Quem espera sempre alcança: Flu tem noite de heróis para superar retranca
Tricolor tem paciência e conta com Digão e Sornoza em noite heroica para vencer o Defensor (URU) na Sul-Americana. Uruguaios apostaram na catimba para segurar o placar
Poucas vezes o hino do Fluminense fez tanto sentido como nesta quinta-feira, no Maracanã. A letra tinha razão ao afirmar que "quem espera sempre alcança", pois foi preciso esperar 86 minutos para superar a catimba uruguaia. Como quem leva o "verde da esperança" à tona, dois heróis apareceram nos momentos decisivos para desafogar o Tricolor contra o Defensor (URU) na Sul-Americana: Digão e Sornoza.
Os números da partida chegam a ser assustadores. É normal ver equipes fechadas quando atuam fora de casa, mas o Defensor (URU) sequer chegou a tentar qualquer ação ofensiva na partida. O goleiro Júlio César terminou o duelo sem fazer qualquer defesa durante os 90 minutos. A única vez que tocou na bola foi para afastar um cruzamento na área.
O Fluminense foi para o intervalo com 88% de posse de bola após uma primeira etapa de claro ataque contra defesa. Postado com uma primeira linha de cinco defensores e outra com quatro à frente, os uruguaios obrigavam o Fluminense a tocar a bola sem objetividade. Sem conseguir entrar na defesa, apostava nas bolas enfiadas ou nos cruzamentos para a área. Sem sucesso.
No segundo tempo, outra atitude do Defensor chamou atenção, dessa vez negativamente: a catimba. Não foram poucas as vezes onde os uruguaios caíam no gramado para ganhar tempo. A mais absurda entre elas foi com o lateral Mathías Suárez, que desabou fora do gramado e se arrastou para dentro das quatro linhas para ganhar tempo. O cartão amarelo pouco representou e os acréscimos do árbitro menos ainda.
Então, apareceram os heróis. Dois personagens que vivenciaram a partida de maneira diferente e apareceram para desafogar o Fluminense. Digão, que completou 100 partidas defendendo a camisa tricolor nesta quinta-feira, recebeu um cartão amarelo por ter levado um tapa na cara de um defensor uruguaio. Como resposta, o zagueiro marcou de cabeça em um escanteio cobrado logo na sequência.
O outro foi Sornoza, que bateu boca com o goleiro Reyes devido a cera exagerada que a equipe uruguaia estava fazendo na partida. Aos 48 minutos da segunda etapa, eles se reencontraram com o primeiro gol olímpico da carreira do equatoriano. O arqueiro ainda tentou tocar na bola, mas o destino foi o fundo das redes. O meia pode dizer que marcou um gol olímpico contra os inventores do mesmo.
Os heróis colocaram o Fluminense com uma boa vantagem na segunda fase da Sul-Americana. A partida de volta será no próximo dia 16, às 21h45 (de Brasília), em Montevidéu. O Tricolor avança com vitória, empate ou derrota por um de diferença. Caso os uruguaios devolvam o 2 a 0, a decisão vai aos pênaltis. Quem passar encara o Deportivo Cuenca (EQU) nas oitavas.
Como começou o Fluminense: Júlio César; Léo, Gum, Digão e Ayrton Lucas; Airton, Jádson e Junior Sornoza; Matheus Alessandro, Marcos Jr e Pedro.
Como terminou o Fluminense: Júlio César; Everaldo, Gum, Digão e Ayrton Lucas; Richard, Jádson e Junior Sornoza; Pablo Dyego, Marcos Jr e Pedro.