Peruano Pacheco fala de rotina longe da família durante pandemia
Atacante do Fluminense vive a primeira experiência internacional da carreira no Brasil e usa a internet para manter contato com amigos e familiares durante o confinamento
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O período de isolamento imposto aos jogadores de futebol pela paralisação das competições como medida de prevenção contra a pandemia do coronavírus pode ser mais duro de enfrentar para os atletas estrangeiros. É o caso do atacante peruano Fernando Pacheco, contratado no início do ano pelo Fluminense, que vive a primeira experiência internacional da carreira. Aos 20 anos, ele falou sobre a experiência de viver sozinho e longe da família durante a quarentena.
– Me afastar da minha família tão jovem foi um passo bastante duro para mim, mas senti que era importante para a minha carreira. Hoje estou realizando um sonho, mesmo com a minha pouca idade. Tenho passado por muitos momentos bons no futebol e na vida, tanto no meu clube anterior como agora no Fluminense – disse Pacheco.
O jogador, que marcou o primeiro gol com a camisa tricolor antes da suspensão dos campeonatos nacionais, também deu detalhes de como tem sido a rotina durante a quarentena.
– O que venho vivendo no Brasil é muito especial. Morar sozinho é uma etapa complicada na vida de um jovem, mas acredito que ajuda no amadurecimento. O importante é saber que podemos contar com a família e amigos. Sempre estou em contato com as pessoas queridas, também vejo muitas séries, filmes, jogo alguma coisa no meu tablet. Quando sinto muitas saudades fico assistindo vídeos antigos no meu celular. Isso faz com que eu esteja um pouco mais tranquilo e não sinta tanta falta. Estar sozinho é um aprendizado - comentou.
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Psicóloga à disposição
Para ajudar a manter a saúde mental dos atletas, a psicologia do Tricolor, Emily Gonçalves, encaminhou algumas recomendações e está sempre à disposição durante o período de reclusão. Para ela, o ineditismo da situação traz desafios únicos.
- Essa é uma situação nova para todo mundo, mas, sem dúvida, pode ser mais crítica para as pessoas que moram sozinhas. A falta de interação, conversa e da presença do outro pode gerar preocupação e ansiedade. Recorrer à tecnologia é um bom caminho para minimizar essa falta - lembrou Emily.
A psicóloga, no entanto, ponderou sobre o fato dos jogadores já estarem habituados à mudanças constantes e afastamento.
- Atletas, de modo geral, têm algumas características de vida que, teoricamente, os tornam mais acostumados a viver com mais independência. A idade em que saem de casa para buscar o sonho e, até mesmo o dia a dia de viagens e jogos. Mas o isolamento completo, ainda sem data confirmada para o término, é sempre um caso de atenção para qualquer pessoa.Ter ciência de que o isolamento é um momento passageiro e cultivar objetivos de vida são bons pensamentos para manter uma boa saúde mental, pode ser uma injeção de ânimo. Criatividade, artes, trabalhos manuais, tudo isso pode funcionar positivamente - completou a psicóloga.
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