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Inspirado em R10, Robinho realizou sonho. Agora quer brilhar no Tricolor

Em exclusiva ao LANCE!, atacante detalha ascensão na carreira e as expectativas para 2018. Tem papo com Dourado, expulsão relâmpago, golaços, comparação com Richarlison e mais

Robinho - Fluminense
imagem cameraLucas Merçon/ FLUMINENSE F.C.
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 05/02/2018
16:22
Atualizado em 05/02/2018
22:45

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No Fluminense, ainda não engrenou. Muitos se perguntam o porquê do alto investimento tricolor em um atacante que, há um ano, jogava a terceira divisão do campeonato paulista. A expectativa da torcida caiu ainda mais quando, logo no primeiro toque na bola, recebeu cartão vermelho. Mesmo assim, Robinho conta em entrevista ao LANCE! que 2017 foi o ano mais marcante da carreira - e confia que esta temporada será de afirmação nas Laranjeiras.

Se os primeiros jogos foram frustrantes, 2018 começou melhor. Com pé direito, literalmente. Além de uma assistência e elogios de Abel no Carioca, o golaço na estreia da Florida Cup é um aperitivo do que pode apresentar. E não pense que o chute indefensável nos acréscimos contra o PSV foi na sorte.

- Treino bastante esse chute. É minha principal característica (o drible e finalização). Fiz alguns gols assim na carreira, batendo de chapa no outro canto - conta o tímido Robinho ao L!

O primeiro gol com bola rolando no Fluminense pode ter surpreendido a torcida, mas não é novidade na carreira. A batida em arco, colocada, já deu alegrias ao Figueirense e o modesto Atibaia. E Robinho explica de onde tirou essa precisão no arremate.

- Minha maior inspiração é o R10, o Ronaldinho. Aquele cara é, pra mim, o maior que eu vi jogar. Vejo seus vídeos, gosto muito dos dribles e da batida diferenciada - revela.

Comparar a carreira dos dois no futebol, hoje, é impossível. E dificilmente terá alguma comparação. Mas se for analisar o estilo de jogo, as semelhanças são interessantes. Guardadas as devidas proporções, um momento da carreira se parece. Assim como Ronaldinho em sua estreia pelo Barcelona, Robinho mostrou seu cartão de visitas com um golaço pelo Figueirense. Confira a comparação dos gols no vídeo abaixo (o gol é do 00:00 ao 00:13 e a comemoração é do 00:59 ao 01:03):

- Golaço, né? Naquela hora passou um monte de coisa na cabeça. Fiquei maluco, saí gritando 'tô doido, tô doido'. Era meu primeiro jogo diante da torcida, a maioria ainda não conhecia meu futebol. Foi um momento marcante.

Mas o cartão de visitas nas Laranjeiras foi bem diferente. Depois de muita espera, a oportunidade de estrear veio contra o Vitória, no Barradão, em jogo que poderia colocar o time na briga por uma vaga no G7. Placar empatado, e Robinho entra no lugar de Douglas. Na primeira bola, dividida dura e cartão vermelho. Ele conta que foi difícil acreditar no que tinha feito.

- É, foi bem diferente da outra estreia. Naquele momento fiquei em choque, não consegui entender. Não acreditei quando vi o cartão vermelho. O que passou na minha cabeça era que poderia prejudicar a equipe logo na estreia - conta o camisa 17, que se defende.

- Mas acho que o árbitro exagerou, não precisava. Não fui na maldade. Um amarelo estava de bom tamanho.

Robinho - Fluminense
Essa foi a cara que Robinho fez após perceber a cor do cartão...

Você chegou a pensar em algum momento, no vestiário, antes de dormir, que talvez não estivesse pronto para jogar em um clube grande?

- Não, não passou isso em nenhum momento. Recebi muita confiança de dentro, Abel me passou tranquilidade. Aconteceu, mas não sou um jogador agressivo, nunca tive esse problema. Vim para cá preparado pra tudo.

Depois você ficou no banco, em alguns jogos nem entrou. E quando ganhou outra oportunidade, fraturou o pé. Como foi aquele momento?

- Verdade, depois da expulsão tive alguns problemas para conseguir jogar. Antes da estreia fiquei um mês treinando (por conta de burocracias para regularização na CBF). Depois, o Abel me deixou uns jogos no banco e quando entrei machuquei o pé. Mas também nunca tive outras fraturas nem lesões. Espero que já tenha passado essa fase.

Quem teve a mesma fratura foi Richarlison, logo que chegou. Ele também começou mal, demorou a engrenar, mas conseguiu. Como você vê essas semelhanças, lembrando que sua chegada foi pra suprir a saída dele?

- Sempre ouço as comparações, né? Não me incomodo, não. É um bom sinal. Ele também veio da Série B e conseguiu mostrar seu futebol. É um grande jogador, mas espero fazer minha história aqui. Que seja tão legal quanto a dele.

Richarlison - Bournemouth x Watford
Robinho chegou para substituir Richarlison, vendido ao Watford (ING)

A compra de Robinho por quase 8 milhões de reais, logo após a venda de Richarlison, repercutiu no elenco. O atraso nos salários e o investimento no atacante causou um mal-estar entre os atletas e a diretoria. Mas Robinho garante que foi bem recebido em sua chegada. Inclusive, ouviu conselhos de Henrique Dourado no processo de adaptação no Fluminense.

- Ele falou algumas coisas comigo. É uma inspiração pra mim fora de campo. Também começou rodando por clubes pequenos do interior paulista, tentou muitas vezes antes de chegar aonde está. Também saiu da Série A3 do Paulista e virou artilheiro do Brasil.

E como você vê a saída, não só do Dourado, mas dos principais jogadores como Wellington, Scarpa, Henrique e outros que tinham uma liderança no grupo. Não o desmotiva?

'Cada um tem que buscar o que for melhor. Futebol é assim, não dá para saber o que vai acontecer. É hora de aproveitar a chance'

- Não, não penso nisso. Claro que não gostaria que os jogadores saíssem, mas cada um tem que buscar o que for melhor. Futebol é assim, não dá para saber o que vai acontecer na carreira. É difícil falar das escolhas dos outros. É a hora de aproveitar a oportunidade que recebi aqui no Fluminense.

A saída dos jogadores abre espaços pra você se firmar. E Abel ainda busca uma nova forma de jogar, com outro esquema tático. Sem o Ceifador, já pensou em atuar de 'falso nove'?

- Sempre digo, jogo aonde precisar, onde o treinador quiser. Já joguei no meio pelo Figueirense, poderia jogar como 'falso nove', quem sabe. Estou à disposição. Mas é pela esquerda onde me sinto melhor, onde me destaquei no Atibaia, chamei atenção e as coisas começaram a andar.

Diferente da maioria do elenco, criada em Xerém, Robinho não passou por divisões de base. Até pouco tempo, trabalhava com carga e descarga de caminhões. Foi quando recebeu um convite de tentar novamente uma carreira no futebol, aos 19 anos. Mesmo assim, garante que nunca passou perrengue ou faltou algo para mostrar seu potencial.

- Nunca me faltou nada, sempre me deu a estrutura que precisei. O Atibaia é bem organizado. Assim como no Figueirense, não tenho nada a reclamar. Cheguei e fui bem logo no começo, me destaquei com gols e assistências. E poucos meses depois surgiu uma oportunidade no Fluminense.

Você teve começo discreto no Fluminense, e mesmo assim afirma ter vivido um ano marcante na vida. Como explica esse ano de 2017?

- Foi o ano em que realizei meu sonho. Desde que cheguei aqui, deixei claro. Sempre quis jogar em um clube grande da Série A, e no Fluminense estou vivendo isso. Tinha essa meta na carreira e consegui em um ano de conquistas...

Se já realizou o sonho, agora tem mais um pela frente, certo? Quais são suas metas para 2018?

- Agora é buscar coisas maiores. Mas não gosto de falar enquanto não conseguir. Com calma, passo a passo, vou buscando meu espaço para me destacar por aqui. Tenho que me manter focado a cada dia para dar alegrias ao Fluminense e ter mais conquistas no futebol.

​Eliminado da Taça Guanabara, o Fluminense terá pelo menos onze dias livres sem jogar e Abel estuda mudanças na escalação. Será a hora de Robinho, enfim, assumir a titularidade e mostrar seu potencial?

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