. Todos os profissional tem as suas ideias, suas qualidade e seu defeitos. No Internacional, para coroar, faltou o título da Copa do Brasil. No outro dia, não seria o melhor ao vencer, mas também não sou o pior, por perder. Pela expectativa alta, gerou muita frustração.

ENFRENTANDO AS DIFICULDADES
- Eu venho para o Fluminense muito feliz, orgulhoso. Acho que nós temos que ser transparentes. Agora, não precisamos vir aqui para falar dos problemas. Nós vamos enfrentá-los juntos. Eu vivi isso aqui no Fluminense em 99. Sabe como conseguimos? Não foi chorando ou contando história. Nós vamos trabalhar para evoluir, melhorando a estrutura, a condição financeira. Em 99 era a Série C. Tudo era muito difícil. As pessoas na época, não mentiram para ninguém. Vamos dar o passo de acordo com o momento. Não se começa uma casa pelo telhado. A casa se começa forte pelo alicerce. Nós contamos com o nosso torcedor, que lotava o Maracanã contra o Dom Pedro, no qual eu fiz o gol, um dos poucos, mas eu só fazia os importantes (risos).

RELAÇÃO COM O ELENCO
- O cara precisa estar aqui com prazer para trabalhar. Vou trabalhar porque estou feliz e foi isso que consegui no Internacional. Para que esses jogadores venham com prazer, mesmo não sendo titulares. Mais vale um pedacinho da vitória do que o todo da derrota. Vamos criar um ambiente de pai e filho. Eu digo não a eles, eu dou bronca, mas não deixo de amar os meus filhos. Mesmo que eu tenha que dar uma notícia ruim, eu preciso falar a verdade, pois pode ser pior no momento, mas é um caminho melhor. Sou o mesmo, aqui e nos bastidores. Não sou mau-caráter.

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